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Em Pauta

Espelhos, fantasmas e perigos

Mário Sérgio Lorenzetto | 08/02/2020 07:30
Espelhos, fantasmas e perigos

Para nós, do século XXI, é muito difícil entender como devia ser complicado viver na Antiguidade ou na Idade Média sem ter muita noção de como era o próprio rosto. As pessoas só viam o rosto olhando em águas paradas. Uma imagem distorcida. A diferença para os dias deste século é chocante! Hoje, sabemos que, em média, uma mulher enxerga o próprio rosto nada menos de 100 vezes ao dia.

Espelhos, fantasmas e perigos

Coisa do outro mundo: o portal.

A ideia de olhar para seu próprio reflexo era uma experiência mágica. A raridade de se ver no espelho era tão chocante que os indivíduos que conseguiam essa proeza, acreditavam que estavam à frente de um portal para o outro mundo. Temos registro de pessoas usando os primeiros espelhos para ver outros mundos, para ver o futuro. Outros, viam anjos e Deus, era uma experiência extraordinária!

Espelhos, fantasmas e perigos
Espelhos, fantasmas e perigos

Espelho asteca.

Há 400 anos, alguns cientistas passaram a usar os espelhos como guias para chegar ao mundo sobrenatural. Em 1552, o ocultista e conselheiro da rainha da Inglaterra, John Dee, conheceu o médium Edward Kelley que o convenceu de que podia conversar com os espíritos usando um espelho asteca. Dee dizia que se comunicava com os anjos. Depois, Dee escrevia as profecias e as publicava. Chegou a escrever 5 livros de mistérios. Dee e Kelley acreditavam nessa "força espiritual" dos espelhos. Um dia, Kelley disse a Dee que um espírito do espelho os aconselhou a trocar de esposas. E trocaram.

Espelhos, fantasmas e perigos
Espelhos, fantasmas e perigos

Um negócio ultra-secreto.

A fabricação dos primeiros espelhos ocorreu na ilha de Murano, em Veneza. Tinham um valor extraordinário, era um dos segredos mais bem guardados do mundo medieval. Os artesãos que conheciam esse segredo foram todos, sem exceção, colocados para viver na "gaiola de ouro de Murano". Viviam em meio à imensa riqueza, mas eram terminantemente proibidos de deixar essa ilha. Governos e milionários da Alemanha, da França, da Espanha e da Holanda chegavam a Murano com propostas de fortunas e belas mulheres para esses vidraceiros. Mas o governo de Veneza criou um esquadrão que os vigiava o tempo todo... e assassinava os que fugiam. Mas um deles, António Neri, publicou um livro com todos os segredos de Murano. Devemos a ele, termos espelhos em nossas residências e escritórios.

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