Seis meses após despejo, começa construção de escola em área pública

Seis meses após quatro famílias serem despejadas pela Justiça, com apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal, começou a construção de um centro de educação infantil em um terreno da prefeitura, na Vila Erondina, região sul de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.
A área pública, em frente ao Parque Ambiental Rego D’Água, era ocupada há pelo menos 15 anos por 13 pessoas da mesma família. No dia 10 de agosto do ano passado, a pedido da prefeitura, um oficial de Justiça acompanhado por policiais e guardas municipais foi ao local e despejou as famílias.
Móveis, roupas e utensílios de cozinha foram retirados das casas e colocados na rua. Máquinas da prefeitura derrubaram as casas, sob protesto dos moradores. O terreno ficou desocupado até agora. Neste mês a área foi cercada, recebeu uma placa e a construção já foi oficialmente iniciada, segundo a prefeitura.
Na época do despejo, a prefeitura informou que o projeto da obra já tinha sido aprovado no Ministério das Cidades, o que impedia a construção em outra área.
“A área foi destinada à construção de um Ceim para atender a comunidade. A construção não pode ser em outro terreno porque a aprovação do projeto já aconteceu. Se mudar o local, perde o recurso”, informou a prefeitura. O projeto foi cadastrado pela administração anterior e o dinheiro liberado em 2017.
Contrariando os moradores, de que o despejo foi feito sem uma solução sobre o destino deles, a prefeitura diz que as famílias recusaram as medidas paliativas oferecidas. A primeira notificação para desocupação foi feita em 2015, mas o pedido de reintegração da área foi feito no dia 4 de julho de 2017.
O borracheiro Adão Pereira da Silva, um dos despejados do terreno, disse na época do despejo que a área tinha sido doada ao antigo morador na administração do ex-prefeito Braz Melo (PSC), atualmente vereador em Dourados. No início dos anos 2000, Adão comprou o terreno se mudou com a família, de onde foi retirado, há seis meses.