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Interior

Policial e professora acusados de extorsão passam por audiência hoje

Waldison Francisco e Dirce Veron estão presos desde segunda acusados de cobrar R$ 120 mil para índios não invadirem sítios

Helio de Freitas, de Dourados | 23/10/2019 10:48
Os R$ 30 mil em notas de R$ 100 apreendidos com professora e policial (Foto: Adilson Domingos)
Os R$ 30 mil em notas de R$ 100 apreendidos com professora e policial (Foto: Adilson Domingos)

O sargento da Polícia Militar Waldison Candido Francisco, 46, e a professora indígena Dirce Cavalheiro Veron, 45, presos segunda-feira (21) acusados de extorsão, passam por audiência de custódia às 13h30 de hoje na 2ª Vara Criminal de Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Presos pelo SIG (Setor de Investigações Gerais) e pela Corregedoria da PM, os dois são acusados de exigir dinheiro para acabar com as ameaças de invasões a sítios localizados nos arredores da Aldeia Bororó, região oeste de Dourados.

Inicialmente eles cobraram R$ 150 mil, mas depois reduziram o valor para R$ 120 mil, pagos em quatro parcelas semanais de R$ 30 mil. No momento em que foram presos, no estacionamento de um mercado de Dourados, eles tinham acabado de receber a primeira parte da extorsão.

Há um ano as propriedades estão cercadas por índios que moram na reserva de Dourados e desaldeados, vindos de outras regiões de Mato Grosso do Sul. Os proprietários alegam que as terras nunca pertenceram aos índios e tiveram de contratar seguranças particulares para evitar invasões. O local foi palco de vários confrontos, com vítimas dos dois lados.

Filha do cacique Marcos Veron, morto em 2003 em confronto com funcionários de uma fazenda em Juti, Dirce Veron está presa em uma cela da 1ª Delegacia de Polícia Civil, em Dourados.

O sargento PM, também de origem indígena e morador da Aldeia Jaguapiru, em Dourados, foi levado para o Presídio Militar em Campo Grande. Ontem ele passou por audiência de custódia na Justiça Militar e teve o flagrante transformado em prisão preventiva.

De acordo com a Polícia Civil, a extorsão começou após o feriado do dia 12 deste mês. Nesse dia, houve várias tentativas de invasão contra os sítios localizados entre a Avenida Guaicurus e a reserva indígena.

Três dias depois, Dirce e Waldison fizeram contato com os proprietários e pediram dinheiro para acabar com as ameaças de invasão. Para provar que tinham poder de liderança sobre os índios, prometeram que no fim de semana seguinte (dias 19 e 20) não haveria ameaça de invasão. De fato não houve, segundo o delegado Rodolfo Daltro.

Segundo Rodolfo Daltro, foram pelo menos três encontros entre os dois acusados e sitiantes para negociação do valor. A polícia segue com as investigações, pois há suspeita de participação de outras pessoas no crime.

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