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Direto das Ruas

Após mordida de cão, vítima reclama de divergência entre saúde pública e privada

Profissionais da rede pública disseram que o protocolo seguido no hospital particular estava errado e o procedimento foi refeito

Tatiana Marin | 30/04/2019 08:12

Devido a um ferimento causado por mordida de cachorro uma zootecnista de 33 anos, que não quis se identificar, percebeu que os atendimentos em hospital particular e unidades de saúde da rede pública podem ser diferentes. Depois de ser atendida pelo plano de saúde, ela se dirigiu a um posto de saúde para tomar a vacina e lá descobriu que o procedimento adotado em seu ferimento poderia não ter sido o mais correto.

“No hospital lavaram a ferida, passaram uma pomada e taparam o machucado com gaze e depois enfaixaram”, conta a zootecnista. O médico que a atendeu prescreveu um antibiótico e vacina que é ministrada na rede pública de saúde. Além disso, recomendou que por seis dias o curativo fosse refeito com a aplicação da pomada.

Ao chegar no posto de saúde, a mãe da zootecnista que é profissional da área, pediu a opinião de uma enfermeira e então foi informada que o procedimento adotado no hospital particular estaria errado.

“O procedimento foi revisto porque minha mãe pediu informação para uma enfermeira. Como minha mãe perguntou a opinião dela, ela disse que estava errado. Ela disse que o protocolo para mordida é não fazer ponto e lavar com água e sabão. No posto disseram que o correto é ficar aberto, porque a boca dos animais é naturalmente infectada e, para evitar a proliferação das bactérias, o certo é deixar aberto e lavar com água e sabão”, detalhou a vítima de mordida de cachorro.

“Estou seguindo as recomendações do posto. Pensando bem, é o correto”, analisa.

Este caso provavelmente é somente um dos inúmeros em que pacientes se deparam com diferença de opinião entre saúde pública e privada.

O médico infectologista Hilton Luís Alves Filho explica que as medidas iniciais são lavar com água e sabão. Se houver sangramento, deve-se comprimir o local com pano limpo e sempre procurar uma unidade de saúde para realizar vacina preventiva para tétano e avaliar a indicação da vacina anti-rábica. O uso de pomadas ou medicações deve ser sempre indicada pelo seu médico.

Em relação à diferença no atendimento que a zootecnista recebeu nos dois estabelecimentos de saúde, o médico informa que “a conduta é baseada na avaliação clínica do paciente no momento do atendimento”.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) enviou nota informando que vítimas “devem ser encaminhadas imediatamente a uma unidade de urgência 24 horas (UPA ou CRS) mais próxima, onde será realizado o atendimento seguindo o protocolo para casos de mordedura de animais”. Na unidade de saúde será realizada notificação para posterior investigação e vacinação caso seja necessário.

“É importante frisar que alguns insumos específicos para atendimento desses casos só estão disponíveis na rede pública, por isso neste caso houve recomendação do paciente atendido no particular procurar uma unidade de saúde”, esclarece a Sesau em relação às vacinas que são ministradas somente nos postos de saúde.

Segundo a Sesau, os protocolos estabelecidos em caso de mordedura de animais regem que “não se deve suturar ou fechar o ferimento; apenas se faz a higienização com água corrente para limpar o ferimento. Dependendo do animal o soro anti-rábico é injetado nas proximidades do ferimento, mas tudo isso vai depender do quadro apresentado e conduta do profissional”.

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