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Em Pauta

Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais

Mário Sérgio Lorenzetto | 13/08/2015 08:13
Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais

Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais.

O mercado de planos de saúde perdeu 193 mil usuários no primeiro semestre do ano com o aumento da taxa de desemprego. Hoje, existem nada menos que 50 milhões de pessoas pagando planos de saúde no país. No primeiro trimestre do ano, os planos de saúde registraram faturamento de R$ 33 bilhões, o que representa um aumento de 12,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O que preocupa seus proprietários e gerentes é o fato das despesas terem crescido 13,5% entre janeiro e março de 2015. Ultrapassaram a marca de R$ 27 bilhões.

Todavia, eles têm o lobby mais ativo dos milhares existentes no Congresso Nacional. A relação dos planos de saúde com o mundo político é umbilical. Estão entre os maiores doadores de campanha de Dilma e de Aécio. Três governadores, três senadores e vinte e nove deputados federais foram eleitos com a ajuda do dinheiro dos planos de saúde. O mais famoso dentre os parlamentares "amigos" dos planos é o atual presidente da Câmara de Deputados Federais, Eduardo Cunha. O lobby no Congresso corre; apresentaram uma proposta visando proibir a interferência do Poder Judiciário na proteção dos usuários: "proibição de liminares judiciais que determinam o tratamento com procedimentos experimentais onerosos ou não homologados pelo SUS". É verdade que existem alguns abusos e decisões judiciais incorretas que permitem os usuários dos planos de saúde utilizarem tratamentos que levam a lugar algum. O exemplo clássico é o famoso "óleo de Lorenzo" catapultado à celebridade por um filme B de Hollywood. Todavia, proibir medidas judiciais para tratamentos onerosos é também abusivo. Talvez estejamos assistindo ao princípio de grandes mudanças nesse setor que se tornou bilionário em pouco tempo somente administrando o dinheiro dos que já não suportam a falência do SUS.

Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais
Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais

Quanto vale uma vida no Brasil?

Há 20 anos as pesquisas de opinião começaram a mostrar que a segurança pública seria um dos temas preferenciais dos candidatos aos governos estaduais e à Presidência da República. Esse assunto passou a ser uma das preocupações prioritárias dos brasileiros, mas não dos governantes. Aumentaram a quantidade de roubos, cresceram os números de assassinatos, mas diminuiu a resolução dos crimes (média de 92% dos assassinatos não são resolvidos). A sensação de insegurança tomou conta da alma do brasileiro.

A taxa de homicídios era de 20 para cada grupo de 100 mil habitantes há vinte anos. Ou seja, a cada dia 83 pessoas eram assassinadas no país. Após dois governos tucanos e três petistas, a taxa saltou para 29, quer dizer que 154 assassinatos acontecem diariamente. Sem uma política de segurança que privilegie a redução dos assassinatos, os governantes vêm passando um duro recado para a população: a vida vale muito pouco no Brasil.

Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais
Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais

A regularização no Cadastro Ambiental avança, mas a desigualdade avança.

A adesão ao Cadastro Ambiental Rural - CAR - vem aumentando de forma contínua em todo o país. Em junho, a área cadastrada avançou 7% em relação a maio e chegou a 57% dos imóveis rurais do país, o que equivale a uma área de 227 milhões de hectares cadastrados. Mas há disparidades regionais - enquanto a região Norte registra 76% dos imóveis inseridos no CAR, a região Sul ocupa a lanterna em número de cadastros, com quase 20% dos imóveis. O Centro-Oeste vem logo abaixo da região Norte com 54% dos imóveis já cadastrados, o que equivale a uma área de 70 milhões de hectares.

O CAR é um cadastro eletrônico que deve ser preenchido pelos proprietários rurais, com o objetivo de regularização ambiental dos imóveis. Com a adesão ao cadastro, que é obrigatória, os produtores que tiverem desmatado áreas em suas propriedades até 22 de julho de 2008 ficam livres de sanções. O CAR também é importante para a obtenção de crédito agrícola, alguns bancos chegam a oferecer melhores taxas e condições facilitadas para os proprietários cadastrados no sistema.

Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais
Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais

Para a Califórnia o futuro está em "Cortar o Cordão". A TV do futuro.

Chegar na Califórnia é como entrar em um enorme laboratório onde se ensaiam as grandes tendências mundiais. Todos os anos desenvolvem-se experiências que rapidamente (ou não tão rápido como no Mato Grosso do Sul) se transformam em modelos exportados e copiados em todo o mundo. Este ano a obsessão é "Cortar o Cordão" como eles denominam a TV a cabo. Eles dizem que cortando o cordão ficam mais ligados.

Ao alugar uma casa na Califórnia nem adianta perguntar se tem TV a cabo. Muitos proprietários te olharão como se você fosse o "homem-de-Neanderthal", saindo da pré-história. "Cabo? Há muito ninguém vê TV a cabo" irá te afirmar qualquer residente nesse Estado norte-americano. Pouco a pouco, os lares californianos, e outros milhões pelo resto dos EUA, começaram a cortar o cordão, quase umbilical, que os ligava às companhias de distribuição de televisão. Em um país com um dos maiores consumos televisivos do mundo a guerra pelo polpudo negócio levou a gananciosos preços - tal como os cobrados no Brasil. O consumidor californiano, e dos EUA em geral, começou a perder a paciência com as faturas, ter que esperar para ver os programas ou estar fisicamente em um determinado lugar para poder ver TV. Isso porque desde há muito já tinham quase abandonado a TV aberta, aquela que não é paga.

Um problema que se transformou rapidamente em uma oportunidade de negócio. A empresa Netflix, que tem sua sede na Califórnia, desenvolveu há alguns anos o embrião daquilo que consideram ser o modelo de televisão do futuro. Utilizando o "streaming" (distribuição de dados, geralmente de multimídia em uma rede de internet), começou a distribuir programas que outros milhares produziam. Qualquer um pode ver onde e quando quiser os programas preferidos - no celular, tablete ou até no aparelho de TV, através de uma simples ligação de internet. Uma ideia que se transformou em um negócio de US$ 40 bilhões e conquistou 65 milhões de assinantes. Uma das maiores tendências da televisão do futuro que deverá deixar arquivado na história a TV como vemos atualmente.

Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais
Planos de saúde: perda de usuários e proibição de liminares judiciais

O que os jovens andam fazendo no YouTube.

Quando souberam que um sueco de 24 anos recebeu aproximadamente R$ 20 milhões no ano passado por causa de sua conta no YouTube, muitas pessoas expressaram sua indignação online. Felix Kjellberg, mais conhecido como PewDiePie, conseguiu tamanha fortuna porque é o "youtuber número 1 do mundo". Ele tem 38 milhões de seguidores, mais de 2.400 vídeos publicados e 9,5 bilhões de visualizações acumuladas. O que esse jovem faz? Filma a si mesmo jogando videogames.

Tal como ele, há outros 34 canais no YouTube que contam com mais de 10 milhões de seguidores, o que lhes garante uma boa soma de dinheiro em publicidade, bem como abrem portas para toda sorte de negócios com filmes, livros e patrocínios. Eles são as novas estrelas, as novas celebridades, e encontram-se todos os anos em eventos como a VidCon - com 21 mil participantes na Califórnia - e a Playlist Live - que conta com quase a mesma quantidade de pessoas. Pena que os governantes ainda não descobriram o valor desse filão e insistem em eventos fora do mundo contemporâneo. Aliás, ficaram no século XX.

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