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Cidades

Sem perícia, local de acidente com trem não é preservado

Redação | 20/03/2008 13:21

O acidente com um da ALL na noite de ontem em Água Clara está revelando mais um episódio que evidencia a fragilidade da segurança pública em Mato Grosso do Sul. Apenas um investigador da Polícia Civil acompanha as buscas aos corpos das vítimas e os trabalhos não têm qualquer tipo de orientação da perícia. Segundo apurou o Campo Grande News, um perito será deslocado de Campo Grande ou Três Lagoas para ir ao local, mas somente depois da localização dos corpos. Até lá, não há garantias de que a cena do acidente será preservada.

Cerca de 50 pessoas trabalham nas buscas, dez são bombeiros de outras cidades porque Água Clara não conta com o serviço. As fotos obtidas pelo único investigador da Polícia Civil que está no local são de um secretário da prefeitura da cidade. A polícia não tem equipamento para fotografia.

A ALL encaminhou nota à imprensa informando que a prioridade dos trabalhos é para o resgate do maquinista Husten Martins, de 26 anos, e do operador de produção Walker Félix, 31 anos, que foram soterrados. A empresa afirmou que vai abrir sindicância para apurar as causas do acidente, mas já suspeita que houve rompimento do açude próximo ao local.

O acidente foi registrado às 21h30 de ontem no quilômetro 616 da ferrovia, entre Atoladeiro e Ribas do Rio Pardo. A composição tinha duas locomotivas e 37 vagões, 22 deles carregados com soja. As duas locomotivas que tracionavam o trem e três dos vagões da composição estão tombados, praticamente submersos na terra. A previsão dos Bombeiros é de que o trabalho de resgate dure, pelo menos, até o início da noite. As chuvas prejudicam a retirada da terra, feita com uma retro-escavadeira.

Na nota à imprensa, a ALL se defende dizendo que, desde que assumiu a malha viária de Mato Grosso do Sul em 2006 implantou novas tecnologias para aumentar a segurança e produtividade conseguindo reduzir em 75% o número de acidentes no trecho Novoeste no decorrer de 2007.

A ALL explica que investiu R$ 10 milhões na via permanente do trecho no decorrer do ano passado e prevê aplicar R$ 17 milhões ao longo de 2008. O dinheiro é previsto para substituir dormentes, nivelar linha e bitola, entre outros. As locomotivas contam, agora com computadores de bordo. Hoje, trabalham 170 pessoas na manutenção da malha, que é de 1.180 quilômetros no Estado.

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