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Interior

Vistoria encontra escola sem água e equipamento de informática sem uso

Programa em defesa da educação foi implantado em Rio Brilhante e promotores encontraram alunos fazendo atividades físicas embaixo de um pé de figueira porque quadra não tem cobertura

Helio de Freitas, de Dourados | 28/09/2015 15:32
Procurador Pedro Gabriel Siqueira com equipamentos estocados e sem uso em escola (Foto: Luciano Lopes da Costa/Divulgação)
Procurador Pedro Gabriel Siqueira com equipamentos estocados e sem uso em escola (Foto: Luciano Lopes da Costa/Divulgação)

O município de Rio Brilhante, a 163 km de Campo Grande, é o terceiro de Mato Grosso do Sul a receber o MPEduc, programa do Ministério Público Federal e Estadual para desenvolvimento da educação básica em escolas públicas do Estado.

Após a audiência pública de instalação do programa, na quarta-feira (23), foram feitas vistorias em duas escolas da cidade. De acordo com a assessoria do MPF, entre os principais problemas levantados na audiência estavam indisciplina dos alunos e o despreparo dos professores para lidar com a situação.

Também foi verificado que os alunos da Escola Estadual Etalívio Pereira Martins ficaram três dias consecutivos sem aula por falta de água. Na quinta-feira (24), o procurador da República Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves, pela promotora de Justiça Rosalina Cruz Cavagnolli, representantes da OAB e servidores do Ministério Público vistoriaram duas escolas da cidade.

A primeira vistoria ocorreu na Escola Municipal Rural Artur Tavares de Melo, a 70 km de Rio Brilhante. Segundo a assessoria do MPF, o grupo constatou inexistência de muros, de cobertura na quadra de esportes, de ar-condicionado nas salas e de sinalização que auxilie na localização do estabelecimento de ensino.

Em algumas dependências da parte desativada da escola existem buracos nos telhados e acúmulo de entulho, servindo de abrigo para animais peçonhentos. O MP apontou necessidade de limpeza do gramado, reforçar a manutenção dos ventiladores de teto já instalados e delimitar o estacionamento para embarque e desembarque em ônibus escolar.

Na sombra de uma figueira – “Chamou a atenção dos visitadores o fato de as crianças terem de desenvolver as atividades físicas embaixo de um pé de figueira localizado ao lado da escola, porque a quadra de esporte não possui cobertura para proteção do sol ou da chuva”, afirma o MP.

A segunda vistoria ocorreu na Escola Estadual Etalívio Pereira Martins, no centro da cidade. Os promotores constataram sistema de armazenamento de água insuficiente para atender as necessidades dos alunos, já que há apenas quatro caixas d'água de pequeno porte para 1.200 alunos, que frequentemente são dispensados por falta de água. Além disso, a cozinha foi considerada extremamente pequena e em local inadequado – ao lado dos banheiros.

Computadores sem uso – A vistoria constatou que a escola recebeu do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) 18 CPUs e 36 monitores para a sala de informática. Entretanto, após um ano da entrega, os equipamentos permanecem empacotados e não foram instalados porque não há mesas e cadeiras.

O Ministério da Educação também destinou à escola 16 tablets para a preparação das aulas, que não são utilizados devido a dificuldades com a conexão à internet via wi-fi.

“Por fim, três laboratórios construídos há três anos para práticas pedagógicas das disciplinas de biologia, física e química não estão em funcionamento porque faltam instrumentos e utensílios necessários à realização dos experimentos. Atualmente, eles são utilizados como depósitos para os instrumentos da banda de música da escola e outros itens”, constatou o MP.

Aula de educação física à sombra de árvore; quadra de esportes não tem cobertura (Foto: Luciano Lopes da Costa/Divulgação)
Aula de educação física à sombra de árvore; quadra de esportes não tem cobertura (Foto: Luciano Lopes da Costa/Divulgação)
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