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Em Pauta

Comício pró Lula tinha frango assado e adesivo

Mário Sérgio Lorenzetto | 11/05/2017 07:15
Comício pró Lula tinha frango assado e adesivo

"Cadê a mortadela?", alguém gritou nas franjas do comício de lançamento da candidatura de Lula. Segundo a Polícia Militar apenas 4.000 pessoas foram aplaudir Lula, um número irrisório para evento dessa envergadura. Os protestos a favor de Lula, que depôs ao juiz Moro, reuniu muito mais que discursos, faixas e cartazes. Havia a venda de espetinhos e de vários tipos de adesivos, todos divulgando a candidatura de Lula em 2018.

Quem passou pela praça Santos Andrade, principal ponto das manifestações, encontrou clima de descontração, com integrantes do protesto distribuídos pelos gramados e bancos, enquanto lanchavam. As opções eram: espetinho, frango assado, pinhão e cachorro quente. Camisetas a favor de Lula eram peças garantidas no ato. O inusitado era um Brechó do Sítio Cercado com peças de vestuário antigas com temática lulista.

Ao contrário da batalha campal que muitos esperavam - e torciam - para que ocorresse, a polícia não relatou qualquer tipo de distúrbio. Apenas um fraco comício de lançamento da candidatura daquele que ostenta o primeiro lugar nas pesquisas eleitorais (e o pior lugar no quesito rejeição). O Brasil se desarma, a calma parece ocupar os espaços da raiva. Faltou um sorriso para que convidasse um petista para lanchar uma saborosa coxinha. A coluna está aberta para receber sugestões de receitas especiais de lanches com mortadela e coxinha. Também dispõe-se a selar o armistício entre mortadelas e coxinhas contribuindo com um pacífico e prosaico spaghetti.

Foto: (GIULIANO GOMES ROMAN)
Foto: (GIULIANO GOMES ROMAN)
Foto: (GIULIANO GOMES ROMAN)
Foto: (GIULIANO GOMES ROMAN)
Comício pró Lula tinha frango assado e adesivo

O fornecedor da melhor carne do mundo

Ele é ao mesmo tempo o criador de gado e chef do restaurante "Bodega El Capricho". Vive em Jiménez de Jamus, em León, no norte da Espanha. Esse local é celebrado como o fornecedor da melhor carne do mundo pela revista "Times" e pelo britânico "The Guardian". Mas a explosão de sua fama veio pelo documentário francês "Steak Revolution" que está disponível na Netflix.
José Gordon, 51 anos de idade, tem verdadeira obsessão pelas carnes. Essa paixão o levou a estudar agronomia e à decisão de que teria que cuidar da produção desde o início para oferecer essa carne maravilhosa.

No preâmbulo de uma entrevista concedida por ele à revista "The Hollywood Repórter" há um alerta sensacional: "Vegetarianos, cuidado, esta entrevista pode convertê-los em carnívoros". Mas do que se trata essa melhor carne do mundo?

Comício pró Lula tinha frango assado e adesivo
Comício pró Lula tinha frango assado e adesivo

Somente animais especiais, abatidos aos 7 ou 8 anos.

Há 30 anos, José Gordon decidiu abrir o restaurante em uma antiga fazenda de sua família. Colocou o pé na estrada. Viajou pela Espanha e Portugal em busca de animais especiais. Hoje, tem um rebanho de 100 animais, todos originários de uma rede de amigos de muitos lugares. Muitos fazendeiros, quando da venda de uma animal diferenciado, ligam para Gordon antes de qualquer outra pessoa. Eles gostam de saber que o animal irá para um lugar digno, não para um abatedouro sem alma.

Essa fazenda bucólica, que trata muito bem os animais, voltou às origens de produção em pequena escala e em condições naturais. É um produto marmorizado, com gorduras perfeitamente infiltradas. O restaurante tem o aspecto de uma caverna, com iluminação suave e decoração despojada, com mesas de madeira rústica. Carro-chefe do restaurante, o "chuletón de buey" custa entre 77 euros até 120 euros, dependendo da idade e do tempo de maturação.

Comício pró Lula tinha frango assado e adesivo
Comício pró Lula tinha frango assado e adesivo

Uma boa vida e uma morte digna.

Apesar de seu tamanho imponente, os bois de Gordon respondem a seu chamado como se fossem cachorrinhos. Têm olhar dócil e vivem em harmonia. Cada animal consome 30 kg diários de alimentos, como rações naturais e forragem. O chef se encontra com os bichos todos os dias e os paparica. Colhe um pouco de tomilho e sai colocando na boa de um por um de seus animais preferidos.

Não existe um momento predeterminado para o abate, desde que a idade mínima seja de 5 anos (os brasileiros abatem seus animais antes dos 18 meses de vida e nunca depois dos 30 meses). Gordon é um crítico desse abate rápido. Ele assegura que, com base em informações incorretas, criaram um mercado avesso a carnes vermelha que tenham gordura. Ele se diz seguro que as gorduras que produz, com esse tipo de alimentação natural, são de uma qualidade incrível.

Gordon também acredita que os animais devem ter uma boa vida e morte digna. Para ele, a vida e a morte são fundamentais. Trata os animais com cuidado delicado, com bom trato, preocupado em que os animais se sintam bem. Ele acompanha pessoalmente seus animais ao abatedouro.

Acredita que para os animais é importante ver um rosto amigo e, sobretudo, não sentir antecipadamente a hora da morte. Em alguns de nossos abatedouros, dão estocadas nos animais com barras elétricas 200 metros antes do local onde morrerão. Ele entende que seus animais tem de morrer com honra, vão tranquilos, "vão comigo, é o mínimo que merecem".

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