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Em Pauta

Os dons divinos da cerveja

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/03/2018 08:27
Os dons divinos da cerveja

Os historiadores ainda não entraram em acordo sobre a data de surgimento da cerveja. Estima-se que ela existe desde 10.000 anos. Alguns historiadores afirmam, talvez depois de passar pelo bar, que a cevada foi usada para fazer cerveja antes do pão. Há outros que vão além (além do bar?). Dizem que os humanos só se interessaram pela agricultura depois de descobrir que o plantio de cevada lhes dava a cerveja. Assim, a agricultura seria a filha da cerveja.
Sem conversa de boteco. O primeiro documento que trata possivelmente da cerveja têm 6.000 anos. Nele aparecem um grupo de pessoas que bebem cerveja em uma tigela comunitária, usando canudos. Exatamente pela utilização de canudos, deduzem que o líquido seja a cerveja. O fato, e isso é indiscutível, é que as cervejas da Antiguidade eram cheias de resíduos amargos, necessitando ser sorvida com o auxílio de canudos para evitar as impurezas.
Mas há um documento, escrito em tábuas cuneiformes, datado de 4.000 anos, que não deixa margem à dúvida. O "Gilgamesh" é o primeiro poema comprovado da humanidade. Nele fica claro que a cerveja era considerada um símbolo de civilização. Portanto, para os sumérios, só era civilizado quem bebia cerveja. Na Epopeia de Gilgamesh aparece Enkidu, um homem selvagem (não bebia cerveja). Sujeito forte e brutal, levava medo aos sumérios. Gilgamesh, o mais sábio dos reis da Antiguidade, enviou ao bronco uma prostituta. Ela ficou 7 noites com Enkidu. Colocou pão à sua frente. Enkidu comeu o pão e nada disse. A prostituta, então, resolveu colocar cerveja à frente de Enkidu. O gigante ficou alegre com os primeiros goles. Após 7 jarros de cerveja, tornou-se comunicativo e cantou com alegria. Estava exultante e seu rosto brilhava.
Para os sumérios, a cerveja era mais que um fermento social, tinha dons divinos.

Os dons divinos da cerveja
Os dons divinos da cerveja

A Páscoa dos ovos e balas.

Abriram o ovo e encontraram um fuzil. Os brasileiros não querem bacalhau, louvam as pedradas. Saltaram, armados, da internet para o sul do país. Apesar de serem acontecimentos aguardados por todos, os tiros do Paraná na democracia, abrem uma semana do ódio aflorado: fazendeiros contra sem terras são a bucha de canhão da vez. Apenas massas de manobra dos candidatos. Não se trata de campanha eleitoral, são duelos de alucinados. O próximo está marcado para uma praça de Curitiba. Não é surpreendente. Não há estupor. Era esperado, mansa e candidamente.
Mas há notícias que surpreendem na Páscoa dos ovos e balas. O Brasil conheceu uma juíza carioca de nome Marília Neves. Primeiro porque ela publicou uma notícia tida como falsa acerca da morte da vereadora de sua cidade. Todos deram de ombros. Alguns aplaudiram a juíza. Depois os jornais foram sondar outras intervenções públicas e descobriram um padrão. Padrão inqualificável. Exigiu que Jean Wyllis, o deputado federal homossexual assumido, fosse fuzilado: "Embora não valha a bala que o mate". Depois, a propósito dos protestos feministas no mundo, perguntou: "Não temos nada melhor por que lutarmos? Não temos uma pilha de louça para lavarmos?" Finalmente, ao tomar conhecimento de que o Brasil foi o primeiro país do mundo a nomear uma portadora de Síndrome de Down como professora auxiliar, disse: "O que será que essa pessoa ensina a quem? E completou, tentando fazer graça: "Vou ali matar-me e volto já". Ela recebeu a melhor resposta do mundo. Aprendeu a primeira lição. A auxiliar de professora respondeu que ensinará a seus alunos a não serem preconceituosos. O excesso de cromossomo da auxiliar de professora denota humanidade. No reverso, o número comum de cromossomos da juíza abre a indagação dela pertencer a outra espécie de hominídeos, alguém que não saiu da floresta, que vive em um mundo de selvageria. Mas esta é uma semana de perdão. As balas deveriam ser devolvidas com flores. E o ódio da juíza, com preces.

Os dons divinos da cerveja

Viagra, internet e as perigosas falsificações.

Há exatas duas décadas um pequeno comprimido azul foi lançado no mercado norte americano. Desencadeou uma revolução na cultura popular moderna. O Viagra tornou possível que milhões de homens adultos pudessem ter uma vida sexual ativa. Também rompeu com tabus que impediam homens idosos de fazer e falar sobre sexo. Desde seu ingresso no mercado, calculam que foi receitado a 65 milhões de homens. Todavia, após 20 anos, o Viagra começa a fazer água. A Pfizer, indústria que o criou, vendeu mais de 2 bilhões de comprimidos em 2012, no ano passado, foram tão somente 1,2 bilhão. Surgiram os rivais - Levitra e Cialis. E a avareza da Pfizer ficou escancarada. Custava US$15 quando surgiu, em poucos meses, escalou a US$50, sem motivo que justificasse o imenso incremento. Todavia, o mais preocupante são as falsificações. Há pílulas no mercado que levam tão somente uma tinta azul usada em impressoras são nocivas e perigosas.
O êxito do Viagra só foi possível devido à internet. Os dois fenômenos cresceram, de fato, em paralelo. Viagra proporcionando ereção e a internet entrava na equação com pornografia.
Passados 20 anos, as mulheres encontraram a sua "Viagra". Chama-se "Addyi". Está autorizada desde 2015. A pílula rosa, todavia, não gerou entusiasmo. Sua eficácia vem sendo questionada. Também há uma longa lista de contra-indicações para essa espécie de anti-depressivo.

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