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Em Pauta

Democracia e igualdade

Mário Sérgio Lorenzetto | 08/03/2018 08:58
Democracia e igualdade

A democracia têm feito muito para acabar com a discriminação das mulheres. Todavia, há ainda muito a fazer. No campo do trabalho, é preciso corrigir as discriminações salariais, evitar que a maternidade se converta em um obstáculo para a ascensão funcional, evitar os guetos de trabalho feminizados - precários e mal pagos, e incentivar as permissões de paternidade.
É necessário que se emita uma mensagem rotunda: por fim à discriminação, à subordinação, ao assédio sexual e à violência que todas sofrem apenas por ser mulher. São reivindicações justas, que há deveriam ter sido alcançadas e que precisam ser compartilhadas por nós homens. Há mulheres e homens que enxergam no feminismo uma ideologia excludente contra os homens. É um erro de percurso. Um exagero. A igualdade é a base de uma sociedade democrática.
Há necessidade de melhores normas, de muito mais controle, mais transparência na esfera privada e pública, paridade nos postos de direção, assim como a obrigatoriedade de realizar auditorias salariais, desenvolver planos de igualdade e boas práticas em todos os setores da sociedade.

Democracia e igualdade

Como as fantasias "sexy" passaram a ser machistas.

Mostre um filme do carnaval brasileiro para um casal europeu. Um imediato conflito se estabelecerá. O homem gostará de ver tanta nudez, a mulher escandalizará. Mas esse "julgamento moral" não é levado para as fantasias eróticas frequentemente usadas pelos casais europeus e raramente pelos brasileiros. Culturas diferentes. Uma só aceita a nudez e a provocação privada, entre quatro paredes. A outra, ama mostrá-la nas ruas.
Mas, tudo está mudando. Pelo menos no lado de lá do Atlântico. As fantasias "sexy" estão sob o alvo cerrado das feministas. Pedem a proibição de venda. Alguns sindicatos de enfermeiras estão à frente desse movimento.

Democracia e igualdade
Democracia e igualdade

As fantasias "sexy" se popularizaram nas festas de Halloween, nos EUA da década de 70. Era a época da efervescência da liberação homossexual. Começaram a realizar desfiles extravagantes de Halloween com temática gay. Combine isso com o feminismo da segunda onda - queima de soutiens - e a atmosfera geral de indignação e liberdade, e terá uma tormenta perfeita para as fantasias "sexy" mais escandalosas.
Meia volta, volver. O puritanismo, neste momento, trava um embate formidável com o desbunde exibicionista, os exageros do sexismo. Se pela Europa combatem fantasias "sexy" usadas pelos casais em suas residências, o maior alvo dos brasileiros são as novelas da Globo e seu imenso arsenal sexista. Cada novela ou programa é uma bomba atômica de sexo. Será que continuamos a ser o povo que transpira sexo até pela unha?

Democracia e igualdade

O clip como sinal de resistência.

Os objetos do cotidiano têm história. Quando pensamos em grandes inventos nos vem à cabeça os computadores ou os celulares. Mas não podemos deixar de prestar atenção a pequenos sucessos que estão em nosso cotidiano, que resolveram problemas com um desenho tão acertado que resultam quase invisíveis. É o caso dos clips.
Atualmente há, pelo menos, 70 modelos diferentes de clips. O que usamos habitualmente , com as pontas arredondadas e chamado "gema", só é um deles. Existem os triangulares, em forma de laço, quadrados... Além do mais, o clip se converteu em símbolo de resistência durante a ocupação nazista da Noruega. Era um sinal sutil de união contra as forças de ocupação.
Antes da aparição do clip, unir papéis era mais trabalhoso, eram costurados, atados com cintos ou unidos com agulhas. O norueguês Johann Vaaler patenteou em 1899 um clip muito parecido com esse que usamos. O de Vaaler não foi a única patente de clip que apareceu no final do XIX, muitas outras vieram a seguir, junto com o surgimento das primeiras máquinas de dobrar e cortar metal. Também é a época em que a burocracia floresceu com o surgimento de escritórios, como efeito secundário da industrialização. De fato, foi nessa época que surgiram também os primeiros grampeadores, mas essa é outra história, sem luta contra ditadores.

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