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Interior

Quadrilha familiar usava caminhões de laranja para traficar maconha

Quatro pessoas da mesma família e outros dois envolvidos no esquema foram presos hoje; dois motoristas tinham sido presos em setembro deste ano com maconha embaixo de caixas de frutas

Helio de Freitas, de Dourados | 23/11/2017 12:19
Caminhão da quadrilha apreendido no dia 18 de setembro com maconha embaixo de caixas usadas para transportar laranja (Foto: Arquivo)
Caminhão da quadrilha apreendido no dia 18 de setembro com maconha embaixo de caixas usadas para transportar laranja (Foto: Arquivo)

A quadrilha comandada por membros de uma mesma família desmantelada hoje (23) pela Operação DNA da Polícia Federal usava caminhões de transporte de laranja para levar maconha para outros quatro estados brasileiros. Oito mandados de prisão e 11 de busca e apreensão foram cumpridos em Dourados, Fátima do Sul e Vicentina.

Dois caminhões do grupo tinham sido interceptados pela Polícia Rodoviária Federal no dia 18 de setembro deste ano na MS-376, no município de Nova Andradina, com 3,2 toneladas de maconha. Os fardos estavam escondidos embaixo de caixas vazias de laranja.

O Campo Grande News apurou que os chefões da quadrilha colocavam os caminhões usados no transporte da droga em nome dos motoristas. Em caso de apreensão da carga, como ocorreu em setembro, ficaria mais difícil a polícia chegar até eles.

A base de comando do grupo funcionava em Dourados, a 233 km de Campo Grande, onde foram presos os quatro chefes do esquema, todos familiares. Uma prisão foi feita em Fátima do Sul.

O dono de um sítio usado na rede de tráfico, localizado em Vicentina, foi preso em Dourados. Outros dois envolvidos já estavam presos, um na penitenciária de Dourados e outro em Campo Grande.

Os policiais federais prenderam ainda um morador de São Paulo encontrado na casa de um dos membros da quadrilha. O homem não estava na lista de suspeitos com mandados de prisão decretados na Operação DNA, mas foi preso por usar documento falso. A PF investiga se ele tem ligação com os traficantes douradenses.

Delegados Nivaldo (à esquerda) e Franco falam sobre a Operação DNA (Foto: Helio de Freitas)
Delegados Nivaldo (à esquerda) e Franco falam sobre a Operação DNA (Foto: Helio de Freitas)

O esquema – Em entrevista coletiva nesta manhã, os delegados Nivaldo Lopes da Silva, chefe regional da PF em Dourados, e José Antonio Franco, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da superintendência em Mato Grosso do Sul, informaram que a quadrilha trazia a droga da região de fronteira e colocava nos caminhões, que eram mantidos em Dourados.

Com a desculpa de trazer cargas de laranja, principalmente de São Paulo, a quadrilha levava a maconha embaixo das caixas vazias. Depois que entregava a droga aos traficantes dos grandes centros, os caminhões eram carregados com laranja e as cargas comercializadas em Dourados. “Mas o negócio legal era apenas uma fachada para a verdadeira atividade da quadrilha, que era o tráfico”, disse o delegado, como mostra o vídeo abaixo.

Bens – O patrimônio da quadrilha confiscado por ordem judicial se aproxima de R$ 4 milhões, segundo a PF. Cinco imóveis já foram sequestrados, sendo três casas e duas chácaras onde a droga era armazenada em galpões. A maconha ficava estocada em Dourados e Vicentina até ser levada para SP, Minas Gerais, Rio e Paraná.

Foram apreendidos 31 veículos durante a operação desta quinta-feira, entre caminhões usados no transporte da droga, carros, motos, uma lancha e um jet-ski.

Segundo o delegado Franco, a quadrilha também usava empresas de transporte para fazer a lavagem do dinheiro do tráfico. Os policiais também apreenderam hoje quatro armas de fogo e pelo menos 700 gramas de cocaína em uma das casas, mas não foi possível identificar se a droga era destinada ao tráfico ou para uso próprio dos investigados.

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