ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 32º

Cidades

Mutirão libertou 1302 presos em Mato Grosso do Sul

Redação | 09/11/2009 07:14

Em 90 dias de trabalho em Mato Grosso do Sul, o mutirão carcerário concedeu liberdade a 1.302 presos.

O número é resultado da análise de 8.154 processos nas comarcas de Campo Grande, Dourados, Naviraí, Corumbá, Três Lagoas e Paranaíba. O trabalho do mutirão carcerário também deu progressão de pena a 1.794 presos.

Os trabalhos foram realizados de 13 de agosto a 5 de novembro. A solenidade de encerramento está marcada para as 16h desta segunda-feira, no plenário do Tribunal do Júri do Fórum de Campo Grande.

Os juízes reexaminaram processos de presos provisórios e condenados, e vislumbraram a possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.

Foram reexaminados processos de cumpridores de medidas de segurança; processos de cumpridores de medidas restritivas de liberdade, provisórias e definitivas, aplicadas pela Varas da Infância e da Juventude; além de processos de presos pendentes de recambiamento, provisórios e condenados, para outros Estados.

Coube também à equipe do mutirão verificar processos de condenados, definitivos ou não, nas varas criminais e nas de execução penal; a expedição de guias de execução e unificação e soma de penas; o reexame de processos de competência da justiça federal, de presos provisórios, condenados ou não, em primeiro e segundo graus.

Para o juiz Alexandre Antunes, coordenador dos trabalhos cartorários do mutirão, o trabalho foi muito produtivo porque proporcionou um diagnóstico do que é necessário modificar, permitindo uma prestação jurisdicional mais rápida.

"Pudemos perceber que é possível melhorar no que se refere ao cálculo de pena, contudo no que se refere à estrutura física dos presídios o judiciário nada pode fazer. Podemos apenas opinar, pleiteando melhorias", disse.

Para o juiz auxiliar da Corregedoria, Fábio Possik Salamene, o mutirão também foi bom para mostrar que os investimentos em ressocialização são insuficientes e muito aquém do mínimo necessário.

"Um interno não ressocializado possivelmente voltará a delinquir e quem sofrerá com isso é a sociedade. A reincidência no Brasil chega a 70%. Nos EUA e na Europa a 16%. No Chile e na Argentina, 26%. Um crime contra a nossa sociedade", destacou Fábio.

O juiz federal também destacou os efeitos indiretos do mutirão. "Podemos citar, por exemplo, a parceria com o Senai, que qualificará a mão-de-obra dos detentos, preparando-os para reinserção na sociedade, ou ainda a parceria com a Previdência Social, que fará uma revisão da situação previdenciária dos presos, cruzando os dados com o banco de dados do INSS, ou até a mudança de mentalidades", apontou.

Nos siga no Google Notícias