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Em Pauta

Cresce a disputa entre ambientalistas e pecuaristas

Mário Sérgio Lorenzetto | 20/11/2017 07:01
Cresce a disputa entre ambientalistas e pecuaristas

Documentários como "Cowspiracy" - jogo de palavras entre "vacas" e "conspiração" - perguntam, entre suspeitas, porque a produção de alimentos de origem animal não aparecem entre as grandes frentes de luta contra as mudanças climáticas. O dado que existe é chamativo: 14% dos gases de efeito estufa - aqueles que causam aquecimento global - emitidos pela ação humana vem do setor da pecuária, segundo estudos da FAO. Quer dizer, a digestão das vacas e de outros animais em forma de ventosidades e excrementos, junto com o uso da terra que requerem para sua criação e alimentação, liberam mais gases que todo o setor de transportes. Os ambientalistas pretendem incluir as mudanças de padrões alimentares entre as prioridades da batalha climática. desejam um mundo de vegetarianos. Levarão uma petição nesse sentido na COP23 - Conferência do Clima, que ocorre em Bonn, Alemanha. Caso aprovem essa petição, o barulho contra os pecuaristas será elevado. É claro que os pecuaristas brasileiros não estão em Bonn.
Todavia, os ambientalistas estão metendo no mesmo saco vacas, galinhas, porcos e peixes. E não todos contribuem da mesma forma para aumentar o aquecimento global. Conseguir um quilo de proteína comendo carne de vaca libera quase o dobro de gases de efeito estufa que pequenos ruminantes como ovelhas ou cabras, segundo a mesma FAO. E o triplo que a galinha ou porco.
Grandes consumidores como a China já apresentaram planos para reduzir a ingestão de carnes em geral. Os norte americanos - os segundo que mais comem carne por pessoa e por ano, depois dos australianos - comem hoje uns nove quilos menos que há dez anos. Mas a tendência geral é a oposta. O crescimento econômico os países em desenvolvimento desembocam no aumento do consumo de carne. E, por outro lado, cada vez somos mais humanos.
A curto e médio prazo esse enfoque não tende a crescer. Tomemos o exemplo do tabaco. Sabemos que pode ser prejudicial e, apesar de toda a propaganda, se segue consumindo. Ninguém consome proteína. Consumimos um bife porque têm textura e sabor que nos é agradável e familiar. E há mais. Algo como 66% das famílias rurais mais pobres criam gado, e dependem de sua carne e leite para o sustento. Esse dado pode nos sonhar estranho por vivermos em uma região de latifúndios da pecuária, mas não é assim no mundo. Pelo contrário, existem aproximadamente 500 milhões de pecuaristas no mundo, a imensa maioria são de minifundiários. Temos de aprender que quando falamos de carne ou leite, não falamos só de comida, e sim de um modo de vida de milhões de pessoas em situação de pobreza.
Mas há alternativas para esse debate. É preciso reduzir os campos degradados. Se forem bem gestionados, se tiverem os solos recuperados, serão convertidos em enormes armazéns de carbono. É possível sequestrar o carbono em pastos bem cuidados. Essa guerra entre ambientalistas e pecuaristas pode chegar a um lugar comum.

Cresce a disputa entre ambientalistas e pecuaristas

Restaurante japonês cria o pesque e coma.

Uma das regras de ouro da boa alimentação é: "da fazenda para o prato". Assegurar produtos frescos e conhecimento da origem dos alimentos. E então, porque não do "rio para o prato?" Foi exatamente o que pensou um restaurante japonês, que convida os clientes a pescar o que irão comer.
O Zauo, nome do restaurante, só existe no Japão até o momento. São treze casas em diferentes regiões. A aposta maior virá em 2018 quando abrirão a décima quarta casa em N.York. Uma refeição no Zauo é uma diversão. Assim que entrar no restaurante, verá um enorme barco onde sentam-se as pessoas comendo suas refeições e um tanque com dez espécies de peixes. Uma vez instalados, começa a diversão. O restaurante fornece varas e redes, para que os clientes pesquem como se estivessem em um rio. E não pagam pela pescaria. A exceção é a isca, muito barata. Assim que apanhar o peixe - pode pedir ajuda aos funcionários - é entregue ao chef que o preparará a gosto do cliente: cru, frito ou grelhado; sashimi ou sushi.

Cresce a disputa entre ambientalistas e pecuaristas
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Cresce a disputa entre ambientalistas e pecuaristas
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O outro caminho de Santiago: Kumono Kodo.

Quem desejar descobrir novas regiões pode pensar em Kumono Kodo. No Japão, visitam Tóquio, Kioto e Osaka. Há mais, podem alargar e enriquecer a experiência viajando para o sul, para descobrir na Península de Kii algumas das mais famosas atrações japonesas: santuários xintoístas e templos budistas. Uma paisagem natural impressionante, mananciais termais, cultura tradicional e vantagens modernas.
Essa península é uma das regiões mais úmidas do mundo: bosques densos cobertos por uma permanente neblina, musgos e líquens que lhe dão um aspecto mágico. É um dos lugares mais espiritualizados do país e concentra muitos templos e santuários que atraem peregrinos do mundo todo há séculos. É fácil fazer caminhadas de ordem espiritual devido à sinalização em inglês muito detalhada. O caminho principal é o Kumano Kodo, uma das duas rotas de peregrinação reconhecidas pela Unesco (junto com o Caminho de Santiago). Abandonar o mundano pelo sagrado nesse caminho têm início no salão sagrado de Takijiri-oji, o primeiro dos cinco santuários abertos às orações e meditações. As noites podem ser passadas em um shukubo, um tipo de alojamento dirigido por budistas onde se dorme em tatames e se come shojin-ryori, pratos vegetarianos preparados pelos monges. O fim do caminho pode ser em um dos mananciais termais mais antigos do Japão, ou ao estilo tradicional a bordo de uma barcaça surcando o Kumano-gawa.

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