Chegam os petiços com os gaúchos, povo que vivia em cima de cavalos
Aqueles rapazes vieram do sul, do Rio Grande, campeiros, viviam em cima de cavalos e não gostavam de andar a pé. Até as colheitas eles faziam em cima dos mansos petiços, raça de cavalos pequenos que trouxeram de seus “pagos”. Era o início do século passado na fronteira com o Paraguai.
Batendo arroz.
Faziam os gaúchos trotear seus petiços por cima do arroz para batê-lo, retirar a casca. Atravessavam seus jacás, grandes cestos feitos de bambu, na guampa desses pequenos equinos e quebravam o milho. Faziam suas moradas e carregavam água também no petiço. Obtido o consentimento do dono da terra, erguiam o rancho, e punham uma trepadeira para sombra.
Só o cinamomo.
De planta só usavam o cinamomo. Uma árvore usada para sombreamento, lenha, fabricação de caixotes, cabos de ferramentas e com propriedades medicinais. Eram diferentes dos primeiros moradores da fronteira, que cultivavam extensos pomares e escolhiam local para morar à beira da água. Na região, nunca houve falta de trabalhador para cuidar do gado, os gaúchos garantiram esses serviços. Mas, por outro lado, para a lavoura, era quase impossível encontrar mão de obra. Para os gaúchos, cuidar do gado não era trabalho, faziam festa. Alguns trocavam por churrasco e chimarrão, desde que os trabalhos fossem apenas de um ou dois dias.
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