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Interior

Polícia apresenta dupla que confessou a morte do professor em Corumbá

Vanda Escalante | 24/06/2011 09:48
Fábio e Luiz Alberto foram presos ontem pela manhã. (Foto: Anderson Gallo)
Fábio e Luiz Alberto foram presos ontem pela manhã. (Foto: Anderson Gallo)

O delegado titular do 1º Distrito de Polícia Civil de Corumbá, Jeferson Rosa Dias, apresentou nesta quinta-feira (23) os suspeitos pela morte do professor Ramão Jacinto Espíndola, 47. Com a prisão da dupla, o delegado que preside o inquérito considerou esclarecido o crime.

Fábio Nascimento, 20 anos, e Luiz Alberto Cardoso, 24, foram presos na manhã de quinta-feira, durante ação do Serviço de Investigação do 1º DP, que cumpria mandados de busca e apreensão nas casas de Fábio e Luiz, no Loteamento Pantanal. Os dois moram na mesma rua, em casas que ficam uma na frente da outra. Fábio não tinha qualquer passagem policial, mas Luiz Alberto tinha registro por furto de gado.

O titular do 1º DP disse que a dupla confessou ter planejado friamente o crime. “Trezentos gramas de pasta base de cocaína, que equivaleriam a 1.500 dólares (cerca de R$ 2.370 mil) e mais 200 dólares em dinheiro (R$ 316). Esse foi o preço da vida do professor Ramão. A intenção era simplesmente essa, matar para roubar o carro e vender na Bolívia”, afirmou o delegado. "Foi tudo planejado há algum tempo. Era matar, roubar, adquirir droga e vender na cidade para fazer dinheiro", complementou o delegado.

A ação criminosa aproveitou a proximidade de Fábio com a vítima e o acesso que ele tinha à casa do professor. “O Fábio mantinha contato com a vítima. A partir disso e vendo que o professor tinha algumas posses, resolveu, juntamente com o Luiz Alberto, planejar o crime”, contou o policial ao relatar o que a dupla havia dito em depoimento. O jovem de 20 anos (Fábio) foi aluno de Ramão e disse que tinha um relacionamento com o professor desde 2008.

Crime - De acordo com o delegado, os golpes foram desferidos por Luiz enquanto Fábio mantinha a vítima imobilizada na cama. “O Luiz Alberto desfere um golpe no peito, a vítima começa a agonizar e a pedir socorro. Ele dá outro golpe, quebra-se a lâmina (da faca) no peito da vítima. Ele então corre para a cozinha, pega outra faca e desfere mais golpes no pescoço. Foi isso que aconteceu”, explicou o delegado sobre o momento do crime.

Depois de matarem a vítima, os dois furtaram home-theather; tela do computador; celular e um aparelho de DVD da casa da vítima. Os equipamentos foram colocados no carro do professor - um Ford KA branco -, que foi trocado por droga e mais 200 dólares na Bolívia. O veículo, segundo indicaram as investigações da Polícia Civil, já estaria na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra, distante mais de 600 quilômetros de Corumbá.

A Polícia recuperou os produtos eletrônicos e encontrou nas casas 270 gramas da pasta base que havia sido trocada pelo carro. A dupla já havia comercializado 30 gramas do entorpecente, pelos preços de um a dois reais o papelote.

Ainda foram apreendidos facas - semelhantes às usadas para matar o professor -, televisores, equipamentos de som, documentos e calçados. Inclusive um resto de bota que havia sido queimada, muito semelhante às pegadas encontradas na casa de Ramão, de onde a dupla saiu deixando a porta da frente encostada. Sobre o telhado quebrado, eles dizem que não foram os responsáveis, pois teriam entrado normalmente pela porta da frente, na noite da quinta-feira, 09 de junho. Todo o material apreendido vai ter a procedência investigada, pois pode ser originado da comercialização de drogas. A dupla foi autuada em flagrante por tráfico de drogas e indiciada por latrocínio.

Indiciados confessos - Responsável pelo comando das investigações, Jeferson Dias, destacou o comportamento, até certo ponto indiferente, que os dois “indiciados confessos” pela morte do professor Ramão demonstram o tempo todo. Na apresentação à imprensa, Fábio e Luiz estavam bastante calmos. “Eu acredito que eles ainda não entenderam o que está acontecendo. Não entenderam que cometeram um crime de latrocínio (roubo seguido de morte), que tem pena de 20 a 30 anos de prisão”, afirmou.

O delegado esclareceu que outros três jovens inicialmente investigados não têm ligação com o caso. Foram investigados porque todos eles tinham comportamento semelhante ao de Fábio Nascimento, com relação ao professor.

O delegado contou que no momento da prisão, um dos suspeitos confessou o crime olhando para a mãe dizendo, ao ser questionado por um dos policiais: “mãe, eu matei o professor”. Jeferson Rosa Dias tem 30 dias para concluir o inquérito. Na segunda-feira, 27 de junho, vai representar pela prisão preventiva dos dois, que são “indiciados confessos” pelo crime de latrocínio contra Ramão Jacinto Espíndola.

(nformações são de Marcelo Fernandes, do Diário Online de Corumbá)

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