ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 32º

Cidades

PF vai apurar fraude em concurso que "aprovou" parentes na UFMS, diz TCU

Edivaldo Bitencourt e Aline dos Santos | 12/08/2014 15:35
Reitora da instituição, Maria Célia Oliveira, teria beneficiado genros (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Reitora da instituição, Maria Célia Oliveira, teria beneficiado genros (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

O TCU (Tribunal de Contas da União) encaminhou à PF (Polícia Federal) denúncia de fraude em concurso público na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e determinou que a instituição de ensino reforce a segurança no processo seletivo para a contratação de servidores.

Segundo o acórdão 4021, publicado na edição de hoje do Diário Oficial da União, um documento apócrifo, “com riqueza de detalhes”, apontou fraudes no concurso 06/2011, especificamente para o cargo de assistente de administração (classe D).

Foi relatada a existência de supostas ligações entre candidatos aprovados e servidores, empregados, autoridades da UFMS e parentes da reitora Célia Maria Silva Correa de Oliveira. Conforme o denunciante, Ernani Broering Luz e Alexandre Moreira do Carmo Lewergger, apontados como genros da reitora, foram classificados em 11º e 14º lugares.

A primeira colocada foi Dalva Maciel Corrêa, irmã de Jacqueline Maciel Corrêa, então secretária do pró-reitor de Pesquisa e Pós Graduação. O segundo classificado para o cargo de assistente de administração foi Brayan Correa de Campos, filho de Jaqueline. A denúncia também cita a aprovação da esposa de Brayan em 62ªº lugar (“fora do número de vagas previsto no edital, mas com grandes perspectivas de ser convocada devido às aposentadorias”).

O relatório do tribunal aponta que ainda não foi possível comprovar os vínculos conjugais. Porém, atesta o parentesco de Dalva, Jacqueline e Brayan.

“Desde o início dos trabalhos, tínhamos a noção de que dificilmente comprovaríamos de forma inequívoca a fraude supostamente cometida. Isso porque não dispomos das prerrogativas inerentes às organizações policiais para empreitadas desse porte”, afirma o ministro José Jorge nas considerações finais.

O relatório traz um quadro sinótico de informações úteis em uma possível investigação do departamento de Polícia Federal. Todos os documentos também serão repassados ao MPF (Ministério Público Federal) e ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O acordão 4021 foi votado em cinco de agosto.

Segurança – De acordo com o relatório, as provas foram impressas no parque gráfico da instituição em Campo Grande, localizado no Morenão. Segundo o tribunal, a gráfica não está preparada para a impressão de provas de concursos públicos ou de qualquer documento que requeira sigilo sobre o conteúdo.

O TCU fez três recomendações à UFMS sobre medidas de segurança para realização de concursos.
Em novos processos seletivos para contratação de servidores, a universidade deve promover estudos técnicos sobre padrões de segurança atualmente exigidos; dotar o parque gráfico de estrutura física, operacional e tecnológica necessárias para a impressão de documentos que requeiram sigilo acerca do seu conteúdo; e aprimorar os procedimentos de segurança existentes por meio da instalação de câmaras de videomonitoramento em todos os ambientes em que são realizadas atividades estratégicas, a exemplo da sala de leitura de cartões-respostas, bem como exija condições análogas se o processo seletivo ficar sob a responsabilidade de instituição executora contratada.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da UFMS, que prometeu se manifestar amanhã sobre a denúncia.

Nos siga no Google Notícias