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Retrospectiva 2011

Flagelo da droga tomou proporções assustadoras em 2011

Viviane Oliveira | 27/12/2011 16:19

RETROSPECTIVA

As notícias envolvendo dependentes químicos ganharam proporções ainda mais graves

Dependente química com a filha de três meses no colo. (Foto: Viviane Oliveira)
Dependente química com a filha de três meses no colo. (Foto: Viviane Oliveira)

Dependente química mãe de três crianças vive na miséria, pai espanca bebês de 9 meses, usuário de droga morre após se jogar de uma passarela no rio Anhanduí. São notícias que marcaram 2011 e revelam o flagelo da droga que a cada ano toma proporções assustadoras em Mato Grosso do Sul.

Há quatro anos a dependente química Laurilê da Silva, 26 anos, mãe de três crianças vive na miséria por causa do vício. No dia 23 de maio por volta das 14 horas o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender uma ocorrência de possíveis maus-tratos no jardim Noroeste, em Campo Grande. Quando chegaram ao local, se deparam com um lugar insalubre e o bebê chorando.

Um vizinho que chamou os militares após ouvir a criança chorar muito. Segundo ele, o bebê chorava de fome e a mulher sob efeito da droga não conseguia acordar. Conforme informações dos vizinhos, o episódio se repete quase todos os dias.

Dependente de pasta base de cocaína, Laurilê morava com o marido, também usuário de droga, uma criança de quatro anos que passava a maior parte do tempo na creche e o bebê. O filho mais velho do casal, de 10 anos, estava com a sogra dela.

Na época da reportagem na residência não tinha fogão muito menos botijão de gás, na pia da cozinha havia restos de comida estragada e louças sujas.

Após a reportagem do Campo Grande News por decisão da Justiça, os três filhos de dependente química que vivia com dois deles em situação de miséria, no Jardim Noroeste, em Campo Grande, foram para um abrigo.

Caixão com corpo de dependente químico é retirado do rio Anhanduí. (Foto: Pedro Peralta)
Caixão com corpo de dependente químico é retirado do rio Anhanduí. (Foto: Pedro Peralta)

Em Dourados, um homem de 33 anos dependente químico e alcoólatra espancou dois bebês gêmeos de 9 meses com um relho - uma espécie de chicote feito de couro cru. O crime ocorreu em maio no bairro Parque dos Coqueiros. Os bebês, um menino e uma menina, sofreram cortes profundos no rosto e lesões por todo o corpo, inclusive braços, barriga e cabeça.

Eles foram socorridos pelo Conselho Tutelar, avisado por vizinhos, que ouviram o choro dos nenês. Os bebês foram levados para o Hospital Universitário, onde ficaram por vários dias internados.

A mãe, uma adolescente de 15 anos, disse ao Conselho Tutelar que tentou socorrer os filhos, mas foi impedida pelo agressor. Ela afirma que o pai dos bebês é alcoólatra e dependente químico. Ele fugiu do local antes da chegada do Conselho Tutelar. O outro filho do casal, uma criança de 2 anos, presenciou toda a agressão.

O flagelo da dependência química fez mais uma vítima no início do mês de dezembro, em Campo Grande. Joaquim Moreira Alves, 30 anos, morreu após se jogar de uma passarela no rio Anhanduí, na avenida Norte-Sul.

No local, dois irmãos dele relataram que Joaquim era dependente químico e desde a adolescência estava devendo muito para traficantes. Ele também sofria de esquizofrenia, conforme os irmãos. A irmã, com quem ele morava, disse que a última pessoa com quem o rapaz conversou foi ela, para dizer que não deixaria que o matassem.

Internação - A Comissão Especial de Políticas Públicas de Combates às Drogas aprovou no último dia 7 de dezembro relatório apresentado pelo deputado federal Givaldo Carimbão (PSB-AL), que trata da repressão ao tráfico de drogas e recomenda a aprovação de 11 projetos de lei que tratam do assunto.

Entre as propostas que constam no relatório está a que prevê a internação involuntária de dependentes de drogas a partir de recomendação médica, desde que temporária para evitar a caracterização de cárcere.

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