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Em Pauta

Eleições 2018: muitas perguntas, raras respostas

Mário Sérgio Lorenzetto | 28/08/2017 06:44
Eleições 2018: muitas perguntas, raras respostas

Os candidatos estão preocupados em arrumar suas biografias, já que dinheiro depende de providências legais.
O PT escolheu candidato: será mesmo Fernando Haddad, se não for Lula, parece que não é. Não se sabe quem será o vice. O sonho é emplacar alguém do PSB que domina Pernambuco, Brasília e Pernambuco. Mas o PSB está flertando firmemente também com o PSDB de Alckmin. Afinal, governarão São Paulo quando Alckmin desincompatibilizar. Neste momento o PSB é a namorada dos sonhos.
Bolsonaro será candidato. Ninguém faz ideia de quem será seu vice. Ninguém quer ser vice de um derrotado. Mas se continuar com a trajetória de crescimento, todos passarão a desejar loucamente a vice do "novo Enéias", um candidato com pouco tempo de televisão, e pouco dinheiro. Mas todos lembram que um dia, Lula também não tinha tempo de televisão nem dinheiro...
Doria está fazendo gato e sapato de Alckmin. Não há interlocutor que não ouça de Doria que na esquina o aguarda o braço longo da lei. Doria não perde oportunidade de dizer que vem aí uma bomba... uma delação irrespondível. Se, por ventura, a bomba for de um traque de São João, Alckmin será o candidato do PSDB, sem discussão. Nesse caso, Doria fica no PSDB? A resposta, hoje, é não. Vem conversando com o DEM, o ex-PFL e futuro Centro Democrático. Mas o DEM pode preferir Henrique Meirelles. As teses econômicas são as mesmas.
O centro está tumultuado. O PMDB será um aliado forte, terá o governo. S não puder ajudar, pode atrapalhar qualquer candidatura, e muito.

Eleições 2018: muitas perguntas, raras respostas

Bolsonaro é tratado como uma piada. Trump também era.

O único candidato que ao contrário de Meirelles até se beneficia com a crise, que ao contrário de Lula não têm a justiça matando seu sono, que ao contrário de Haddad e Ciro não depende de outro candidato, que ao contrário de Marina usa com eficácia o pequeno partido construído em seu redor e que ao contrário de Alckmin e Doria, não têm concorrência interna - é o Bolsonaro. Ele é adepto da tortura, diz que bolivianos e sírios - comunidades importantes no Mato Grosso do Sul - são a "escória da humanidade" e o fundamental: não sabe o que fazer com a economia. A lista de suas declarações é imensa e assustam muitas pessoas. Essas declarações radicalíssimas de Bolsonaro serviriam para desmoronar qualquer candidatura a vereador de uma pequena cidade, para um candidato a presidência da República seriam nitroglicerina pura. Para Bolsonaro não. Ele é o produto acabado dos tempos de destruição das imagens dos políticos brasileiros. Se político fosse uma espécie, mereceria cuidados especiais para não desaparecer. Bolsonaro é o indivíduo que conseguiu sobreviver ao extermínio. Bolsonaro além de ser o personagem que se sobressai em um momento de declínio dos políticos, sabe aproveitar a era de ascensão dos militares. Após décadas de rejeição e ostracismo, as Forças Armadas retornam a seu apogeu. Vivem um momento de profundo respeito da sociedade civil e admiração de amplos setores. Bolsonaro procura ser o protagonista desse modelo de conduta admirado. Retira o terno do parlamentar e coloca a farda. Diz que quase todos seus ministros serão militares. Mas os militares não se esquecem que Bolsonaro é o exemplo que não desejam ter em suas tropas. Bolsonaro arrebentou o primeiro mandamento de um soldado que diz: "respeite a hierarquia acima de qualquer coisa". Bolsonaro não lê a "bíblia" militar, é um "herege". Os militares na ativa não se pronunciarão sobre candidaturas, mas têm seus clubes de aposentados que costumam se posicionar. Há um desassossego nesse meio... Mas há algo que é fundamental e passa desapercebido, Bolsonaro é tratado como uma piada pelos políticos e empresários mais conceituados. Trump também era.

Eleições 2018: muitas perguntas, raras respostas

Marina faz aquilo que é mestra: hesita.

Tudo parecia conspirar para a candidatura de Marina ser imbatível nas eleições de 2018. Camburões levavam seus oponentes para passeios indesejados. Marina passeava em carros com ar-condicionado. Implacáveis juízes dilapidavam o patrimônio eleitoral dos candidatos. Marina dava declarações apoiando a destruição dos políticos. Marina têm um partido criado para ungi-la presidente, um partido para ser chamado de seu - maior que o de Bolsonaro. Mas Marina hesita, hesita e volta a hesitar antes de se afirmar como candidata. É a candidata preferencial daqueles que não sabem o que fazer com a política. É mestra em hesitação. Não vai a lugar nenhum.

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