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Economia

Caixa projeta investimentos de R$ 7,5 bilhões no Estado em 2013

Na construção de 20 mil moradias serão aplicados R$ 2 bilhões; a abertura de mais 15 agências este ano e a licitação de novas casas lotéricas no 1º semestre estão entre os planos

Carlos Martins | 17/02/2013 08:42
Superindente da Caixa, Paulo Antunes de Siqueira: "Recursos contribuem para o desenvolvimento de todos os nossos municípios" (Foto: Luciano Muta)
Superindente da Caixa, Paulo Antunes de Siqueira: "Recursos contribuem para o desenvolvimento de todos os nossos municípios" (Foto: Luciano Muta)

A superintendência da Caixa Econômica Federal em Mato Grosso do Sul é tida como referência no País pelos resultados alcançados. Em 2012, os investimentos chegaram a R$ 6,3 bilhões, dinheiro que ajudou no desenvolvimento econômico e social do Estado. A execução de programas sociais, financiamentos, construção de moradias por meio do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, e de obras importantes de infraestrutura, como a execução de obras do PAC, são algumas das ações realizadas.

Para 2013, a perspectiva é que o volume de negócios cresça 20%, chegando a R$ 7,5 bilhões, e entre os investimentos em Mato Grosso do Sul estão à aplicação de pelo menos R$ 2 bilhões para a construção de mais 20 mil moradias. Para melhorar o atendimento, até o final de 2014 a Caixa terá inaugurado 36 novas agências em todo o Estado. Além do atendimento nas agências, a Caixa já atinge hoje todos os 79 municípios por meio de 146 casas lotéricas e esse serviço pode ser ampliado porque ainda nesse semestre faz parte do planejamento a abertura de licitação para a instalação de mais unidades.

Os investimentos, a parceria com o Governo do Estado e prefeituras, o financiamento de imóveis, o relacionamento com o setor imobiliário, foram alguns dos assuntos abordados pelo superintendente regional da Caixa em Mato Grosso do Sul, Paulo Antunes de Siqueira, em entrevista concedida ao Campo Grande News. Com 29 anos de experiência no setor (6 anos no antigo Bamerindus e mais 23 na Caixa), Siqueira completa em 17 de julho seis anos à frente do comando da Caixa no Estado.

A seguir, acompanhe a entrevista:

"Temos como missão implementar com sucesso todos os programas do governo Federal" (Foto: Luciano Muta)
"Temos como missão implementar com sucesso todos os programas do governo Federal" (Foto: Luciano Muta)

Campo Grande News - Qual é a avaliação que o senhor faz dos resultados obtidos pela Caixa Econômica Federal em 2012, em Mato Grosso do Sul?

Paulo Antunes de Siqueira - A Caixa é o banco do Estado brasileiro e, para nós, foi um ano excelente em Mato Grosso do Sul. Os programas de governo, os quais a Caixa executa, foram implementados com sucesso com as metas suplantadas. Executamos o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], o programa Minha Casa, Minha Vida, em nome do governo, e o orçamento da União. Um exemplo é o Minha Casa, Minha Vida. No ano passado realizamos R$ 1,748 bilhão em financiamento habitacional aqui no Estado totalizando 20.816 unidades, num crescimento de 20 por cento em relação a 2011.

Campo Grande News - Como foi à aplicação dos recursos do PAC?

Paulo Antunes de Siqueira - Executamos praticamente todo o PAC 1. Campo Grande está com 100 por cento das obras executadas. Dourados, Ponta Porã, Três Lagoas e Corumbá com obras em estágio final e já contratamos o chamado PAC 2. Campo Grande tem dois contratos com valores expressivos, um de R$ 80 milhões e o outro de R$ 79 milhões. Estas obras já estão sendo executadas pelo Poder Público municipal e estes investimentos complementam o PAC 1 no qual executamos obras preferencialmente às margens dos córregos da nossa cidade e visam urbanização, infraestrutura, drenagem, asfalto e até mesmo construção de moradias para poder regularizar as margens desses córregos. Vamos ter intervenções no córrego Segredo, no córrego Anhanduí que são os de maior visibilidade na cidade. Estas obras já foram iniciadas e temos 10 por cento de obra nos dois empreendimentos.

Campo Grande News - Qual foi o volume de recursos investidos em infraestrutura?

Paulo Antunes de Siqueira - Em 2012, no total em obras de infraestrutura, devemos ter investido em torno de R$ 2 bilhões em todos os programas vinculados à infraestrutura.

Campo Grande News - Estas obras abrangem todo o Estado?

Paulo Antunes de Siqueira - Temos obras em 100 por cento dos municípios, ou obras do PAC ou do Orçamento Geral da União. Os 79 municípios possuem obras executadas pelo Poder Público com recursos repassados e controlados pela Caixa Econômica Federal. Em 2012 assinamos 100 por cento dos contratos que estão sendo executados com sucesso. Não temos tido problemas nem físico nem financeiro nessas obras que incluem asfaltamento, drenagem e construção de moradias.

Campo Grande News – Quais são as perspectivas de investimentos em 2013?

Paulo Antunes de Siqueira - Em 2012 fechamos com R$ 6,3 bilhões em todos os investimentos. A Caixa trabalha com PIS, Seguro Desemprego, FGTS, Bolsa Família, empréstimo para micros e pequenas empresas, o micro crédito produtivo, habitação, obras de infraestrutura, PAC. Estes recursos são pulverizados na economia e contribuem para o desenvolvimento de todos os nossos municípios. Para 2013 nós acreditamos que possamos aumentar esse volume em pelo menos 20 por cento, que é nossa expectativa esse ano e que foi nossa expectativa de crescimento em 2012 e que se concretizou.

Campo Grande News - Foi anunciado recentemente que o Fundo Investidor do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS, vai investir em 2013 cerca de R$ 9 bilhões em obras de infraestrutura. Mato Grosso do Sul pode ser beneficiado com parte destes investimentos?

Paulo Antunes de Siqueira – Pode. Estes recursos estão sendo anunciados há algum tempo, tanto para portos, ferrovias, rodovias e aeroportos. É um processo onde você delega ou transfere para a iniciativa privada e a Caixa tem a possibilidade de usar o Fundo de Garantia. As empresas montariam um fundo e através do Fundo de Garantia poderiam realizar estes investimentos. A Caixa é o agente operador e financeiro do FGTS. No Brasil inteiro vai haver possibilidades. Estamos aguardando os próximos encaminhamentos por parte do governo Federal para verificar. Porque uma coisa é você dizer: podemos privatizar a rodovia tal, a rodovia X poderá ser transferida para a iniciativa privada. Se autorizar, por exemplo, que determinada BR passe para a iniciativa privada, numa parceria público-privada, o passo seguinte é ver se alguém da iniciativa privada vai ter interesse em vir e assumir.

Campo Grande News - Em relação ao programa Minha Casa, Minha Vida, o que está sendo planejado para 2013 no Estado?

Paulo Antunes de Siqueira - Em 2012 trabalhamos R$ 1,748 bilhão e este ano esperamos chegar a pelo menos R$ 2 bilhões em investimentos. Temos recursos e o programa possui a meta para o Brasil de assinar 1,4 milhão de novas unidades até o final de 2014 e Mato Grosso do Sul está dentro dessa meta, tem a sua cota, e temos uma expectativa extremamente positiva. Nesta quinta-feira tivemos uma reunião com o mercado imobiliário e se percebe que os profissionais do nosso Estado estão altamente qualificados e compreendendo esse novo momento do mercado imobiliário brasileiro.

Campo Grande News - Com estes recursos quantas unidades poderão serão construídas?

Paulo Antunes de Siqueira - No mínimo 20 mil unidades em 2013. Em 2012 nós fizemos 20.816 casas e, agora com R$ 2 bilhões, considerando o aumento do valor dos imóveis, considerando que uma camada da população está financiando imóveis com valores maiores, consideramos que se repetirmos mais 20 mil unidades será ótimo.

Campo Grande News - Qual o déficit de moradias em Mato Grosso do Sul?

Paulo Antunes de Siqueira - A Caixa e o Ministério das Cidades trabalham com um déficit levantado através de um estudo realizado em 2008 pelo IBGE e a Fundação Dom Cabral o qual mostra que Mato Grosso do Sul tem um déficit de 70 mil moradias. De lá para cá você tem o déficit e o crescimento vegetativo do déficit. Nós precisamos, no entanto, qualificar este déficit. Porque algumas pessoas possuem uma residência e moram com os pais. Elas entram no déficit. Temos pessoas que moram de aluguel e não contam no déficit. Enfim, precisaríamos qualificar o que é realmente este déficit, o que significam estes números que hoje se apresentam.

Campo Grande News - O número pode ter aumentado ou diminuído?

Paulo Antunes de Siqueira - Talvez tenha aumentado, mas o fato novo é que temos hoje linhas de crédito disponíveis sem perspectiva de que sejam suspensas. Temos prazos e juros em condições favoráveis para obter financiamento. Como a população sabe disso e as pessoas estão mais tranquilas para obter financiamento – a hora que ela quiser vai e faz – temos hoje uma demanda diferenciada. As pessoas estão analisando melhor para comprar. Às vezes compensa ela continuar no aluguel e pesquisar com mais calma a aquisição da casa própria.

"Déficit habitacional no Estado é de 70 mil moradias" (Foto: Luciano Muta)
"Déficit habitacional no Estado é de 70 mil moradias" (Foto: Luciano Muta)

Campo Grande News - A maior parte do déficit continua naquela faixa em que as famílias recebem até três salários mínimos?

Paulo Antunes de Siqueira - Quase 90 por cento do déficit habitacional que foi apontado no estudo acontecem em famílias que ganham menos do que três salários mínimos. Por conta disso, é que o governo Federal lançou o programa Minha Casa, Minha Vida para a baixa renda. Para famílias com renda de até R$ 1,6 mil, a Caixa constrói conjuntos habitacionais e não cobra prestação e sim uma taxa de arrendamento de 5 por cento da renda e a família até pode ter restrição de crédito,o nome no Serasa. Praticamente 60% dos recursos são direcionados para este tipo de atendimento. Por exemplo, em Campo Grande tem 5.600 casas para serem entregues para famílias que ganham menos que R$ 1,6 mil. Para as famílias que ganham mais, elas não entram nesse programa e fazem o financiamento. No ano passado 40% dos recursos foram investidos para a construção de casas para estas famílias. Ocorre que para fazer estes conjuntos habitacionais você tem que ter parceria com o Governo, com prefeituras e tem um orçamento.

Campo Grande News - Qual a melhor modalidade de financiamento para quem quer adquirir a casa própria?

Paulo Antunes de Siqueira - Depende do cliente e da situação particular de cada um. Para cada faixa salarial tem um financiamento. Quanto menor a renda, mais baixo são os juros. Por exemplo, se você mora de aluguel, é muito simples. Você tem que fazer a conta: quanto paga de aluguel e quanto vai pagar na prestação da casa que queira morar. Tem gente que mora de aluguel e paga um valor, mas quando vai financiar ele não consegue morar nas mesmas condições da casa em que ele mora de aluguel. Ai ele diz: eu não vou morar lá no bairro, quero morar próximo ao meu trabalho. Por isso eu digo que depende da pessoa. Para algumas pessoas não compensa financiar e sim ficar no aluguel, por opção própria. A gente vê muito disso nas agências. E vai depender da pessoa se a melhor opção é aluguel, consórcio ou financiamento.

Campo Grande News - O que deve ser levado em conta na hora de escolher um imóvel?

Paulo Antunes de Siqueira – Para compensar fazer um financiamento o primeiro passo é achar um imóvel que lhe atenda da melhor maneira possível, que lhe agrade, porque o dinheiro existe, mas existe para ser emprestado e se você empresta você fez um negócio. É mais ou menos assim: eu vou pegar um dinheiro emprestado, vou ter que pagar, estou fazendo um negócio, portanto, tem que fazer um negócio que realmente valha à pena. Não dá para correr, pegar o financiamento somente para ter uma casa, porque a casa de repente eu tenho, seja morando de aluguel, ou morando com meus pais, agora se eu vou pegar um dinheiro e vou pagar, procure a casa. O negócio compensa quando é bom para mim, se eu for morar numa região que eu quero e gosto, se eu vou morar numa casa que atenda a necessidade da minha família, faça o financiamento porque compensa.

Campo Grande News - O consórcio de imóveis é uma boa indicação para quem?

Paulo Antunes de Siqueira - O consórcio é indicado para quem não tem pressa. O consórcio é um investimento. Você vai investir um valor por mês e vai ficar esperando todo o mês sorteios e, de repente, o lance. Se você não tem pressa e é jovem, mora com seus pais, você se obriga a guardar um dinheiro e está fazendo um investimento. Uma pessoa pensa em casar daqui a dois anos faz um consórcio, guarda o dinheiro e ele pode ser contemplado antes ou próximo ao casamento dá o lance. Pessoas que já têm o imóvel e queiram fazer um consórcio também compensa porque consórcio é um investimento, você vai pagar a menor taxa de administração do mercado, tem a segurança. Você vai guardar um dinheiro por mês e, no final do período, você tem o montante

Campo Grande News – Qual a faixa de renda para a aquisição de moradias no programa Minha Casa, Minha Vida e qual é a taxa de juros?

Paulo Antunes de Siqueira - O programa abrange até R$ 5 mil de renda familiar. Quem ganha menos certamente vai pagar uma taxa de juros menor. Até R$ 2 mil de renda, a taxa é de 5 por cento ao ano. Se você tiver Fundo de Garantia e se for um trabalhador registrado em carteira, ou cotista, você tem 0,5 por cento de desconto e a taxa de juros cai para 4,5 por cento ao ano. Acima de R$ 2 mil, a taxa aumenta para 6 por cento ao ano, podendo também ter meio por cento de desconto.

Campo Grande News - O governador André Puccinelli tem elogiado a parceria com a Caixa Econômica Federal. Trabalhar em sintonia com o governo do Estado é importante para os resultados do banco.

Paulo Antunes de Siqueira - Eu disse antes que a Caixa é um banco estatal, um banco do Estado brasileiro. Então, todos os programas do governo Federal que são delegados a nós, eu, enquanto superintendente, e a Caixa, como superintendência, temos como missão implementar com sucesso esses programas. Necessariamente nós precisamos estar alinhados com o governo do Estado e também com as prefeituras para obter sucesso na implementação desses programas. Em Mato Grosso do Sul nós temos obtido sucesso há vários anos na execução destes programas do governo Federal junto ao governo do Estado e prefeituras.

Campo Grande News – Novos prefeitos assumiram este ano. Como a Caixa trabalha em parceria com as prefeituras?

Paulo Antunes de Siqueira – Em dezembro passado fizemos cerca de 60 reuniões com prefeituras e a as novas equipes. Grande parte destas reuniões conduzi pessoalmente mostrando, primeiro, tudo o que a Caixa tem naquele município, o andamento daquelas obras e, sobretudo, as perspectivas que o município tem com a Caixa. Essa é a forma que a Caixa deve atuar em nome do governo Federal. Esse trabalho já foi conduzido, mas é algo permanente, estamos renovando essas parcerias porque as coisas acontecem nos municípios que precisam de casas, de obras, de um banco, da caixa.

Campo Grande News - Tem linhas de crédito especificas que podem ser acessadas?

Paulo Antunes de Siqueira – Temos muitas linhas. Se você pensar em habitação, qualquer solução que você pensar em habitação dá para financiar pela Caixa. A gente fala que o Minha Casa, Minha Vida é um programa, mas dentro dele tem várias possibilidades. Se você pensar em financiamento para adquirir computador para escolas municipais, tem programas que podem atender. Se você pensar em financiamento para obras de infraestrutura, asfalto e drenagem, nós temos possibilidades de atender. Como os prefeitos estão começando a administração, nós estamos mostrando em detalhes minuciosos, para que conheçam e preparem suas equipes, apresentem projetos. Da mesma forma que na habitação eu falo para as famílias que achem a casa primeiro antes de buscar o financiamento, porque você tem que ter a casa que agrade, que atenda suas necessidades, para os prefeitos eu digo que apresentem projetos. Às vezes os ministérios lançam algumas possibilidades e eles precisam ter de imediato o projeto para captar o recurso. Mato Grosso do Sul, tanto o Estado como muitas prefeituras, seguem essa linha e é por isso que temos um alto índice de desenvolvimento dos projetos do governo Federal. O que é o projeto: é saber o que você precisa fazer, é mais ou menos um plano de trabalho do que vai fazer e quanto se gasta com aquilo.

Campo Grande News – E quanto ao financiamento do comércio e indústria?

Paulo Antunes de Siqueira - A Caixa atua com recursos do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], do Proger, do FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador], e com recursos próprios. Tem várias linhas de crédito para atender o setor de turismo, do comércio, da indústria, com financiamentos específicos para financiar capital de giro ou financiamento para montar ou ampliar o negócio.

Campo Grande News – E a relação da Caixa com o setor imobiliário?

Paulo Antunes de Siqueira - Hoje praticamente todas as imobiliárias atuam em parceria com a Caixa. Isso consiste em a Caixa delegar para as imobiliárias, através de um contrato autorizado pelo Banco Central, o atendimento aos clientes. Hoje nossas imobiliárias atendem aos clientes, fazem o contrato e encaminham para a Caixa. A família que quiser financiar um imóvel não precisa entrar numa agência da Caixa. Ela até pode ir à agência, mas nas imobiliárias ela tem o produto, eles podem mostrar as opções de casa ou apartamento.

"Até 2014 estaremos inaugurando mais 36 agências da Caixa no Estado" (Foto: Luciano Muta)
"Até 2014 estaremos inaugurando mais 36 agências da Caixa no Estado" (Foto: Luciano Muta)

Campo Grande News – Quais são os projetos de expansão da Caixa em nosso Estado?

Paulo Antunes de Siqueira – Temos um projeto audacioso de expansão que consiste na abertura de 36 novas agências até 2014. Já abrimos seis no ano passado e na sexta-feira abrimos mais uma agência no Pantanal, em Miranda. Atualmente temos 40 agências, com 1.200 funcionários, e por meio de 146 agências lotéricas atendemos todo o Estado. E já solicitamos autorização, em Brasília, para que nesse ano inauguremos mais 15 agências. É um projeto ambicioso porque não é tão simples, você envolve construção, logística, autorização do Banco Central. Quanto às lotéricas, ainda neste semestre faremos licitação para a abertura de novas unidades. Estamos finalizando um estudo e na primeira quinzena de março estaremos divulgando quantas serão licitadas e os locais onde serão abertas.

Campo Grande News – A presidente Dilma Rousseff determinou que os bancos públicos baixassem a taxa de juros.

Paulo Antunes de Siqueira - A caixa continua puxando o mercado para baixo na questão dos juros. Nós reduzimos nossos juros de forma linear desde o inicio do programa Caixa Melhor Crédito. O que é linear? É o corte de juros em todos os nossos contratos. Cheque especial, por exemplo, nós reduzimos pela metade, e não foi só para este ou aquele cliente, porque ele adquiriu um pacote de serviços, mas é para todos. O cheque especial, que era 8 por cento, caiu para 4 por cento para todos. Mas se você tem conta salário na Caixa, vai reduzir mais um pouco. Com conta salário e poupança a taxa pode chegar a 1,35 por cento.

Campo Grande News – Com a mudança que ocorreu na remuneração, a poupança continua sendo uma boa aplicação?

Paulo Antunes de Siqueira – Dependendo do valor, poupança é o melhor investimento. Eu diria até R$ 20 mil, você não precisa pensar duas vezes: é poupança. Quem já tinha poupança até maio do ano passado, essa pessoa está ganhando mais ainda. O juro da poupança até maio do ano passado era meio por cento mais a TR [Taxa Referencial] ai houve aquela mudança. Então, quem tem dinheiro na poupança de maio para trás, evite tirar seu dinheiro. Dependendo da situação, vale pegar um empréstimo se for de curto prazo para não mexer na poupança. De maio de 2012 para trás a poupança rende meio por cento mais TR, o que dá 0,58 por cento ao mês. De maio de 2012 para cá, varia em função da taxa Selic [Sistema Especial de Liquidação e Custódia, conhecida como taxa básica de juros], que está fixada em 7,25 por cento ao ano. É 70 por cento da taxa Selic mais a TR, o que vai dar um rendimento na poupança em torno de 0,53 por cento ao mês.

Campo Grande News - E qual o conselho para um cliente menos conservador?

Paulo Antunes de Siqueira - Se o valor for maior, precisamos conversar com nossos clientes, porque cada caso é um caso. Por exemplo, você tem R$ 200 mil e me pergunta: qual é o melhor investimento? O melhor investimento depende do perfil do cliente e do tempo que ele vai dispor daquele dinheiro. Se você tem R$ 200 mil e diz que vai usar em junho deste ano, eu vou te dar uma opção, se você não vai usar esse dinheiro e não tem perspectiva de usar, vou te dar outra opção. Se o seu perfil for de pessoa que morre de medo, só pensa em segurança, coloca na poupança e fecha os olhos, mas se você não tem medo e acha que dá para aplicar na bolsa em ações ou em fundo de ações e que o gerente pode te ajudar e te acompanhar, e você não tem medo disso, conhece um pouco do mercado, aplique. Mas quem vai aplicar em ações ou fundo de ações tem que estar disposto a oscilações. De repente, você aplica R$ 200 mil, passa uma semana e tem uma perda de 2 por cento negativos. Você vê que perdeu R$ 4 mil e pode ficar preocupado. Mas não é que você perdeu, se você sacar aí é que você perde, porque o funcionamento do fundo de ações é diferente. Daqui a um mês ou dois, as ações sobem e resultam em ganhos. Por isso, você deve estar disposto a acompanhar de forma permanente o investimento. Se o seu perfil é esse, aplique nisso, se não for, aplica naquela opção que você deita, dorme, descansa,

Campo Grande News – Finalizando, como o senhor se sente à frente da direção de uma instituição que atua em nosso Estado e é referência no País?

Paulo Antunes de Siqueira - Gostaria muito de agradecer a todos nossos clientes e aqueles que trabalham de forma direta ou indireta com a Caixa. Estou completando seis anos à frente da direção da Caixa e nesse período temos executado um trabalho muito forte em Mato Grosso do Sul e que é referência no País. Eu acredito que o corpo funcional está de parabéns por estar executando esse trabalho. Não se chega a lugar algum sozinho, por isso quero agradecer nossos parceiros, governo do Estado, prefeituras, órgãos estaduais, a imprensa, que sempre compreendeu de forma muito correta o trabalho da Caixa. Na reunião com os corretores, eu disse que o nível de entendimento, de esclarecimento e de profissionalização do mercado imobiliário de Mato Grosso do Sul é bem acima da média do Brasil e isso é graças a esse trabalho feito em conjunto.

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