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Boa Imagem

A imagem da Rainha Elizabeth II ao longo do reinado

Em 70 anos de reinado e mais de 21 mil compromissos públicos, ela soube cuidar muito bem da sua imagem pessoal

Larissa Almeida (*) | 20/09/2022 09:37
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Em 1952, a Rainha Elizabeth II herdou o trono do pai com o desafio de se tornar relevante à frente de uma monarquia cujo poder político vinha diminuindo consideravelmente desde o século XVIII, muito embora o papel na vida pública da nação permanecia muito importante.

70 anos depois, a Rainha soube como ninguém cuidar da sua imagem pessoal, apesar de alguns deslizes e escândalos envolvendo seus filhos e netos.  Na era da opinião e dos cancelamentos que vivemos hoje, Elizabeth II continuou a ser quase uma unanimidade. Mesmo os críticos republicanos da monarquia desistiram de exigir a abolição enquanto ela estivesse viva, porque aceitavam que seu objetivo seria impraticável diante da popularidade da Rainha.

Além disso, ela soube gerir muito bem os negócios, aumentando consideravelmente a fortuna da família e trazendo muito dinheiro para os britânicos. Anualmente, a visitação dos palácios, a venda de souvenires e etc. rende £ 2,5 bilhões (R$ 14,9 bilhões) aos cofres públicos, ante um custo médio anual de £ 500 milhões para os contribuintes custearem as despesas reais. Também apadrinhava mais de 500 organizações sociais.

Assista ao vídeo:


Milhares de pessoas enfrentaram mais de 8 km de filas para ver o caixão da rainha e, todos diziam mais ou menos os mesmos motivos para tal sacrifício: demonstrar seu respeito e admiração pela Rainha Elizabeth II.

Ao longo de sete décadas de reinado, e tendo acompanhado governos de 15 primeiros-ministros, Elizabeth II participou, incansável, de mais de 21 mil compromissos públicos. Sua influência se dava pelo exemplo irretocável de comportamento, de comunicação e na sua aparência impecável.

Entre seus gestos mais significativos, estão sua participação na 2º Guerra Mundial, como mecânica voluntária, demonstrando que estava disposta a assumir responsabilidades. Quase nunca emitia suas opiniões pessoais e jamais interferiu – publicamente - nos governos, mantendo a coroa acima da política partidária.

Seus primeiros-ministros falavam muitas vezes sobre sua sabedoria e conhecimento político. Harold Wilson comentou que comparecer à audiência semanal despreparado era como ser pego na escola sem ter feito a lição de casa.

Ela soube se adaptar aos tempos modernos e à tecnologia, televisionando sua coroação e momentos importantes da realeza para se tornar mais acessível.

Atuava de maneira muito positiva nas relações internacionais, estabelecendo bons relacionamentos com todas as lideranças mundiais. Quando esteve na República da Irlanda, em 2011, dirigiu-se a eles em gaélico, idioma local.

Ela foi capaz até de deixar seu sentimento de lado quando deu boas-vindas ao ex-comandante do Exército Provisório Republicano Irlandês (IRA), Martin McGuiness, quando ele assumiu como primeiro ministro da Irlanda do Norte. O IRA foi quem arquitetou o atentado que culminou com a morte do Lord Mountbatten, seu primo, em 1979.

Também era pop. Fez uma cena com o espião inglês James Bond, para as Olimpíadas de Londres, em 2012, usava looks coloridos para se destacar na multidão e foi tema de inúmeros filmes, livros, séries e documentários. Como Governadora Suprema da Igreja de Inglaterra, nunca se esqueceu de seu papel, trazendo sempre sua fé cristã na mensagem anual de Natal, esperada por todos os súditos.

Seu comportamento irretocável frente às crises que enfrentou são uma marca registrada, e sua capacidade de se reinventar sem criar polêmicas para si, também. O que não se pode dizer do Rei Charles III, seu filho, que herdou o trono há pouco mais de dez dias e já teve alguns comportamentos reprováveis, reclamando até de tinta de caneta e sendo rude ao fazer pedidos aos seus funcionários. Agora, é esperar para ver qual será o futuro da monarquia do Reino Unido sem a Rainha Elizabeth II à frente.

(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga-me no Instagram @vistavoce_.

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