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Em Pauta

Somos todos bestiais. Ou bestas?

Mário Sérgio Lorenzetto | 13/08/2016 07:37
Somos todos bestiais. Ou bestas?

Sofremos todos de transtorno de humor. Esse é um mal que acomete a todos brasileiros. Vamos de bestial a besta, ou de besta a bestial em questão de segundos. Estamos afundados em uma crise de autoestima sem paralelo no mundo. Nas Olimpíadas nos preparamos para um enterro e não para uma festa. Pensávamos que seria uma vergonha de escala planetária. Porém, entretanto, contudo....bastaram os primeiros fogos de artifício estalarem no Maracanã para desabar uma tempestade de alegria em nossas cabeças. Quando Gisele Bündchen, ao som de "Garota de Ipanema", desfilou em uma passarela de 128 metros, 200 milhões de brasileiros desfilaram juntos. E sentiram-se belos, maravilhosos, como a escultural modelo. Estava montada a festa.

Mas as medalhas e os resultados nos ginásios, piscinas e campos não vieram. Salta uma aqui, outra acolá. Neymar e sua seleção, novamente, nos envergonha. Retomamos o complexo de vira-lata que nos é tão característico. Dizem ser herança dos portugueses. O escritor Nelson Rodrigues foi quem cunhou o termo. Disse ele: "Por complexo de vira-lata entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima". A expressão "vira-lata" foi escrita logo após a derrota da seleção brasileira para a uruguaia, na final do campeonato mundial de 1950 em pleno Maracanã. Mais do que impressas em papel, tais palavras ficaram tatuadas em nossa alma. Uma vez vira-lata, sempre vira-lata.

Ou não. Também somos Gisele. Nos tornamos, borzois (o mais belo cão do mundo), em um piscar de olhos ou em alguns passos na passarela.

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A enigmática estrela que perde brilho. Existe vida extraterrestre?

Tabby não é uma estrela qualquer. É completamente diferente das outras 150 mil que o telescópio espacial Kepler está observando. Seu comportamento é tão estranho que disparou todo tipo de teorias, principalmente a que inclui a existência de tecnologia alienígena. O que ocorre com Tabby é que tem misteriosos pontos obscuros que aparecem e desaparecem. Foram descobertos no ano passado e fazem sucesso. Esses pontos não são devidos à passagem de planetas, pois se assim fosse, sua frequência seria regular. Esses pontos escuros acontecem em momentos inesperados e, segundo a NASA, a intensidade da luz pode cair até 20% antes de recuperar-se. Nesse ano de sua descoberta uma série de hipóteses foram lançadas. Todas refugadas pelos cientistas. Mas o que tem produzido maior perplexidade é que nos últimos 200 dias esse obscurecimento está aumentando rapidamente, a um ritmo de mais de 2%. É um caso sem precedentes e sem uma só explicação.

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Os últimos pigmeus.

As populações de pigmeus africanos, nas quais um adulto tem em média 1,50 metros, compartilham um antepassado comum que passou por uma evolução para adaptar-se às florestas muito densas. Eles se adaptaram a um ambiente hostil onde as árvores dominavam tudo. O mundo mudou, as florestas africanas foram derrubadas.
Nos arredores de Kribi, no sul do Camarão, dois povos pigmeus estão presos em uma vasta plantação de palmeiras de dendê exploradas por uma companhia francesa. Foram despojados de suas tradicionais caças e peixes. Há uma muralha de palmeiras de dendê que eles cortam os cachos ou são obrigados a se "fantasiar" com as tradicionais roupas de ráfia, que nem seus pais usavam, para deleite dos turistas. A alternativa é borrifar pesticidas no palmeiral. Estão proibidos pela empresa francesa até de cultivar uma pequena horta. Nas poucas horas vagas em suas choças bebem, bebem muito vinho de palma. Não há perspectiva alguma de mudanças em suas vidas. Há uma escola infantil e nada mais. Para cursar o primeiro grau uma criança tem de cruzar um rio em canoa e caminhar uma hora e meia. Os agentes do turistas não lhes pagam em dinheiro. A moeda é arroz, roupa e azeite.

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