Suspeito de estuprar filha, homem diz que não chegou a tempo para enterro
Luis Benitez Vargas conversou com repórteres, mas diante de promotor ficou em silêncio

Apontado pela polícia como principal suspeito de ter estuprado a filha de sete anos de idade que morreu ontem (24) na fronteira, o paraguaio Luis Benitez Vargas, 36, disse que não chegou a tempo para o enterro da criança.
O caso ocorreu em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande. A menina foi levada ao Hospital Regional da cidade com hemorragia digestiva aguda, mas morreu antes de receber socorro. A autópsia confirmou que ela sofria violência sexual.
Quando chegava ao departamento de investigação de homicídios da Polícia Nacional acompanhado por advogado para se entregar, Vargas conversou com repórteres e disse que estava fora da cidade, trabalhando, por isso não compareceu ao velório e ao enterro da filha.
A ausência dele foi considerada pela polícia e pelo Ministério Público como mais um indício para reforçar a suspeita de que o próprio pai tenha estuprado a criança. Interrogado pelo promotor Álvaro Rojas, o homem ficou em silêncio. Ele vai continuar preso durante as investigações.
De acordo com o subcomissário da Polícia Nacional Francisco Talavera, Luis Vargas trabalha em lavouras de maconha na região de Sargento José Félix López, no Departamento (equivalente a Estado) de Concepción, a 200 km de Pedro Juan Caballero.
A mulher dele e mãe da criança, Reinalda Ramona Benitez, 38, foi presa ainda na noite de ontem acusada descumprir o dever de cuidado.
Ela é suspeita de acobertar a violência sexual contra a filha alegando que a menina teria se machucado ao cair da cama. O médico forense Cesar González disse que a autópsia descarta ferimento por queda e confirma a violência sexual, praticada há algum tempo.
Apesar de Vargas ser o principal suspeito, o subcomissário Francisco Talavera disse que a polícia não descarta a hipótese de a criança ter sido estuprada por outra pessoa. Os policiais investigam todos que tinham acesso à família.