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Em Pauta

O homem que não queria que o Everest tivesse seu nome

Mário Sérgio Lorenzetto | 19/07/2019 06:39
O homem que não queria que o Everest tivesse seu nome

Em meio a tanta megalomania, surge a história de um humilde. George Everest é um raro caso de um homem que deixou importante dedicação a um novo conhecimento e não quis saber de honrarias. Everest não estava de acordo que o monte mais alto do mundo tivesse seu nome.

O homem que não queria que o Everest tivesse seu nome

Everest nunca viu o monte que levaria seu nome.

Quase todos os exploradores de seu tempo buscavam novas descobertas para ter seus nomes vinculados a elas. A George Everest (4 de julho de 1790 a 1 de dezembro de 1866) não lhe faltaram méritos para entrar nos umbrais mais importantes da geografia. A sua, não foi a história romântica do explorador, mas foi a de uma dedicação ímpar de agrimensor. Não é exagero afirmar que Everest foi o maior nome da agrimensura. Todavia, Everest jamais viu o monte que levaria seu nome.

O homem que não queria que o Everest tivesse seu nome

Um dedicado agrimensor com múltiplas doenças.

Everest, nascido no bairro londrinense de Greenwich, foi para a Índia aos 16 anos. Sua facilidade para a matemática e a astronomia o levaram a assumir importantes funções em um grande projeto de agrimensura. Ele deveria medir a Índia desde as praias até as montanhas do Nepal. Uma tarefa exorbitante ao longo de 2.400 quilômetros. Ele conseguiu vencer quase a totalidade desse longo percurso superando inúmeras doenças. Pode se dizer que Everest também era um campeão em contrair doenças. A lista de moléstias que ele contraiu é tão longa quanto o percurso hindu que cumpriu: febre tifoide, malária, hepatite, febre hemorrágica, esclerose múltipla, síndrome de Guillain-Barré e sifilis.

O homem que não queria que o Everest tivesse seu nome

Um trabalhador infatigável e consciencioso.

Apesar das múltiplas doenças que enfrentou, Everest foi um trabalhador infatigável e consciente. Isto lhe abriu as portas de instituições como a prestigiosa Royal Society. Depois de aposentar-se e retornar à Inglaterra, quem terminou seu trabalho foi seu pupilo Andrew Scott Waugh. E foi Waugh o responsável pela medição do Himalaia. Seria o matemático hindu Radhanath Sikdar, da equipe formada por Waugh, a anunciar que o que eles denominavam Pico XV era o mais alto do mundo que eles mediram chegando a 8.839,2 metros (hoje essa medição foi corrigida para 8.848 metros).

O homem que não queria que o Everest tivesse seu nome

O debate do nome Everest.

Waugh levou esse cálculo para a Royal Geographical Society e propôs que esse monte levasse o nome de seu predecessor. A instituição após um longo debate acatou a sugestão de Waugh. Mas, desde o início, a ideia contou com uma inesperada resistência: a do próprio George Everest. Seu humilde argumento era que o nome não era pronunciável na língua hindu. Ninguém aceitou a oposição. Everest foi vencido. Ou melhor, passou para a história com todas as honrarias possíveis.

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