Operação do Gaeco foi deflagrada após descoberta que promotor era vigiado
Representante do Ministério Público registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil

Apreensão de máquina fotográfica que mostra monitoramento do promotor de Bandeirantes, Paulo Henrique Mendonça de Freitas, deflagrou nova operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) no município a 70 km de Campo Grande e que já registrou outras duas operações do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em 2020.
No dia 4 de setembro, foi realizada a operação “Efeito Dominó”, que apurou uso de perfis falso usados por alvos de ações para difamar e coagir agentes públicos e testemunhas. A ação foi realizada pelo MP, Polícia Civil e GOI (Grupo de Operações e Investigações).
Nesta etapa, foi apreendida a máquina, que tinha algumas fotos do promotor, com Valdinei Porto. Ele já foi assessor de comunicação e por meio da Defesa Civil coordenava a distribuição do programa Vale Renda.
Na sequência, ainda em setembro, o promotor registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil de Bandeirantes, relatando o monitoramento fotográfico e intimidação.
A reportagem apurou que a situação foi levada à PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) e o promotor passou a contar com escolta. Ele também foi transferido de cidade e a promoção por merecimento deve ser efetivada até o fim do ano.
Além de Porto, a operação de hoje tem como alvo o ex-secretário Municipal de Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente e Produção, Josimar Omena.
Sucata Preciosa – Em 2 de junho, equipes do Gaeco, Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) e do Batalhão de Choque cumpriram 25 mandados de busca e apreensão em Bandeirantes, Campo Grande, Dourados e Presidente Venceslau (SP).
O objetivo era investigar crimes de peculato, fraude em licitação, falsidade e corrupção, em contratos celebrados pelo município com empresas para a manutenção da frota municipal.
Segundo o Gaeco, sucatas de veículos já colocadas à venda em leilão ainda geravam despesas para a prefeitura como se estivessem rodando normalmente. Por isso, a operação foi batizada de Sucata Preciosa.
Desde então, Bandeirantes já assistiu à cassação do prefeito e vive o clima de tensão eleitoral.
O Campo Grande News solicitou informações ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que informou apenas manter a investigação sob sigilo.