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Em Pauta

Crianças e jovens que inspiram e mudam o mundo

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/09/2016 08:04
Crianças e jovens que inspiram e mudam o mundo

Algumas crianças e jovens não são apenas inteligentes, são sinônimos de inspiração, trabalho e inovação. Passaram parte de suas curtas vidas tentando transformar o mundo em um lugar melhor. Com alguma arte, ciência e tecnologia, todos têm grandes corações e ideias ainda maiores. Inspirem-se. Mudem a vida de um conhecido, ou de um desconhecido. Apenas por um dia, ou por uma hora. Invista na maior fortuna do mundo: a solidariedade. Nas suas primaveras seja amante da alegria...dos outros. Nos seus invernos seja amante da sabedoria... para contribuir. Apaixone-se pela vida... do próximo ou do distante.

Crianças e jovens que inspiram e mudam o mundo

Futebol. O Hino do Fair-play junta clubes rivais

A Liga portuguesa de futebol procura uma identidade forte. Um dos elementos mais fortes é uma identidade sonora, uma música. Uma música que apela aos melhores valores. Cada um tem paixão por seu clube, mas também os valores de uma competição saudável, do fair-play.

Os portugas criaram um hino oficial da competição cantado por torcedores. Interpretado por 18 rivais carismáticos, um representante de cada clube, com idade entre os 14 e os 83 anos. Esse coro de torcedores representa o espírito esportivo, de rivalidade saudável, que precisa ser fomentado no futebol brasileiro. Não somos mais nem menos violentos que os portugueses. Somos mal dirigidos, por raposas, que escondem seus mesquinhos interesses atrás da violência, que persiste dentro e fora dos estádios. Nada é feito. Apenas a ação policial quando brotam as pancadarias. Não existe prevenção, apenas a brutal ação e reação. Loas a Portugal. À sua bela e positiva iniciativa. Assistam.

Crianças e jovens que inspiram e mudam o mundo

Hiroshima. A reportagem que destruiu o ódio no mundo

Alguns povos da Ásia haviam sido demonizados desde antes do ataque japonês a Pearl Harbor. A "ameaça amarela" estava calada profundamente na alma dos norte-americanos. Em 1941, a revista Time-Life publicou um artigo considerado "extraordinário", hoje ridículo: "como distinguir teus amigos (chineses) dos japoneses". Também informou que o piloto do Enola Gay, o avião que carregava a bomba atômica, disse que se sentia um herói. John Hersey mudou esse mundo de ódio.

Foi na primavera de 1946- há 70 anos. John Hersey, um condecorado correspondente de guerra, foi a Hiroshima fazer uma reportagem para a revista New Yorker (provavelmente, a melhor revista do mundo, até hoje). Hersey pensava escrever um artigo como outros haviam feito. Sobre o estado da devastada cidade, seus edifícios destruídos, a reconstrução que estava sendo feita, nove meses depois da bomba.

Durante a viagem caiu doente. Aproveitou o tempo parado para ler o livro "A ponte de São Luis Rei", de Thorton Wilder. Inspirado nessa narrativa que conta a história de cinco pessoas que cruzaram a ponte quando foi estourada, o jornalista decidiu que sua reportagem seria sobre pessoas e não edifícios.

Uma vez em Hiroshima, encontrou sobreviventes da explosão cuja história relataria. Começou nos minutos anteriores ao lançamento da bomba. Descreveu o horror que ocorreu e que ele sentiu.

Os editores de Hersey perceberam a importância do relato e preparam, no mais absoluto segredo, uma edição da revista inteira dedicada a seus escritos sobre Hiroshima. Nunca uma edição tinha sido exclusiva para um artigo, e nunca mais voltaria a levar apenas uma matéria.

Doze horas antes da publicação, enviaram cópias para todos os jornais dos Estados Unidos. Medida inteligente que os promoveu a capas e a editoriais exortando a todos a lerem a revista. Toda a tiragem de 300.000 exemplares se esgotou em minutos e o artigo teve de ser reimpresso muitas vezes em outras revistas e em jornais do mundo todo.
Quando Albert Einstein procurou 1.000 exemplares para comprar e enviar a outros cientistas, teve de usar cópias, pois os originais estavam vendidos. O Clube do Livro do Mês também teve de recorrer a uma cópia para editar esse artigo que seria um estrondoso sucesso. Uma cópia da revista original estava sendo vendida a 120 vezes seu valor de capa.

O artigo de Hersey foi o artigo que deu uma voz a aqueles que apenas um dia antes eram considerados inimigos mortais.

No catastrófico panorama narrado de pessoas-pesadelo, de pessoas meio mortas, de corpos queimados e chamuscados, de tentativas desesperadas para cuidar de sobreviventes destroçados, de ventos incrivelmente tórridos e de incêndios que não cessavam, o mundo pode conhecer a senhora Sasaki, o reverendo Tanimoto, a mãe Nakamura e seus filhos, os doutores Fuji e Sasaki e, ainda, o reverendo jesuíta Kleinsorge. O jornalismo, com alma, pode destruir o ódio.

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