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Economia

Empresa de turismo é investigada por oferecer "desconto de mentira"

Helton Verão | 21/02/2013 09:13
Fábio diz que ainda não conseguiu viajar pela empresa e que pacotes são idênticos a de outros sites (Foto: João Garrigó)
Fábio diz que ainda não conseguiu viajar pela empresa e que pacotes são idênticos a de outros sites (Foto: João Garrigó)

Imagine ser “sorteado” por uma empresa de turismo e poder viajar a qualquer lugar no mundo com até 50% de desconto? Agora imagine a pessoa entrar em um negócio como este, e descobrir que não irá ter nenhum benefício e que talvez nem saia de sua cidade. É o que aconteceu com um casal na Capital, envolvendo uma empresa que está sob investigação do Ministério Público Estadual.

A empresa “Passaporte Brasil” é acusada de oferecer uma proposta ao casal Fábio Rodrigues e Kellen de Oliveira, para que se associasse e, a partir daí, poderiam viajar pagando de 4% a 15% do salário mínimo em parcelas, em alguns casos com desconto de até 50%.

“Entraram em contato dizendo que eu havia sido sorteado de um cupom que preenchi em um posto de combustíveis. Fui até o escritório deles e a promessa era de viajar para qualquer lugar do mundo pagando até 50% mais barato. Mas quando tento agendar nunca tem vaga e algo no valor prometido”, conta o comerciante de 35 anos.

Segundo o casal, em determinados anúncios, passagens de avião podem sair por até R$ 39,90, valor que o casal nunca conseguiu efetuar a compra. “Falaram de parcerias com diversos hotéis e passagens, mas descobrimos que eles apenas reproduzem a promoção dos sites Hotel Urbano e do ViajeNet, ou seja a pessoa acha que está comprando da promoção, mas na verdade está comprando pelo preço normal dos sites”, explica Fábio.

A esposa do comerciante conta que enquanto eles negociavam alguma viagem, a vendedora respondia e-mails e no bate-papo do MSN o tempo todo, após eles não conseguirem viajar as respostas pararam de vir. “Eles pedem inicialmente R$ 1,380 mil para ingressar como associados, dizendo que o valor normal é R$ 6 mil. Pagamos R$ 300 e eles fizeram inúmeras promissórias, quando vimos que não conseguiríamos viajar, não pagamos”, descreve Kellen.

O valor para se associar a Passaporte Brasil é de R$ 1,380 mil na promoção (Foto: João Garrigó)
O valor para se associar a Passaporte Brasil é de R$ 1,380 mil na promoção (Foto: João Garrigó)

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a Passaporte Brasil sem se identificar e solicitou se associar a empresa. Foi confirmado o valor inicial de R$ 1,3 mil e descontos em viagens para o mundo todo.

A empresa é investigada pelo MPE (Ministério Público Estadual). O inquérito foi aberto em janeiro pelo promotor Fabrício Proença De Azambuja, da 25ª Promotoria de Justiça. “O objetivo é apurar eventuais irregularidades referente a consumidores que adquiriam títulos, para obterem descontos em hotéis e passagens e não têm seus pedidos atendidos e solicitações de reservas atendidos".

Minutos depois, retornamos a ligação, nos identificamos e questionamos as ações e trabalhos oferecidos pela empresa e todas as situações citadas pelo casal. Também foi perguntado sobre a investigação do MPE. A funcionária, identificada como Iolanda, alegou desconhecimento sobre todas as indagações.

A funcionária confirmou o valor de R$ 1,3 mil para se associar e reafirmou os valores diferenciados em relação aos sites citados pelos entrevistados. Em seguida recomendou entrar em contato com a sede da empresa, em Goiânia. Tentamos o contato com a pessoa indicada e não obtivemos sucesso.

O superintendente do Procon/MS (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor), Alexandre Rezende, disse que atendeu hoje uma cliente com o mesmo problema de Fábio e Kellen e a recomendação é o ingresso com os documentos para requerer a devolução do valor pago.

“Se uma empresa oferece um produto e não consegue cumprir com o oferecido, o consumidor deve procurar o Procon para sinalizar o problema. Ele não terá direito a nenhum valor extra, apenas a devolução”, explica Rezende.

A Passaporte Brasil segue atuando na Capital, com escritório no edifício comercial Evolution Business Center, nos altos da avenida Afonso Pena.

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