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Economia

Sindicalistas criticam mínimo, mas reconhecem que crise impede reajuste maior

Flávio Paes | 01/01/2016 19:02
Pedro Lima, da Fetracom e Idelmar Mota, da Força Sindical
Pedro Lima, da Fetracom e Idelmar Mota, da Força Sindical

Em vigor a partir de hoje, dia 1º, o novo salário, fixado em R$ 880,00 foi recebido com críticas por lideranças sindicais do estado, que consideram o valor insuficiente para cobrir as necessidades do trabalhador, mas diante da crise econômica, admitem ser impossível o Governo encampar os R$ 3 mil recomendados pelo Dieese. A presidente Dilma Roussef concedeu um reajuste de 11,6% sobre o valor anterior, de R$ 788,00. Em Mato Grosso do Sul, aproximadamente 500 mil trabalhadores estão nesta faixa salarial.

“Precisamos fazer essas duas análises sobre o salário mínimo. Uma coisa é a realidade da economia brasileira, que permite, com um baita impacto nas contas públicas em 2016, em torno de R$ 30,2 bilhões e outra, que aponta para um mínimo ideal para proporcionar dignidade ao trabalhador, que seria em torno de R$ 3 mil”, afirma Idelmar da Mota Lima, coordenador da Força Sindical Regional Mato Grosso do Sul e presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande-SECG.

Pedro Lima, presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS e presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Dourados – Secod, também tem a mesma visão, de que o Brasil precisa, de uma vez por todas, avançar economicamente e tornar uma potência e pagar melhor a classe trabalhadora. “Se analisarmos esse novo valor do mínimo, de R$ 880, concluiremos que ele não cobre o mínimo necessário para a sobrevivência de uma família”. Entretanto, ele reconhece que na atual conjuntura isso não é possível.

José Lucas da Silva, presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, também não recebe bem o novo mínimo que só repõe as perdas da inflação, mas está muito longe do ideal para proporcionar dignidade ao trabalhador brasileiro.
Estevão Rocha, presidente do Seaac/MS (Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio e Empresas de Assessoramento, Auditoria, Perícias, Informações e Pedsquisas e de Empresas de Serviços Contábeis de Mato Grosso do Sul) afirma que a média dos pisos salariais que fechou no final de 2015 para as diversas categorias profissionais que representa, ficou em torno de R$ 1.000. Para ele, o novo mínimo nacional não cobre as necessidades básicas do trabalhador.

 Entre os trabalhadores a opinião é a mesma. Flávia Daniela de Azevedo, elogiou a reposição de R$ 92 sobre seu salário mínimo, mas, ao mesmo tempo, criticou o valor de R$ 880. “Minha mãe, que é aposentada, precisa me ajudar todo mês com algum dinheiro para ajudar nas despesas. Caso contrário, não consigo sequer alimentar bem meus filhos”.

Fernando Medeiros de Lima, ajudante geral, que ganha salário mínimo diz  que sua remuneração mal dá para pagar o aluguél e as despesas de alimentação, água, energia e transporte. “Nosso Brasil é rico e não entendo como o salário mínimo é tão baixo. Aqui temos tudo: áreas, clima, gente que trabalha, reservas minerais e de petróleo e muitas outras riquezas e não conseguimos deslanchar, crescer. Acho que isso acontece porque nunca tivemos um governo competente”, afirma.
Maria Alice Feitosa, que ganha um pouco mais que um salário mínimo, também critica o governo pela situação crítica do país. “Para ela, “a família que consegue sobreviver com um salário mínimo, deveria entrar para o livro dos recordes, pois é mesmo uma façanha. Algo que não é para qualquer um. E isso é lamentável! Triste realmente!” afirma.

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