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Economia

Atividade econômica em MS voltou ao nível pré-crise, aponta estudo

Levantamento do Itaú mostra que nível do emprego no Estado ainda está abaixo de 2014, mas supera média nacional

Humberto Marques | 28/07/2019 10:34
Atividade agropecuária foi diferencial para Centro-Oeste superar média nacional, aponta especialista. (Foto: Arquivo)
Atividade agropecuária foi diferencial para Centro-Oeste superar média nacional, aponta especialista. (Foto: Arquivo)

As regiões Centro-Oeste e Sul foram as únicos do país a igualarem, ou mesmo superarem, os patamares da economia registrados até 2014, ano em que teve início a crise econômica que, desde então, castiga o país. Os dados constam no Índice Itaú para a Atividade Econômica, que abrange informações como volume de empregos formais e as atividades do comércio, indústria e agricultura.

Em 2014, conforme lembrou o Estado de S. Paulo, teve início a série de revezes no PIB (Produto Interno Bruto), cujo crescimento ficou abaixo das previsões de especialistas, acompanhado de queda nos índices de emprego e de geração de riquezas.

O levantamento do Itaú coloca a economia do Brasil cerca de quatro pontos percentuais abaixo do nível exigido há cinco anos. Elaborado com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ele aponta que, no Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal apontam índices de atividade econômica acima dos níveis de 2014. Goiás, por sua vez, segue abaixo da chamada “base 100”, mas está acima da média nacional, de 95,98%.

Já em relação ao nível de emprego, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal seguem abaixo do registrado em 2014, porém, estão acima da média nacional (de 94,99). Mato Grosso e Goiás tiveram indicadores acima dos ocorridos em 2014. A reportagem não teve acesso aos dados completos do levantamento.

Mesmo com dados inferiores aos do início da crise na geração de emprego, o Estado teve o melhor junho em seis anos na abertura de postos de trabalho, conforme apontado pelo Caged. Foram abertas 898 vagas, embaladas pelos setores de Serviços (590 postos), Comércio (449) e Agropecuária (488), ao passo que a Indústria de Transformação teve saldo negativo de 620.

No mês passado, houve 19.354 contratações e 18.456 demissões. No ano, a balança é favorável, com geração de 15.332 vagas –foram 135.185 admissões e 119.853 desligamentos; e nos últimos 12 meses o saldo é de 4.933 empregos criados.

Sede da Funsat de Campo Grande; nível do emprego ainda está abaixo de 2014 no Estado, mas já supera média nacional. (Foto: PMCG/Arquivo)
Sede da Funsat de Campo Grande; nível do emprego ainda está abaixo de 2014 no Estado, mas já supera média nacional. (Foto: PMCG/Arquivo)

País – No Sul, Paraná e Rio Grande do Sul colocaram-se acima da média nacional e Santa Catarina superou os dados de 2014 nos dois indicadores. Pelo país, um grande número de Estados segue abaixo das médias nacionais ou se igualam aos percentuais deste ano –o destaque negativo foi o Sudeste, onde o Espírito Santo teve números da economia melhores, enquanto os demais registraram desempenho inferior à média do país; e na geração de empregos, em que Minas Gerais está acima da média nacional e os demais seguem no “vermelho”.

Paula Yamaguti, economista do Itaú Unibanco, justifica os números positivos do Centro-Oeste e Sul com o apetite do mercado internacional pelas commodities brasileiras –como a produção agropecuária–, superando em demanda as atividades que dependem do mercado interno. Por outro lado, o mau desempenho da indústria puxou para baixo as regiões onde ela tem mais importância, como o Sudeste (mais especificamente São Paulo).

A aposta é que, com a aprovação das reformas, há chance maior de recuperação do setor industrial, conforme especialistas ouvidos pela reportagem. Rio de Janeiro, Bahia e Sergipe foram considerados as economias mais frágeis, por se encontrarem 8 pontos percentuais abaixo dos índices de 2014.

O Rio ainda lidera o fechamento de empregos formais no país –foram 13 a cada 100 postos de trabalho. Dificuldades orçamentárias de governos por não conseguirem cumprir com a folha de pagamento, caso também de Minas Gerais, também foram destacados.

O estudo ainda aponta que o emprego vem se recuperando no país de forma mais lenta que a economia. Em média, a cada 100 vagas existentes em 2014, 94,5 estão abertos hoje. Apenas seis Estados recuperaram o total de empregos formais de 2014 (Goiás, Mato Grosso, Piauí, Roraima, Santa Catarina e Tocantins ) e nove ao mesmo PIB de cinco anos atrás (Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima, Santa Catarina e Tocantins).

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