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Em Pauta

O tempo de vida que nos foi concedido

Mário Sérgio Lorenzetto | 21/10/2019 07:05
O tempo de vida que nos foi concedido

Pode parecer estranho, mas a verdade científica é que os grandes animais são essencialmente semelhantes aos membros menores do grupo. O coração, por exemplo, é uma bomba em todos os mamíferos. Trabalham essencialmente da mesma forma. A diferença está no fato de que os corações pequenos deve bombear o sangue consideravelmente mais depressa que os grandes corações. Isso significa que os animais pequenos atravessam a vida mais rapidamente que os grandes. Seus corações trabalham mais depressa, respiram mais frequentemente, sua pulsação é mais rápida. Mais importante ainda, a taxa metabólica, o chamado "fogo da vida", aumenta com uma velocidade equivalente ao peso do corpo. Para se manterem, os grandes mamíferos não precisam gerar tanto calor por unidade de peso quanto os animais pequenos.

O tempo de vida que nos foi concedido

O valor da lentidão da baleia.

Os pequenos ratinhos movem-se freneticamente, comendo durante quase todo o tempo em que estão acordados para manterem o "fogo metabólico" na taxa maxima. Já as baleias azuis deslizam majestosamente, com os batimentos cardiacos mais lentos entre todas as criaturas de sangue quente. Todos já tivemos alguma experiência com mamíferos domésticos de vários tamanhos para percebermos que os animais pequenos tendem a viver menos tempo que os grandes. De fato, está comprovado que o tempo de vida dos mamíferos varia conforme os batimentos cardíacos e o ritmo respiratório. Em suma, se deseja viver mais, entre em estado permanente de contemplação, como se fosse um Buda. Ou, pelo menos, em estado profundo de meditação.

O tempo de vida que nos foi concedido

Há centenas de relógios dentro de nosso corpo.

Somos treinados desde muito novos para encarar o tempo newtoniano - o tempo do relógio na cozinha - como o único padrão válido de medida. Ledo engano, há centenas - talvez milhares - de relógios biológicos (circadianos) dentro de nosso corpo, demarcando o tempo de vida que nos foi concedido. Há algo extraordinário na natureza. A ciência descobriu que todos os mamíferos, independentemente de seu tamanho, tendem a respirar cerca de 200 milhões de vezes ao longo de suas vidas. Seus corações batem cerca de 800 milhões de vezes. Isso vale para um cachorrinho, para um elefante... e para nós humanos. A diferença está no fato de que a respiração do cachorrinho é muito mais rápida que a do humano. Óbvio que a nossa é mais rápida que a do elefante.
Os mais astutos, após terem contado suas respirações ou tomado seus pulsos, talvez tenham descoberto que são tão acelerados que já deviam ter morrido há muito tempo. Mas não é tão simples. O Homo sapiens é um mamífero muito desviado. E não é só na inteligência como muitos apregoam. Vivemos cerca de três vezes o tempo que vivem os mamíferos de nosso tamanho. Esse fato sensacional é devido a nossa respiração "correta", mais vagarosa.
Um lembrete para os que tornam suas vidas uma eterna correria: espelhem-se na respiração apregoadas pelos budistas.

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