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Em Pauta

EUA: a homeopatia terá de informar que não funciona

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/12/2016 07:08
EUA: a homeopatia terá de informar que não funciona

A Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos denunciou que a imensa maioria das "indicações que vendem produtos homeopáticos não estão baseadas em métodos científicos modernos e não são aceitas pelos médicos especialistas atuais".

Agora, os produtos homeopáticos, sem comprovação de sua eficácia, terão de informar de que "não há evidências científicas de que o produto funcione e que as indicações alegadas estão baseadas unicamente em teorias da homeopatia do século XVIII que não são aceitas pela maioria dos especialistas médicos atuais". É importante ressaltar que a Comissão Federal do Comércio é o órgão oficial de defesa do consumidor nos EUA. Sua função primordial é coibir "práticas comerciais fraudulentas, enganosas e desleais no mercado".

Esse é um duro golpe na venda de produtos homeopáticos. Tardou em demasia a chegar. Ainda assim, antes tarde do que mais tarde. Mas, vale perguntar: porque esse órgão não exige a informação de que não funciona para a multimilionária indústria das vitaminas. Como a homeopatia, as vitaminas industrializadas também não apresentam uma só evidência científica de que funcionem.

EUA: a homeopatia terá de informar que não funciona

E se todos virássemos vegetarianos?

Uma parcela importante de vegetarianos e veganos mudou seu regime alimentar por causa do sofrimento dos animais que comemos. Outra parcela, devido às preocupações com o aquecimento global - algo como15% a 20% é de responsabilidade da pecuária. Aliás, todos criticam as emissões de gases dos automóveis e caminhões, mas esquecem que nossa alimentação baseada em carne bovina emite mais gases problemáticos que os que saem dos escapamentos.

Mas se todos resolvêssemos virar vegetarianos ou veganos traríamos situações dramáticas para parcela da população mundial. Provavelmente algo como um bilhão de pessoas entraria em risco de miséria.

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O conto de dois mundos

É verdade que para os países ricos o vegetarianismo traz consideráveis vantagens nas questões da saúde (diabetes e doenças cardíacas diminuiriam) e ambientais. Mas nas nações em desenvolvimento, o vegetarianismo levaria ainda pobreza.

Esse conto da fadas, todos virarem vegetarianos, necessitaria de muitos investimentos. São somas colossais que não existem. Não há como transformar terras ruins em boas. Não esqueçamos que a pecuária é típica de terras ruins, terras pobres em nutrientes. Mas esse não seria um problema apenas para os peões de fazendas a caírem no desemprego como muitos imaginam. Pelo contrário, as fazendas de pecuária quase não empregam funcionários. A grande quantidade de desempregados sairia das fábricas de carnes. Elas necessitariam de ajuda para mudarem de profissão. E isso envolve outra enorme soma de dinheiro que o mundo não dispõe. Essas mudanças causariam uma enorme inquietação social. Miséria seria o mais provável.

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Um enorme transtorno para a economia

O repentino vegetarianismo levaria a um enorme transtorno na economia mundial. Essa economia que não sai do lugar há quase dez anos.

Há mais de 3,5 bilhões de ruminantes domésticos em todo o planeta, além de dezenas de bilhões de aves que são mortas a cada ano para servirem de alimento. Por outro lado, cerca de um terço das terras do mundo são áridas ou semi- áridas, só são capazes de comportar animais e não vegetais. Sem animais para o abate a vida humana em algumas regiões se tornaria impossível. Teríamos de programar migrações. Essa simples palavra causa calafrios no mundo rico. Por enquanto. Não é de se estranhar que as migrações causem horrores brevemente.

Também não se pode esquecer dos fatores culturais. Comemos carnes há milhares de anos. O impacto cultural de abrir mão das carnes seria enorme. É por causa desse valor cultural que os esforços para apenas diminuir o consumo diário de carnes acaba fracassando.

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