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Economia

Estrangeiros fazem malabarismo para gastar pouco durante a Copa

Mariana Lopes e Bruno Chaves | 26/06/2014 16:18
Estrangeiros fazem malabarismo para gastar pouco durante a Copa
Torcedores colombianos de passagem pela rodoviária de Campo Grande, a caminho de jogo no Rio de Janeiro. (Foto: Nyelder Rodrigues)
Torcedores colombianos de passagem pela rodoviária de Campo Grande, a caminho de jogo no Rio de Janeiro. (Foto: Nyelder Rodrigues)

Sem receber jogos durante a Copa do Mundo, Campo Grande virou rota de turistas que desembarcam só de passagem e, em menos de 24 horas, seguem para outros estados do Brasil, com destino às cidades sedes do mundial. Mesmo com pouco tempo de permanência, eles mudaram a rotina no Terminal Rodoviário de Campo Grande, movimentando a venda de passagens, mas com uma lição deixada aos que querem viajar mas acham muito caro: os estrangeiros que passam por aqui fazem malabarismos para que o passeio tenha menor custo.

Na manhã de hoje (26), um grupo de 6 colombianos, que veio de Cuiabá, desembarcou na rodoviária da Capital. Segundo José Luis Lopez, 38 anos, um dos integrantes do grupo, eles costumam gastar de R$ 30 a R$ 50 nas cidades onde passam. “Quando dormimos no local, daí gastamos no máximo R$ 250 por pessoa, incluindo hospedagem, translado e alimentação”, detalhou o colombiano.

O grupo irá seguir viagem somente à noite e estava à procura de um restaurante com preços baratos para almoçar e assistir ao jogo entre Alemanha e Estados Unidos. “Daqui a gente vai para o Rio de Janeiro, onde vamos assistir ao jogo da Colômbia contra o Uruguai”, conta o colombiano Fernando La Verde, 28 anos.

O canadense Julien Mcnulty, 40 anos, também veio de Cuiabá. Ele e o pai desembarcaram na rodoviária de Campo Grande hoje e seguem viagem para São Paulo nesta noite. O horário é estratégico. “Para economizar, dormimos nos ônibus”, explicou o norte-americano.

Sobre os preços da alimentação, Julien considerou os valores atrativos. “Gasta uma média R$ 30 em uma refeição para duas pessoas”, comenta. Por outro lado, a crítica veio em relação às passagens de avião. “Viajar de avião aqui no Brasil é muito difícil, porque as passagens são muito caras. De Brasília a Cuiabá, pagamos R$ 334 em duas passagens de ônibus, se fôssemos de avião, gastaríamos R$ 2.280”, calcula o canadense.

Colombianos querem gastar de R$ 30 a R$ 50 (Foto: Marcos Ermínio)
Colombianos querem gastar de R$ 30 a R$ 50 (Foto: Marcos Ermínio)

Segundo a funcionária do posto de Atendimento ao Turista instalado na rodoviária, Chiara Valicente, a maioria dos estrangeiros que passam pelo terminal usa Campo Grande como rota para ir para outros lugares do Brasil. “Os turistas já chegam pedindo o restaurante e o hotel mais baratos, só pra pernoitar e no outro dia ir embora”, afirma.

Em hospedagem, os turistas geralmente estão dispostos a pagar de R$ 30 a R$ 40. Em casos assim, os funcionários da rodoviária indicam os hotéis da região, onde os visitantes não precisam ter gastos também com transporte.

Câmbio - Apesar do pouco tempo que ficam em Campo Grande, a maioria dos estrangeiros encontrou problemas na hora de pagar a conta, principalmente nos estabelecimentos dentro da rodoviária. “Muitas lanchonetes e restaurantes não passam cartão de crédito ou débito, só recebem no dinheiro, e os turistas quase nunca têm cédulas, e quando têm é em dólar ou na moeda do país de origem”, explica Chiara.

Problema que é bem complicado de ser resolvido, pois as casas de câmbio de Campo Grande, que fica na região central da cidade, funciona somente em horário comercial. “A gente sugere de ir ao shopping também, mas eles acham longe”, pontua Chiara.

Para tentar ajudar os visitantes, os próprios funcionários da rodoviária fazem força-tarefa para trocar o dinheiro. “Ligamos na casa de câmbio para ver a cotação do dólar e trocamos o dinheiro para eles, mas em pouco valor, só pra emergência mesmo”, relata Chiara. Gesto prestativo que deixam os estrangeiros satisfeitos.

Perfil – Geralmente, os estrangeiros que passam pela rodoviária de Campo Grande são turistas da América Latina. Desde o início da Copa do Mundo, a movimentação maior é de colombianos e chilenos, mas também já passaram pela Capital grupos da Venezuela, Bolívia, Espanha, Itália, Nigéria e Coréia.

Segundo Chiara, poucos são os turistas que pedem informações sobre o Pantanal ou Bonito. “Quando isso acontece, são pessoas que querem ficar mais três dias em Mato Grosso do Sul, para conhecer”, explica a atendente.

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