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Economia

Empresários paraguaios falam de negócios em MS apostando na Bioceânica

Evento conta com delegação de empresários paraguaios e investidores de outros estados brasileiros

Cleber Gellio | 05/04/2022 13:01
Economista-chefe da ACICG, Normann Kallmus, apresenta perfil produtivo de MS. (Foto: Cleber Gellio)
Economista-chefe da ACICG, Normann Kallmus, apresenta perfil produtivo de MS. (Foto: Cleber Gellio)

Com o objetivo de estreitar relações, cerca de 90 empresários brasileiros e paraguaios estão reunidos, nesta terça-feira (5), em Campo Grande, para o evento “Oportunidade de Negócios”, promovido pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande.

Vantagens e potencialidades de negócios são apresentados com intuito de prospectar os benefícios para a economia de ambas as regiões, além de possibilitar o desenvolvimento de novos arranjos produtivos e de serviços, resultando em aumento de renda e empregos.

Na comitiva paraguaia, cerca de 20 empresas de segmentos diversos, como agropecuário, importação e exportação, por exemplo, participam do encontro.

Secretário de Desenvolvimento Econômico do Paraguai, Carlos Parede. (Foto: Cleber Gellio)
Secretário de Desenvolvimento Econômico do Paraguai, Carlos Parede. (Foto: Cleber Gellio)

De acordo com o secretário de desenvolvimento econômico do Estado Central, que representa 35% da população paraguaia, Carlos Parede, muitos empresários brasileiros já se relacionam comercialmente com seu país. No entanto, essa é maior delegação nos últimos dez anos a fazer esse tipo de ação com o lado brasileiro.

Para ele, com a evolução da Rota Bioceânica, projeto de integração de Mato Grosso do Sul com os países da América do Sul, as parcerias comerciais só tendem a aumentar.

“Temos cerca de cinco empresas multinacionais privadas investindo maciçamente no setor energético, por exemplo, no entanto precisamos ainda de muitos serviços que o Brasil pode nos oferecer. Já temos muitos pedido de estudos de viabilidade para instalações em nosso país, como na área de logística por exemplo”. Já há estudos mostrando que por causa da Rota, o Canal do Panamá, importante via de escoamento de produção, terá uma redução entre 22% e 25% de carga, conforme o secretário.

Com quantitativo semelhante, no lado brasileiro, o agro continua a ser o motor propulsor das transações internacionais, no entanto, setores da área da saúde como indústria de insumos, tecnologia em esterilização e gestão hospitalar, também se destacam. Além de empresas situadas em Mato Grosso do Sul, representantes dos estados como Amazonas, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.

Médico e empresário, Leandro de Padua Silva. (Foto: Cleber Gellio)
Médico e empresário, Leandro de Padua Silva. (Foto: Cleber Gellio)

O médico Leandro de Padua Silva, diretor de uma empresa especializada em tratamentos oncológicos, situada há quatro anos na grande São Paulo, veio em busca de maiores esclarecimentos sobre os trâmites burocráticos para as futuras instalações do grupo em Assunção, capital do Paraguai, e Campo Grande. Segundo o empresário, o investimento está estimado em aproximadamente R$ 2 milhões e dois novos empreendimentos estão previstos para iniciar suas atividades no prazo de seis meses. “Viemos estreitar os laços comerciais, porque incorporar não tem só o lado financeiro, temos que avaliar todos os trâmites legais. Se tudo caminhar dentro da normalidade, em breve estaremos operando e oferecendo serviço de qualidade às populações dessas regiões”, disse Padua, acrescentando que cerca de 50 empregos diretos serão gerados, sendo 50% para cada unidade.

Em explanação à delegação do país vizinho, o economista-chefe da ACICG, Normann Kallmus, mostrou aos integrantes do grupo estrangeiros e visitantes locais, que o potencial econômico da capital sul-mato-grossense somente no segmento de hortifrútis, por exemplo, é muito promissor. “Sabe quantos por cento de tudo que consumimos deste segmento são produzidos aqui, apenas 4%, o restante, quase que a totalidade vem de outros estados como São Paulo e Rio Grande do Sul.”

Segundo o economista, por conta da posição geográfica entre as regiões, a aproximação comercial chegaria a reduzir o valor de frete em até 30%. “Toda vez que precisamos fazer uma transação internacional é a população que paga, pois quanto maior o trajeto mais impostos como ICMS, são agregados. Em um exemplo simples, quando compramos um azeite da Argentina, esse produto passa por São Paulo. Por que não trazê-lo pela hidrovia Paraguai x Paraná? Afinal, eles [paraguaios] tem expertise neste tipo de transporte com a terceira maior frota de barcaças do mundo. Precisamos nos relacionar mais”, finalizou o especialista.

Delegação paraguaia e empresários brasileiros durante encontro na ACICG. (Foto: Cleber Gellio)
Delegação paraguaia e empresários brasileiros durante encontro na ACICG. (Foto: Cleber Gellio)

Programação - Para o período da tarde, está marcada uma rodada de negócios em que cada empresário paraguaio receberá cinco empresários brasileiros. Em geral, as empresas de Mato Grosso do Sul não têm grande contato com o comércio internacional, já as organizações paraguaias, por sua vez, normalmente não apresentam problemas ou dificuldade em operar internacionalmente.

O evento acorre das 9h às 19h, na ACICG, localizada na Rua 15 de Novembro, nº 390, Centro, em Campo Grande.

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