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Em Pauta

Agro: O que é bom para os EUA é bom para o Brasil?

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/11/2018 08:00
Agro: O que é bom para os EUA é bom para o Brasil?

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o mandatário chinês, Xi Jinping, jantarão juntos no dia 1 de dezembro, em Buenos Aires. Há esperança de que, nesse encontro, ponham à atual guerra comercial que já ceifou alguns décimos às perspectivas de crescimento global.
O South China Morning Post noticia que o convite já foi feito em Washington, e preliminarmente aceito em Pequim para que os dois líderes se reúnam no final da Cúpula do G20 que ocorrerá na capital argentina no início do próximo mês.
O jornal de Hong Kong, que furou todos os jornais do mundo, afirma que ainda não se sabe qual será a pauta entre os dois. Mas toda a imprensa ocidental acredita que as relações comerciais e a Coréia do Norte, certamente estarão no cardápio desse jantar.
A agencia Bloomberg diz que Trump ordenou a membros de seu gabinete que comecem a preparar os termos para um acordo de paz. Há uma imensa e destrutiva guerra onde as balas são as tarifas. Também afirma que será o último encontro. Não havendo paz, os EUA preparam uma ofensiva total impondo sobretaxas à totalidade das vendas chinesas.
O diálogo entre os dois contendores está suspenso desde maio. Um enviando chinês foi a Washington para nada.
A notícia deste reencontro têm animado as bolsas do mundo. Mas não podemos esquecer que Trump corre atrás dos resultados das eleições do dia 5 de novembro. Há quem desconfie das verdadeiras intenções dos norte-americanos.
"Não compro essa história nem por um segundo. Parece a maneira perfeita de assegurar que as ações sobem até o dia das eleições, de conter Xi daquilo que esperado dele e de depois ter alguém para culpar quando o acordo falhar", disse Michael Every, analista do Rabobank. O Rabobank é uma multinacional bancária holandesa, líder global em serviços de financiamento para alimentação e agro financiamento. É quem manda no mercado mundial de todos os produtos agropecuários.
Mas há quem esteja otimista. "Neste ponto, qualquer comunicação é boa", afirma a Bloomberg Economics. "Porém é difícil suspirar de alívio neste momento. Há muito obstáculos até que as tensões comerciais possam ser dissipadas. Pode haver um acordo duradouro?".
O que é incompreensível é a entrada do Brasil nessa guerra que não têm nenhum caráter ideológico. É uma guerra comandada única e exclusivamente pelo dinheiro. Se essa guerra levará a agropecuária brasileira à falência, qual a correspondência industrial que poderemos obter. Bem claro, os EUA liberarão os produtos industriais brasileiros administrados com muita ineficiência em troca da destruição do eficiente campo nacional? O velho chavão reaparece neste momento: "O que é bom para os EUA é bom para o Brasil?". Negociem armas com os norte americanos e não os nossos produtos agropecuários.

Agro: O que é bom para os EUA é bom para o Brasil?

O bronzeado, nosso escudo protetor.

Já na Antiga Grécia, a pele clara era um símbolo de classe social alta. Tiveram que passar milênios para que o tom típico do verão se convertesse, por acidente e graças à mais famosa estilista de todos os tempos, em um símbolo de prestígio social. Isso aconteceu em pleno século XX, quando também começou a ser revelada a utilidade biológica da tez morena.
Mais além da questão estética, o bronzeado têm uma explicação científica: serve para proteger-nos da radiação solar. A genética explica que, depois de muitas gerações, algumas etnias tenham tonalidade mais clara que outras, ainda que sejam a moda e as questões culturais as que marcam que o moreno seja a tonalidade procurada.

Agro: O que é bom para os EUA é bom para o Brasil?

Nosso escudo protetor.

O bronzeado é uma resposta biológica à exposição de nossa pele à radiação ultravioleta. Quando tomamos o sol, algumas células de nossa pele denominadas melanócitos nos protegem dos danos provocados pelas radiações solares gerando melanina. Essa melanina atua como um escudo protetor frente aos raios.
Este tipo de radiação causa mutações no DNA - com risco de provocar câncer - e decompõe nutrientes como o ácido fólico, responsável pelo bom funcionamento das células. Essas radiações também danam o colágeno e outras proteínas das células, o que aumenta a aparição das rugas.
A melanina é produzida e empacotada em vesículas que são transportadas e acumuladas ao redor das células para proteger seu DNA da radiação ultravioleta. Quando tomamos sol, seus raios ativam as células que segregam a melanina. Esse pigmento absorve a radiação e nos torna morenos. É um mecanismo de defesa.

Agro: O que é bom para os EUA é bom para o Brasil?

Os genes determinam o bronzeado.

As pessoas com pele mais escura segregam mais melanina e, portanto, são menos sensíveis a essa radiação. O nível de melanina na pele é distinto em diferentes grupos étnicos. Desta forma, uma pessoa pode ter a pele de 1 a 6. O nível 1 corresponde às peles muito sensíveis ao sol. Aquelas que bastam poucos minutos para se queimar e estragar as férias. São típicas das pessoas ou dos descendentes de países nórdicos europeus. As de nível 6 são registradas por pessoas de pele muito escura - comuns na África - que quase nunca se queimam. Todavia, todos os especialistas, sem exceção, alertam que a radiação em excesso é nociva para qualquer tipo de pele. Não importa quanta melanina produzam, o sol em excesso causará danos à pele.
A que se deve que uma etnia seja mais ou menos morena que outra? Ao componente genético, herdado depois de várias gerações. Com o tempo, a seleção natural favoreceu às variantes genéticas que causam que as pessoas que vivem próximas à linha do Equador, onde a radiação é muito intensa durante todo o ano, produzam muito mais melanina que aquelas que vivem na Finlândia, onde pouco enxergam o sol.

Agro: O que é bom para os EUA é bom para o Brasil?

Coco Chanel impôs o moreno.

Ainda que seja a genética a determinar que uma pessoa tenha determinado tom de pele, as questões culturais influenciam decisivamente para a mudança desse tons de pele. Na Índia as mulheres, majoritariamente de tez morena, correm para clarear a pele copiando a moda europeia.
Em outros países asiáticos, como a China e a Coreia do Sul, as mulheres evitam o sol para conservar suas peles claras porque lhes parece ser mais formosas. Também são as chinesas e coreanas as campeãs mundiais na preocupação com o risco de sofrer câncer de pele.
De certo modo, a cor da pele também é um assunto cultural e dependente da moda. Depois das gregas cuidando da pele para convertê-las no mais branco possível, a moda continuou por Roma e pela Idade Média com a invenção de inúmeros cosméticos - alguns venenosos - para que pudessem aparecer com a tez o mais branca possível. Foi a estilista francesa Coco Chanel, quem, nos anos vinte do século passado, impulsionou o bronzeado sem querer. Depois de queimar-se em um passeio no iate de seu namorado, voltou ao trabalho com a pele morena. Todas as francesas entenderam como uma nova ideia dessa mulher que revolucionou o comportamento naquela época. Todas as francesa queriam ter a pele morena como a de Chanel. Como tudo que fosse bom para as francesas, seria bom para quase todas as mulheres do mundo... estava criada a moda. E chegou ao fim a associação das pessoas com pele morena e classes pobres.
Desde então, no Ocidente se venera o bronzeado. Chegamos à época do vale tudo para adquirir essa tom de pele. Geringonças em forma de cabine onde, mesmo no inverno mais escuro, as pessoas se bronzeam. Cosméticos de todos os tipos, preços e perigos para bronzear.
Ainda que tomar o sol seja positivo para estimular a síntese da vitamina D, deve ocorrer em pequenas doses e sempre usando protetor solar. Lembrem-se, o sol de hoje é o envelhecimento prematuro de amanhã.

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