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Interior

Para evitar covid de mãe pra filho, equipe reduz tempo de cesárea pela metade

Estudos indicam que taxa de infecção de coronavírus entre mãe e filho é baixa, tanto em parto normal, quanto cesareana

Guilherme Correia | 06/08/2020 10:31
Recém-nascido depois de parto (Foto: Reprodução/Edição MS)
Recém-nascido depois de parto (Foto: Reprodução/Edição MS)

Procedimentos obstétricos durante a pandemia levantaram uma série de questões aos profissionais de saúde, que se depararam com um desafio nunca antes visto. Com 41 anos de experiência nas costas, o médico ginecologista e obstetra Werther de Araújo realizou cesariana de uma gestante nesta terça-feira (4), e por sorte, o bebê não contraiu a doença da mãe.

A situação aconteceu em um centro cirúrgico do Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim, município distante 260 quilômetros de Campo Grande. Foi o primeiro parto dessa forma, realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na cidade.

Ao jornal Edição MS, o médico relatou que foi um parto diferente, mesmo tendo sido feito em tempo de gestação normal - 40 semanas. Além de reforço nos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que diminui consideravelmente a mobilidade dos profissionais envolvidos, eles optaram em reduzir pela metade o tempo da cirurgia, que levaria cerca de 40 minutos, mas foi concluída 20 minutos depois.

Além de tentar evitar o contato entre os envolvidos, o plano, segundo o jornal, tem por objetivo reduzir possibilidade de trombose na mãe, complicação que está sendo estudada por universidades do mundo inteiro. Os procedimentos foram todos realizados de forma mais rápida do que o normal, de forma a dinamizar o trabalho.

A mãe, uma professora, havia contraído vírus em 15 de julho, do marido, que é médico em rede pública. Ele é asmático e chegou a ser internado em UTI (Unidade de Terapia Intenstiva), mas hoje passa bem.

Ainda segundo o jornal, ela foi diagnosticada com covid em 15 de julho, o que fez com o nascimento fosse adiado para 3 de agosto, seis dias depois do previsto inicialmente. “Tenho plena confiança no meu médico, absoluta certeza que toda decisão tomada por ele foi para garantir que a chegada de Davi acontecesse como sempre sonhamos, para completar nossa família”, disse.

Transmissão - Pesquisa da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, indica que a possibilidade de infecção pelo novo coronavírus da gestante para o bebê durante a gravidez é considerada baixa.

Das mulheres que tiveram parto normal, apenas oito dos 292 bebês analisados (2,7%) testaram positivo para a doença. Dentre os 364 recém-nascidos cujas mães passaram por cesariana, 20 (5,3%) apresentaram resultado positivo para a covid-19. O estudo também revelou que maior parte das crianças com eram assintomáticas.

O estudo considerou outros 49 trabalhos publicados sobre saúde neonatal durante a pandemia de covid-19. A análise também revelou que amamentar ou permitir o contato das mães com seus filhos logo após o nascimento não aumenta o índice de infecção.

A partir dos nossos resultados, estamos convencidos de que a probabilidade de infecção por covid-19 em recém-nascidos é baixa", diz comunicado publicado pelos pesquisadores.

Apesar disso, outros estudos devem ter continuidade, já que não ficou confirmado de que a doença entre essas crianças tenha sido adquirida durante nascimento ou durante fase de incubação.

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