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Racismo: no início, os homens das planícies perseguiam os das montanhas

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 07/08/2025 07:40
Racismo: no início, os homens das planícies perseguiam os das montanhas

Engana-se quem imagina que o racismo sempre teve a cor da pele com eixo motriz. No inicio, os habitantes das montanhas  - considerados grosseiros e antissociais - eram perseguidos pelos habitantes das planícies. -urbanos e sofisticados. Mesmo entre vizinhos, esse preconceito prosperava. Essa cruel teoria viria a se complicar pelas atitudes grega e romana em relação aos diferentes modos de vida. Gregos e romanos começaram a entender que os nômades, por exemplo, eram inferiores. Foram eles que também julgaram os povos do Oriente como diferentes. Eram acusados de déspotas, fracos e dependentes.


Racismo: no início, os homens das planícies perseguiam os das montanhas

Na Grécia surge a ideia de pureza.

A pureza de sangue, proclamado pelos nazistas é muito antiga. O conceito de ascendência surgiu na Grécia. A ligação sanguínea reforçava uma identidade baseada na aparência, na língua e nos costumes. Para os gregos, por exemplo, os sírios teriam as características físicas e mentais de seus antepassados, ainda que tivessem nascido no estrangeiro. Não importava, sempre seriam inferiores. Somente eles, gregos, seriam puros. Pior ainda eram os mestiços. Consideravam que a mestiçagem criava seres humanos inferiores. São ideias que persistiram através do tempo.


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Admiração e preconceito na mente romana.

A história mostra boa quantidade de menções elogiosas ao corajoso guerreiro germânico, gaulês ou hispânico. Para os romanos, os germânicos eram considerados uma ameaça, pois nunca tinham sido totalmente subjugados. Por outro lado, escreviam que os germânicos detestavam a paz e o trabalho duro. Já os gauleses eram bêbados, instáveis e indisciplinados, embora fossem bons oradores.


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Oriente Médio: respeito e ódio.

Para os romanos, os povos do Oriente Médio seriam escravos naturais, menos os iranianos - partos - que também nunca foram totalmente conquistados. Tinham um misto de admiração e ódio para com os judeus, cujas rebeliões os tornavam um caso à parte. Os judeus para os romanos tinham um comportamento antissocial e cultuavam uma religião excludente. A acusação de usura, principal atividade antissocial atribuída aos judeus na Idade Média, não surge nas fontes gregas e romanas, parece ter sido cunhada no século XII. A civilização egípcia era profundamente respeitada pelos romanos, ainda que considerada imoral e bizarra devido ao culto de animais. Os fenícios - atuais libaneses - eram considerados afeminados. Os sírios seriam pervertidos e supersticiosos. Os druidas da Grã Bretanha eram aberrações, pois promoviam sacrifícios humanos, algo impensável.


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O preconceito contra o negro.

O preconceito contra os africanos negros com base na cor já emergira. Eram considerados “queimados de sol” - que é a origem da palavra grega “etíope“. Mas os romanos não se interessavam verdadeiramente pela cor da pele. Pelo contrário, eram relativamente generosos na atribuição de cidadania. Não havia problema algum de um negro ter a cidadania romana.

 

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