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Em Pauta

Uma visita ao fígado em tempo de hepatite misteriosa

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/05/2022 07:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

A imprensa está cheia de notícias sobre uma hepatite misteriosa que está ceifando vidas, especialmente de crianças. Vale a pena visitar o fígado, nosso departamento de química corporal. Nossas principais glândulas endócrinas - tireoide, paratireoide, pituitárias, pineal, hipotálamo, timo, testículos, ovários e pâncreas - são minúsculas. Juntas, não chegam a pesar alguns gramas. Mas há uma gigantesca: o fígado. Quando atinge a plenitude, pesa cerca de um quilo e meio e preenche a maior parte do abdômen. É tão grande nas crianças que suas barrigas são graciosamente arredondadas. Também é muito versátil. Suas funções são tão vitais que se ele parar morremos em questão de horas.


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O departamento de química trabalhando.

O fígado, entre muitos trabalhos, fabrica hormônios, proteínas e o suco digestivo (bile). Filtra toxinas, descarta glóbulos vermelhos obsoletos, armazena e absorve vitaminas, converte gorduras e proteínas em carboidratos e controla a glicose. É extremamente trabalhador. No total, o fígado participa de cerca de quinhentos processos químicos. É, em essência, o laboratório do corpo. Neste momento, algo como 25% de teu sangue está no fígado.


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Milagre! O fígado consegue se regenerar.

Há animais capazes de regenerar quase todas as partes de seus corpos. Nós não. Mas o fígado consegue esse quase milagre. Podemos remover algo como 70% de um fígado que ele volta a crescer até o tamanho normal em apenas algumas semanas. Quando regenerado parece um pouco danificado e grosseiro, comparado ao fígado original, mas funciona bem. É um mistério como ele consegue regenerar. Não sabemos como um fígado sabe crescer do tamanho exato e depois parar.


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Está sujeito a uma centena de enfermidades.

A resiliência do fígado não é lá essas coisas. Ele está sujeito a mais de uma centena de enfermidades, muitas delas graves. As pessoas sempre relacionam problemas no fígado ao abuso de cachaça. Mas a verdade é que o álcool está implicado em aproximadamente 30% das doenças hepáticas. Invertam, algo como 70% das doenças hepáticas nada tem a ver com o distinto fígado. A esteatose hepática - gordura no fígado - é algo que a maioria nunca ouviu falar, mas na verdade é bem mais comum que a cirrose da turma da cachaça desvairada. E muito mais incompreensível. Não se sabe ao certo, mas talvez esteja associada à obesidade, mas uma proporção significativa das vítimas da esteatose é magra e esbelta. Tremendo mistério.


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Outro mistério.

E tem outro mistério. Cerca de um terço dos humanos têm esteatose nos primeiros estágios da doença, ma por sorte, na maioria ela não progride. Para uma infeliz minoria, ela acaba significando a falência do fígado ou outras enfermidades graves. A desgraça maior é que a esteatose não da dor alguma, as pessoas nada sentem. Nenhum sintoma até estar em ma situação. E ainda mais alarmante, a esteatose começa a ser encontrada em crianças pequenas. Estima-se que entre 7% e 8% das crianças estão com esteatose.


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Hepatite C para quem tem mais de 57 anos.

Outro risco que muitos não têm plena ciência é a hepatite C. Cerca de uma em trinta pessoas no mundo, nascidas entre 1945 e 1965 tem hepatite C sem saber. Pessoas nascidas nesse período correram maior risco devido a injeções e transfusões de sangue feitas com agulhas contaminadas. O grande problema é que as pessoas podem viver com hepatite C por quarenta anos sem ter noção alguma da doença.

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