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Em Pauta

Conversa na Catedral e o nó que apertamos

Mário Sérgio Lorenzetto | 11/01/2018 08:37
Conversa na Catedral e o nó que apertamos

Mario Vargas Llosa descreve o cenário em seu livro "Conversa na Catedral": "contempla a avenida sem amor, automóveis, edifícios desiguais e desbotados, esqueletos de anúncios luminosos a flutuar na neblina, o meio-dia cinzento. Em que altura se tinha fodido o Peru?"
Vargas Llosa conhece bem o Brasil. Não erraria se tivesse feito essa reflexão sobre nosso país. O Brasil ingressou em um ponto sem volta. Não há no horizonte uma boa solução para o nó político-institucional em que se meteu.

Imaginemos a solução mais desejada por parte expressiva do eleitorado: Lula na cadeia. Ele continuará comandando suas tropas para incendiar o país. As greves se alastrarão. As invasões de terra aumentarão exponencialmente. As facções armadas das cadeias aterrorizarão as cidades. Os militantes petistas e artistas montarão comícios incentivando os distúrbios. Greves, passeatas, quebra-quebra... O país não atravessará essa prisão sem pagar um preço elevadíssimo.

Mas está se formando um consenso tácito de que, mesmo se Lula não for para a prisão, não poderá ser candidato. Se for candidato, não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar. Esse é o futuro que nos aguarda. A democracia dificilmente sairá ilesa. Lula tem de ser derrotado nas urnas e não na sentença de um, e depois três juízes. Lula impedido será um fantasma a assombrar as eleições. E a impedir o pleno funcionamento do mandato presidencial que se seguirá. A conversa na catedral já ocorreu: em que altura se tinha fodido o Brasil? O nó está apertado. Só falta chutar o banquinho da forca.

Conversa na Catedral e o nó que apertamos

Obesidade e diabetes causaram câncer em 800 mil pessoas.

A diabetes e um Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25, são causas de câncer. Assim afirma um recente estudo publicado,em "The Lancet", realizado por uma equipe de cientistas da Universidade Escola Imperial de Londres.
Conforme a pesquisa, em 2012, aproximadamente 544 mil casos de câncer no mundo estavam vinculados à obesidade e 280 mil à diabetes. Todavia, a obesidade afeta a mais de dois bilhões de pessoas no mundo e a OMC considera que 422 milhões de adultos sofram de diabetes. Ambos são fatores de risco para vários tipos de câncer, possivelmente devido às mudanças biológicas que causam no organismo, como níveis altos de insulina e/ou de açúcar, inflamação crônica e desequilíbrio de hormônios sexuais como o estrogênio.
Como os dois problemas de saúde estão aumentando geometricamente, estimam que a proporção de câncer com eles relacionado também aumentará. O estudo foi realizado em 175 países. A maioria dos casos de câncer relacionados com a obesidade e a diabetes ocorreu nos países ocidentais. Nas nações mais pobres o índice é menor, mas ainda assim é importante. Por exemplo: entre 9% e 14% de todos os casos de câncer na Mongólia, Egito, Vanuatu e Kuwait são devidos à obesidade e diabetes. Ainda segundo esse estudo, os cânceres de figado e do endométrio contribuíram com o maior número de casos de câncer detonados por essas duas causas.
Por que não damos aos cuidados pessoais a importância que merecem? É todo um mistério. É verdade que a saúde não é tudo, mas sem ela, tudo mais é nada.

Conversa na Catedral e o nó que apertamos

Domesticação de vacas e cavalos na origem da desigualdade humana.

Uma equipe internacional de cientistas acaba de publicar um estudo na prestigiosa revista "Nature". A equipe é liderada por Timothy Kohler, da Universidade de Washington. Afirmam que a melhor maneira de avaliar a desigualdade social dentro de um grupo deve ser feito pela análise do tamanho de suas casas. Estudaram ruínas de até 11 mil anos nos EUA, Europa, Ásia e África. Os resultados indicam que nos sítios arqueológicos da Europa e da Ásia alcançaram quotas de desigualdade muito mais elevadas que nos Estados Unidos.
Eles buscam uma explicação para essa disparidade. Creemque, pelo menos parcialmente, a resposta está na domesticação de grandes mamíferos como vacas, cavalos e porcos, que eram encontrados na Europa e Ásia, mas não nos EUA. Alguns desses animais, empregados para arar a terra, permitiram a seus proprietários cultivar mais terras que os que só dispunham dos braços de sua família. Além de permitir a ampliação do cultivo, ainda ganhavam na quantidade de fertilizantes e, quando os humanos começaram a tolerá-lo, o leite. É provável que só as casas ricas podiam ter esses animais de força. E elas começaram a alugar os animais para os vizinhos, aumentando ainda mais a diferença de ganhos entre vizinhos. A capacidade para plantar maiores territórios também incrementaria os excedentes e, por ultimo, como a terra cultivável é limitada, acabaria criando uma classe de trabalhadores sem terra, que seria maior na Europa e na Ásia, mas menor nos EUA. Os cavalos ainda propiciaram a criação de uma nobreza guerreira e conquistadora que criou unidades políticas cada vez maiores com capacidade cada vez maior para concentrar recursos. Os autores recordam que os 30 maiores e mais ricos Estados e Impérios do mundo entre os anos 3.000 a.C e 600 a.C. estavam todos na Europa e na Ásia.

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