ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 24º

Economia

Dólar reduz queda com temor sobre PEC Emergencial e volta a R$ 5,60

Altamiro Silva Junior | 01/03/2021 20:43

O dólar reduziu o ritmo de queda nos negócios da tarde desta segunda-feira, 1°, voltando para a casa dos R$ 5,60. Com isso, o real passou a operar bem descolado de seus pares, com a moeda americana caindo 1,1% no México e África do Sul e quase 2% na Turquia, e também do Ibovespa, que chegou a subir mais de 2%. Incertezas domésticas acabaram prevalecendo. O foco dos investidores é a votação da PEC Emergencial, prevista para a quarta-feira, e a dúvida é se vai contemplar cortes de gastos. Há ainda preocupações sobre o avanço acelerado da pandemia e a possibilidade da adoção de novas medidas restritivas pelo País. Nem mesmo o superávit comercial de US$ 1,152 bilhão em fevereiro trouxe algum alívio.

No primeiro fechamento de março, o dólar terminou em leve queda de 0,09% no mercado à vista, cotado em R$ 5,6006. No futuro, o dólar para abril fechou em alta de 0,68%, aos R$ 5,6475. No final da tarde, com o mercado à vista já fechado, o dólar futuro bateu máximas com a notícia de que o governo pode compensar a desoneração do diesel com aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos.

Pela manhã, a notícia da aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão proposto por Joe Biden na Câmara em Washington fez o dólar cair para a mínima do dia, a R$ 5,55, com o real acompanhando seus pares emergentes. Pela tarde este movimento continuou nos demais emergentes e moedas como os dólares da Austrália, Canadá e Nova Zelândia. O comportamento mais calmo hoje dos retornos (yields) do Tesouro americano, ainda que se mantenham em patamares altos, e o aumento nos preços das commodities estão ajudando estas moedas, observa o analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. Mas o real segue na contramão.

"A deterioração das expectativas persiste", comenta o economista-chefe da JF Trust Gestão de Recursos, Eduardo Velho. O foco agora é a votação, adiada da semana passada para esta quarta-feira (3), da PEC Emergencial. O economista avalia que um texto desidratado, sem contrapartidas de cortes do mesmo montante que o aumento do auxílio, pode levar a uma nova piora das expectativas dos agentes, incluindo para inflação e os juros

"Auxílio sem sustentabilidade fiscal é tiro no pé", comentam os estrategistas da Blueline Asset Management. "O desarranjo financeiro, que pode ser desencadeado caso o auxílio não tenha nenhum tipo de contrapeso fiscal, tornaria a ajuda de renda inócua ao longo do tempo, pois traria aumento de inflação, contração das condições financeiras e menor crescimento." O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que está quase tudo pronto para recriar o auxílio, que será de R$ 250 e vai durar 4 meses.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade


Nos siga no Google Notícias