Sem-terra foram manipulados por Bonelli, acusa senador
O senador Valter Pereira (PMDB/MS) acusou o atual superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Luiz Carlos Bonelli, de estar por trás dos protestos realizados nesta sexta-feira por trabalhadores rurais sem-terra, que bloquearam rodovias em Mato Grosso do Sul para reclamar da indicação de Flodoaldo Alves como substituto de Bonelli no cargo. Responsável pela indicação do nome ao governador federal, Valter Pereira declarou acreditar que se tratou de "um "movimento orquestrado pelo superintendente, que não quer se afastar do cargo".
Bonelli está no Incra desde o primeiro governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Para o senador, o superintendente agiu de má-fé e insuflou os tra balhadores rurais para fazer os protestos que ocorreram nesta sexta-feira, que chegaram a provocar tumulto entre os manifestantes e policiais que tentaram liberar as vias.
Em resposta a alegação de manifestantes de que o Flodoaldo Alves seria ligado aos MNP (Movimento Nacional de Produtores) e por isso não seria um nome indicado para comandar o órgão responsável pela reforma agrária, o senador foi categórico. Disse que Flodoaldo não faz nem nunca fez parte do MNP e que, diferente disso, é uma das principais autoridades no País em cooperativismo e por esse motivo foi indicado para a função. Flodoaldo já foi presidente da OCB (Sindicato e Organizações das Cooperativas do Brasil - Mato Grosso do Sul).
Na visão do senador, o conhecimento que Flodoaldo tem sobre cooperativismo pode trazer benefícios para os assentamentos rurais do estado, em forma de profissionalização. O senador criticou a gestão de Luiz Carlos Bonelli, dizendo que ele costuma apresentar apenas números de assentamentos realizados, sem mostrar os resultados obtidos, e que uma ida aos locais mostra que se transformaram em "favelas rurais".
O senador disse que a nomeação de Flodoaldo para o Incra já está "apalavrada" pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva e que deverá ocorrer em breve. "Na semana que vem", previu.
A reportagem tentou, sem sucesso, localizar Bonelli para comentar as declarações.
