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Cidades

Processo de exoneração de PM que matou jovem está pronto e família pede Justiça

Graziela Rezende | 28/08/2013 12:06
Família de Ike no Fórum de Campo Grande, no dia 7 de fevereiro. (Foto: Arquivo)
Família de Ike no Fórum de Campo Grande, no dia 7 de fevereiro. (Foto: Arquivo)

Há dois meses de se completar um ano da morte do jovem Ike Cézar Gonçalves, 29 anos, a família ainda procura um explicação para o crime e o motivo da impunidade. Ao findar uma discussão, na madrugada do seu aniversário, a vítima levou um tiro na testa por um policial da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), em uma boate da rua Brilhante, em Campo Grande.

“Nós recebemos a informação, de maneira extraoficial, que o processo de exoneração do assassino está pronto e muitos colegas da corporação nos dizem que querem muito que ele seja expulso. Nunca vai ser igual, até hoje não consigo uma explicação para isso, mas também não queremos que o caso permaneça impune”, afirma a mãe de Ike, Jaci Vieira do Nascimento, 50 anos.

Desde o dia do crime, ela conta que não consegue dormir e a dor se agravou com a soltura de Bonifácio dos Santos Júnior, 36 anos. Durante audiências, várias testemunhas disseram que ele estaria embriagado e apontou a arma na direção da cabeça da vítima, afirmando a todo o momento que era policial.

Porém, ao contrário, a defesa alega que os tiros disparados por Bonifácio foram para o alto, na intenção de afastar a multidão e encerrar a confusão. No dia em que foi solto, após um mês em que o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa conseguiu o HabeasCorpus, a família da vítima peregrinou em diversos órgãos da Justiça, mas não soube ao certo o motivo.

“Eu pedi licença da empresa que trabalhava e depois saí, porque não consigo mais trabalhar. Os filhos dele ainda sofrem muito, um deles inclusive está com problemas mais graves. Parece que todos nós perdemos o espaço no mundo e com o bandido nada acontece”, lamenta a mãe de Eike.

O comandante da PM, Coronel Carlos Alberto David dos Santos, confirmou ao Campo Grande News que o processo do policial será enviado ainda hoje, da corregedoria para o comando, e que vai aguardar o trâmite legal para analisar o documento e se pronunciar sobre o fato.

Crime - Bonifácio, estava com o amigo Osni na casa de show quando ao sair se deparou com uma confusão no local. Segundo relatos de testemunhas à Polícia Civil, por volta das 4h da manhã, alcoolizado o policial começou a atirar nas pessoas, quando Ike, que não estava envolvido na confusão, foi perguntar por que ele estava atirando. Nesse momento Bonifácio atirou e atingiu a vítima na testa.

Após o crime, o amigo do policial deu fuga para ele em um veículo Peugeot. Ike chegou a ser socorrido, levado ao posto de saúde e devido aos ferimentos, foi encaminhado para a Santa Casa, onde morreu 2h depois de ser baleado. Ele trabalhava como técnico de enfermagem e tinha bancas no Camelódromo. Ike foi sepultado no dia em que faria 29 anos.

 

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