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Em Pauta

Como os partidos exploram o Facebook para captar votos

Mário Sérgio Lorenzetto | 19/04/2018 07:22
Como os partidos exploram o Facebook para captar votos

O diretor de campanha de Obama em 2012, Jim Messina, aconselhava: a campanha nas redes sociais deveria concentrar-se nas últimas 72 horas, antes da data da eleição, e conseguir entre 11 e 13 impactos por eleitor. Também ensinava que a publicidade nas redes sociais deveria estar orientada para buscar uma reação emocional e imediata. Seu último ensinamento era de que as redes sociais em eleições só são úteis quando a acumulação de impactos provoca uma reação que incide na vontade do voto. O objetivo dos anúncios no Facebook já não eram naquela época uma forma de implicar o eleitor com dados sobre aposentadoria ou desemprego, e sim influir com mensagens agressivas.
A magia do Facebook e demais redes está na capacidade de adaptar cada mensagem a um público muito segmentado. Por exemplo: homem, douradense, maior de 50 anos, que simpatiza com a direita. A segmentação pode chegar a criar grupos diminutos, até com 30 ou 50 pessoas. O objetivo é atingir um público muito segmentado , com um trabalho prévio de big data. O trabalho de big data permite definir se os aficionados pelo futebol ou pelo cultivo de flores estão mais propensos a votar em um candidato ou em outro. O Facebook oferece ferramentas afinadas para segmentar a audiência e ajustar a mensagem.
Uma das empresas afiliadas ao Facebook, a Adsmurai, que trabalha com a otimização de anúncios, também têm uma chave para a utilização da propaganda política: "Cada trimestre muda tudo e o que servia há pouco, agora não vale nada".
Essa empresa trabalha com candidatos pelo mundo todo, é uma concorrente da Cambridge Analytica, que fez a campanha de Trump. Ela também informa que o comportamento online do usuário-eleitor o coloca em uma categoria. O partido ou candidato cria mensagens específicas para cada segmentos de uma categoria. Eles devem ser testados com um grupo de usuários. O anúncio que melhor funcionar é lançado para todos os eleitores daquela categoria. É publicidade personalizada.

Como os partidos exploram o Facebook para captar votos

A Cambridge Analytica é tão terrível?

Cambridge Analytica trabalhou para a campanha de Trump em 2016 microsegmentando suas mensagens. Seguia o exemplo de Obama em 2012. Mas a Cambridge Analytica pousava de inovadora porque aportava algo mais: perfis psicológicos, com o modelo que prediziam o caráter de pequenos grupos de eleitor. Todavia, não está claro que acabaram usando esses perfis, nem os experts creem que sejam particularmente eficazes: o marketing personalizado adicionado à psicologia até agora tem demonstrado efeitos pequenos. Além do mais, persuadir eleitores é bem mais complicado que vender caixas de sabão.
Também sabemos que Cambridge Analytica não é infalível porque antes de Trump, trabalhou para Ted Cruz, o candidato republicano que perdeu as eleições primárias precisamente para Trump.é bem provável que tenham exagerado a importância da Cambridge Analytica na vitória de Trump.
Não há evidência científica que demonstre que as campanhas politicas em redes sociais sejam exageradamente efetivas. Ninguém nega a importância, mas há muito exagero. A principal dificuldade para que a micro-segmentação seja decisiva é a competição feroz. As mensagens de uma campanha lutam, para começar, com as campanhas dos partidos rivais, que usam técnicas parecidas. Em 2016, por exemplo, Trump usou mais publicidade em redes sociais, mas Hilary Clinton explorou melhor as mensagens por e-mail. além do mais, essas campanhas competem com outras coisas: com os debates, os anúncios na televisão e contra toda a informação boca a boca. Não se equivoquem, os fatores que decidem o resultado de uma eleição são múltiplos e complexos. Medir e determinar o efeito do Facebook, do WhatsApp, da TV, dos jornais é excepcionalmente difícil.

Como os partidos exploram o Facebook para captar votos

A Eletrobras pertence ao Brasil ou aos políticos e sindicatos?

A Eletrobras é a maior empresa de energia da América Latina. Conta com 26 mil funcionários, têm dezenas de subsidiárias nos segmentos de geração e distribuição de energia, também têm um centro de pesquisas e uma fábrica, além de participação minoritária em 25 sociedades e participação indireta em 178. É um colosso. Mas é um gigante deficitário, um dinossauro que deu prejuízos de cerca de R$200 milhões nos anos petistas. Agora, o governo federal deseja privatizá-la. Nada mais natural. Como também seria natural o PT e seus satélites estabelecerem um clima de guerra no Congresso para impedir a privatização. São movimentos acima da economia, mais próximos à ideologia. Mas enganaram-se. Não é o que vem acontecendo. O que vem travando a privatização da Eletrobras são os políticos ligados ao governo. E porquê adotam essa posição? Porque na rede de subsidiárias da Eletrobras há dezenas de executivos, com altos salários, apadrinhados por deputados e senadores da base de apoio do governo. Os políticos usam esses afilhados para concederem favores que podem render status e votos - desde casos corriqueiros como patrocínios de eventos esportivos e culturais até o enriquecimento.
No fundo, as empresas subsidiárias da Eletrobras já estão privatizadas por políticos e sindicatos. Eles as usam e, muita vezes, abusam. Se sentem donos e o argumento mais ouvido é: "passamos tanto tempo na oposição, só o PT tinha esse poder, agora que é nossa vez, querem privatizar". "Nossa vez", esse é o espírito da média do homem público brasileiro. Querem privatizar o que sempre esteve privatizado. Desde 1962, ano de sua fundação, a Eletrobras pertence a poucos brasileiros. E dá-lhe aumento da tarifa de energia. A conta é nossa, os lucros são deles.

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