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Cidades

Mesmo identificados, agressores de rapaz morto em Portugal estão livres

Ana Paula Carvalho | 13/02/2012 18:40

Laudo necroscópico apontou traumatismo craniano como causa da morte

Hemerson teve traumatismo craniano (Foto: Facebook)
Hemerson teve traumatismo craniano (Foto: Facebook)

A polícia de Portugal já identificou os sete envolvidos no assassinato de Hemerson Pereira FortKamp, de 30 anos, morto no dia 29 de janeiro deste ano, após ser espancando quando sai de uma boate no centro de Lisboa.

De acordo com a mãe dele, Antônia Moreira Pereira, de 45 anos, a polícia conseguiu identificar cinco homens e duas mulheres, graças às imagens feitas por câmeras da boate, mas até agora nenhum deles foi preso.

Ainda segundo ela, para conseguir qualquer informação é preciso ficar ligando na delegacia. “A polícia não diz nada, a única coisa que respondem é que eles não têm só esse caso e que por isso tem que esperar a vez”, relata, indignada.

Antônia teme que o caso caia no esquecimento e os assassinos fiquem impunes. “Aqui (Portugal) nada se fala sobre o assunto, já está completamente esquecido. Para eles é menos um brasileiro. Temos falado sobre isso todos os dias no Facebook, mas só os amigos do Hemerson vêem”, conta.

Hoje, Antônia recebeu o laudo necroscópico com as causas da morte de Hemerson. De acordo com o documento, a causa da morte foi lesão traumática no crânio encefálico causada por uma ação contundente que resultou em uma etiologia média legal – homicídio, ou seja, a existência de alterações irreversíveis das funções vitais, sistema nervoso central, sistema cardiovascular e sistema respiratório causadas pelas lesões traumáticas.

Ainda de acordo com o laudo, Hemerson morreu às 17h15. Antônia tentou ajuda para trazer o corpo do filho para Campo Grande, para enterrar perto dos parentes, mas como não conseguiu, ele foi velado e cremado em Lisboa.

“Sabe o que é você ter em sua casa um pote com cinzas e saber que é o seu filho que está ali? Dói muito. É tudo o que eu tenho do meu filho: cinzas e uma dor muito grande no meu peito”, conta, durante entrevista feita por MSN.

Antônia não quer mais ficar em Portugal. Ela tem uma filha em idade escolar e precisa esperar que ela acabe o ano letivo para voltar ao Brasil.

Agressão- De acordo com Antônia, a discussão na fila da casa noturna começou por causa da música do Michel Teló “Ai se eu te pego”. “Meu filho adorava essa música. Ele ouvia o dia todo e parece que ele cantou essa música para uma mulher. ‘O que você está falando aí ô brasileiro?’ foi o que um homem que estava com ela perguntou ao meu filho”, relata.

Ainda segundo ela, o primo de Hemerson, André Pereira Fresneda, de 26 anos, estava com ele na boate e disse ao homem que lá “não havia brasileiro nem português, que todos eram iguais” e o homem disse que eles veriam isso fora de lá. Foi o que aconteceu. Quando os dois saíram, três homens e duas mulheres esperavam do lado de fora.

Os dois chegaram a correr, mas Hemerson caiu. Ele foi brutalmente atacado. Um das mulheres bateu na cabeça dele com uma garrafa de vidro e a outra com uma pedra que estava em uma meia calça. Mesmo após estar desacordado, ele continuou sendo agredido. “Meu filho estava com o rosto todo preto de tanta pancada que levou”, relata.

André, também ficou bastante machucado, mas conseguiu correr e, com a ajuda de outro brasileiro que passava pelo local, conseguiu entrar em um táxi.

A agressão começou às 07h22, segundo a Polícia, mas entre o espancamento e a entrada de Hemerson no Hospital se passaram 55 minutos. Às 12h, Antônia conseguiu conversar com a médica. Ela avisou a mãe que o estado de saúde dele era muito grave. O rapaz havia sofrido parada cardíaca, a equipe tentou reanimá-lo, e não havia mais nada que pudesse ser feito.

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