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Interior

Vereador quer vender terrenos públicos para tapar buracos das ruas

Mauricio Lemes Soares diz que existem pelo menos 400 terrenos da prefeitura que poderiam ser vendidos e o dinheiro destinado exclusivamente para recuperar vias tomadas pela buraqueira

Helio de Freitas, de Dourados | 24/04/2019 14:41
Equipe tapa buraco em Dourados, mas serviço é insuficiente e ruas continuam intransitáveis (Foto: A. Frota/Divulgação)
Equipe tapa buraco em Dourados, mas serviço é insuficiente e ruas continuam intransitáveis (Foto: A. Frota/Divulgação)

Com a segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul tomada pelos buracos, o vereador Mauricio Lemes Soares (PSB) teve uma ideia que promete causar muita polêmica em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Ele quer colocar à venda os terrenos públicos sem uso no perímetro urbano para o dinheiro ser destinado exclusivamente para tapar os buracos e recapear as ruas mais críticas.

Com exceção das três avenidas centrais recapeadas pelo governo do Estado e outras vias recuperadas na administração anterior, como trecho da Presidente Vargas, a Ponta Porã, a Monte Alegre e a Coronel Ponciano, as demais ruas da cidade estão intransitáveis de tantos buracos.

Afundada em crise financeira, a prefeitura não dá conta de tapar os buracos nem mesmo com o serviço paliativo usando massa fria. No mês passado o município anunciou a abertura de licitação de R$ 5 milhões para recuperar as ruas, mas o resultado prático pode levar até seis meses.

Ao Campo Grande News, Mauricio disse que existem pelo menos 400 áreas públicas que poderiam ser vendidas para a iniciativa privada. “Entre essas áreas existem terrenos há 20, 30 anos sem nenhuma utilização, causando insegurança à população e deixando de gerar arrecadação para o município”, afirmou.

Aliado da prefeita Délia Razuk (PR), Mauricio diz que ainda não sabe de que forma a proposta será apresentada, se através de projeto do próprio Legislativo ou por parte do Executivo. “Muitas discussões precisam ser feitas na Câmara e pretendo abrir uma frente parlamentar para esgotar o assunto”.

O vereador afirma que a ideia não é incluir no pacote as áreas reservadas para construção de postos de saúde e escolas. “Muitos desses terrenos já estão em áreas que já possuem equipamentos públicos suficientes”.

Segundo ele, a ideia é fazer um levantamento em todo o município para identificar essas áreas e descobrir o valor de mercado. “Também teremos de sentar com o Ministério Público para avaliar essa proposta, mas em todo o país existe uma discussão para enxugar o governo e manter só aquilo que é importante”.

Mauricio Lemes Soares cita como exemplo uma família formada por cinco pessoas. “Com o tempo os filhos se casam, se mudam e a casa fica grande só para o casal, que só ocupa a sala, a cozinha e o quarto. É preciso fazer também esse ajuste no poder público. Temos de tocar nesse assunto, por mais que seja sensível”, afirmou.

Eleito pela primeira vez em 2011, Mauricio Lemes Soares cumpriu mandato por quatro anos na Câmara (2012 a 2016), mas não conseguiu se reeleger e ficou como suplente.

Entretanto, no final do ano passado ele voltou para o Legislativo, na vaga aberta com o afastamento de Idenor Machado (PSDB), preso e denunciado por corrupção. Em fevereiro deste ano, Mauricio assumiu como titular a vaga deixada pelo radialista Marçal Filho (PSDB), eleito deputado estadual.

Presente à Câmara nesta semana quando Mauricio apresentou a ideia, o secretário de Governo Celso Schuch dos Santos defendeu a proposta, sinalizando que a prefeita Délia Razuk apoia a iniciativa.

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