Polícia investiga se morte de travesti está ligada ao tráfico de drogas
Locais de prostituição na área central de Dourados viraram pontos de venda de droga; vítima ameaçou concorrentes antes de ser morta
Horas antes de ser morto com pelo menos 17 facadas, na madrugada de hoje (22), Marciano Ferreira dos Reis, 40, a “Paola”, foi denunciado na polícia por ameaçar outras três travestis, que disputavam com ele os locais de prostituição na área central de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.
O registro foi feito no plantão da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) por três pessoas que foram chamadas pra prestar depoimento na delegacia.
O delegado regional de Dourados, Lupércio Degerone, disse ao Campo Grande News que as investigações estão “bem encaminhadas” e até o período da tarde será apresentada uma parcial dos levantamentos.
Além da disputa por clientes nos locais de prostituição que funcionam na Avenida Joaquim Teixeira Alves, área central da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, a morte de Paola pode ter ligações com o tráfico de drogas.
Fontes policiais afirmam que muitas travestis e mulheres de programa que ficam nesses locais estão vendendo drogas nos pontos de prostituição.
No dia 22 de dezembro do ano passado, Paola, a também travesti Gabriel Cardoso dos Santos, 22, e Claudinei Ferreira dos Santos, 26, morador em Cuiabá (MT), foram presas pela Polícia Militar quando vendiam papelotes de cocaína no Centro. Embaixo de uma pedra, os policiais encontraram 26 papelotes de cocaína.
Na casa de Paola e Gabriel, na Rua Cuiabá, foram encontrados mais 15 papelotes da droga. Os três foram autuados em flagrante por tráfico, mas no dia 14 deste mês, Paola e Claudinei foram absolvidos pelo juiz da 2ª Vara Criminal. Apenas Gabriel foi condenado a um ano e oito meses de prisão por tráfico, já que ele confessou ser o dono da droga.
Além desse processo, Paola já tinha sido processada por tráfico de drogas, roubo majorado e extorsão.
Facadas – Por volta de 1h30 de hoje, Paola estava com outras duas travestis na esquina da Avenida Joaquim Alves com rua João Cândido Câmara quando foi atacada a golpes de faca por pelo menos oito pessoas.
Segundo as testemunhas, as oito travestis tiraram facas da bolsa todas desferiram golpes em Paola. Uma das travestis teria golpeado a vítima com uma barra de ferro, mas a perícia não verificou ferimentos além das facadas nas costas, no peito e no pescoço.
