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Interior

Suposto sucessor de "Minotauro" é solto após pagar R$ 80 mil de fiança

O valor foi determinada pelo juiz Marcelo Guimarães Marques, da 2ª Vara Criminal de Ponta Porã, durante audiência de custódia

Geisy Garnes | 23/01/2020 17:12
Para a polícia, Edson uma liderança do PCC (Foto/Divulgação)
Para a polícia, Edson uma liderança do PCC (Foto/Divulgação)

Edson Barbosa Salinas, considerado o sucessor do narcotraficante Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, o “Minotauro”, foi liberado nesta quinta-feira (23) após pagar fiança de R$ 80 mil a justiça de Ponta Porã. Conhecido pela polícia como “Salinas Riguaçu”, o suspeito foi preso com uma pistola 380 após se envolver em um acidente de trânsito.

A fiança foi determinada pelo juiz Marcelo Guimarães Marques, da 2ª Vara Criminal de Ponta Porã, durante audiência de custódia. Na decisão, o magistrado alegou que Salinas tem três empregos e “aparenta apresentar riquezas”, já que no momento da prisão foi flagrado com R$ 4.250 e mais 4.200 dólares.

Os R$ 80 mil foram divididos em dez boletos de R$ 8 mil, mas todas as parcelas foram pagas juntas nessa quinta-feira. Além da fiança, Salinas precisou assinar um termo de comparecimento mensal em juízo e também em todos os atos do processo.

Para a Polícia Civil, Salinas é sucessor de Minotauro, hoje preso em Santa Catarina, e o responsável por ordenar pelo menos dois assassinatos na fronteira: o da advogada Laura Marcela Casuso e do empresário e ex-candidato a prefeito Chico Gimenez.

Os dois foram mortos durante uma guerra declarada entre o narcotraficante do PCC e o clã de Jarvis Gimenes Pavão pelo controle do tráfico de drogas na região de fronteira do Brasil com o Paraguai.

Chico Gimenez era tio de Pavão e foi assassinado no ano passado após ter a casa fuzilada por pelo menos 16 pessoas. No local foram encontradas 190 cápsulas calibres 5.56 e 7,62. Laura Marcela trabalhava na defesa do narcotraficante e foi morta em 2018. Ela foi atingida por pelo menos 10 tiros de pistola 9 milímetros.

Salinas ainda é investigado pelo envolvimento na fuga de 76 presos da Penitenciária Estadual de Pedro Juan Caballero, onde estavam presos oito pistoleiros ligados a Minotauro. Os foragidos estavam na unidade desde fevereiro de 2019, quando foram encontrados em casas de luxo com armas, munições e drogas. As residências estariam em nome de Edson.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, apesar das investigações, Edson Salinas ainda não responde a processo na justiça brasileira.

Rodrigo Antunes Flores, o cunhado de Edson, também foi liberado após pagar fiança de R$ 40 mil. O juiz determinou as mesmas medidas cautelares para os dois.

Assim como o cunhado, Rodrigo é investigado por dar apoio aos foragidos do presídio paraguaio. Ele foi preso junto com Salinas, durante a briga de trânsito, por policiais do Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).

Armas apreendidas pela polícia com Edson e Fábio (Foto: Divulgação)
Armas apreendidas pela polícia com Edson e Fábio (Foto: Divulgação)

Entenda – Os policias o viram Salinas na rua, armado com pistola calibre 380, discutindo com Fábio Lopez Vilhalva, 23 anos, este, com pistola calibre 9 mm. Além deles, também foi preso Rodrigo, que dirigia a Toyota SW4 e, segundo os policiais, em visível estado de embriaguez.

Na delegacia, Edson e o cunhado disseram que o motorista do Gol emparelhou com a SW4, apontou uma arma para eles e fugiu. Após perseguição, a briga evoluiu para ameaças, mas foi interrompida pela polícia.

Fábio alegou que começou a ser seguido depois de forçar ultrapassagem. No carro com ele estavam a mulher, a cunhada e dois filhos de, 3 e 2 anos. Pouco antes de a polícia chegar, a família diz que ameaçada por Edson. Testemunhas relataram que Salinas gritava que “eles não sabiam com quem estavam mexendo” e chegou a mostrar uma foto no próprio celular para provar ter matado gente importante.

Rodrigo foi indiciado por ameaça, porte ou posse ilegal de arma e condução de veículo sob efeito de álcool; Edson e Fábio por ameaça e porte de arma ilegal.

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