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Cidades

Mulher deixa cárcere após 15 anos de agressões do marido

Redação | 03/04/2009 16:30

No próximo domingo, mudas de árvores serão plantadas no Parque Ayrton Senna para mais uma vez lembrar a proporção da violência contra a mulher.

Segundo as organizadoras, dados da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher mostram que no ano de 2007 foram registrados, em Mato Grosso do Sul, 7.365 casos de violência contra mulher, já em 2008 este número cresceu para 23.745.

O ato é pelo fim de histórias como de uma mulher que após 15 anos de agressões e ameaças, aos 34 anos resolveu se separar e foi encarcerada pelo marido. Nesta sexta-feira ela pegou as malas para mudar de residência e espera começar uma nova vida.

O crime foi descoberto por policiais da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) ontem à tarde, e o homem preso na residência da família, no Jardim Colúmbia em Campo Grande.

Para garantir a segurança da vítima, cujo nome será preservado, e dos filhos do casal, a Justiça solicitou a mudança dos quatro para um local que deverá ser mantido em sigilo. "Daqui a dez dias ele vai estar solto. E vai voltar com mais raiva", diz a mulher.

Ela conta que sofre com as ameaças e agressões do marido desde que se casou, há 15 anos. "Ele já era agressivo, e com o tempo piorou", conta. Mas, justifica o fato de não o ter denunciado antes porque eles moravam na fazenda, onde não havia acesso à Polícia.

Em 2003, quando a família mudou-se para o Jardim Colúmbia, a situação entre o casal piorou. "Ele deixou de trabalhar registrado e bebia muito", afirma a mulher. Depois de algum tempo, passou a dizer que mataria os três filhos, de 13, 11, e 8 anos, caso a mulher se separasse dele.

A vítima decidiu então denunciá o caso à Polícia no ano de 2006. Mas, somente três anos depois disso, quando ele cerceou totalmente sua liberdade, é que ela conseguiu que o marido fosse preso.

"Deixei tudo pra trás e vou embora, porque ele prometeu que vem atrás de mim", revela. Apesar de ter que deixar a casa e os móveis, ela confessa que pretende viver de forma tranqüila. "Chega de sofrer, sofri demais. Não tinha liberdade, nem meus filhos podiam sair de casa", lembra.

Agora, ela garante que não quer ver o marido novamente, e espera recomeçar a vida. "Eu espero ser feliz. E que ele seja também", afirma. E recomenda que as mulheres que passam por situações semelhantes procurem ajuda, para que tenham a chance de levar uma vida segura.

No ano passado, 39 homicídios dolosos de mulheres foram registrados, aqueles onde existe intenção de matar.

Ato público - O ato contra a violência começa às 8h30 no parque do Aero Rancho. Vão se apresentar o DJ Gil, cantor Elanio, haverá show com o grupo Sem Preconceito e Grafiiti e quem aparecer também assistirá a teatro e poderá participar de oficina de desenho.

Até a campeã nacional de queda de braço, Cris Regiane, vai participar, desafiando o público

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