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Economia

Investimentos de R$ 7,5 bilhões vão resgatar transporte ferroviário em MS

Carlos Martins | 08/04/2013 16:56
Senador Delcídio do Amaral: "Quanto mais reduzir o frete, mais competitivos somos" (Foto: Vanderlei Aparecido)
Senador Delcídio do Amaral: "Quanto mais reduzir o frete, mais competitivos somos" (Foto: Vanderlei Aparecido)

O desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul passa pela expansão da malha ferroviária. Os projetos estão previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os investimentos planejados são de R$ 7,58 bilhões, recursos necessários a recuperação de trecho entre Corumbá e Bauru (SP) e ao Paraná, de onde a produção agrícola poderá ser escoada pelo porto de Paranaguá.

“São projetos que vão se viabilizar. São fundamentais para resgatarmos a ferrovia como modal de transporte competitivo”, disse o senador Delcídio do Amaral (PT), que fez uma exposição sobre o tema “Sistemas Ferroviários” durante o 1º Encontro de Gestores Municipais Consorciados na sede da Assomasul, nesta segunda-feira.

É mais barato transportar por ferrovia a produção agrícola, minérios e combustíveis. A previsão é que em cinco anos Mato Grosso do Sul seja o segundo maior produtor de etanol no País. O Estado ocupa posição estratégica: está ao lado de Minas Gerais e São Paulo, considerados os mais ricos do País, e também junto a países vizinhos, como Paraguai e Bolívia. Delcídio lembrou que Mato Grosso do Sul possui saída para o Atlântico e, com a revitalização das ferrovias, poderá ter saída também pelo Pacífico.

“O problema no Brasil é logística. Quanto mais reduzir o frete, mais competitivo nós somos não só para atender ao mercado interno como o externo. Num raio de 1.000 km de Campo Grande existem 122 milhões de consumidores. Ocupamos uma posição estratégica e a ferrovia é fundamental. Temos duas alternativas para atender os portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR)”, relatou o senador.

O Estado é cortado por duas malhas ferroviárias, a Oeste, que representa 5% da malha nacional, mas que apresenta vários problemas. “O trecho Indubrasil a Ponta Porã praticamente não existe e entre Indubrasil e Três Lagoas o trecho se arrasta”, disse o senador, lembrando que o traçado é excepcional, pois nasce em Bauru (SP) e vai até Corumbá.

A outra malha é a Norte, considerada a prima rica e que representa 1,7% da malha nacional. “Esta não tem nenhum problema estrutural. Da região do Alto Taquari são transportadas quase 9 mil toneladas por ano. Abrange Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais, levando cargas para o Porto de Santos”, explicou Delcídio.

Os planos de expansão estão sendo elaborados pela estatal EPL (Empresa de Planejamento e Logística), dirigida por Bernardo Figueiredo, e visa integrar as ferrovias com outros modais de transporte. Conforme deliberação da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), as concessionárias foram obrigadas a fazer a recuperação de vários trechos. O trecho do ramal de Ladário, de 5 km, já foi recuperado pela empresa ALL (América Latina Logística do Brasil S.A), que assumiu, também, o compromisso de recuperar entre 2014 e 2015 o trecho 2 até Ponta Porã.

Ferrovia em Corumbá: trecho até Bauru (SP) será recuperado (Foto: Rodrigo Pazinato)
Ferrovia em Corumbá: trecho até Bauru (SP) será recuperado (Foto: Rodrigo Pazinato)

Mapeamento - “A empresa fez um mapeamento da malha ferroviária brasileira, levantando capacidade, carga, postos de abastecimento, tipo de vias, aspectos operacionais. Isso levou a criação de um marco regulatório que não existia. Esse trecho de Bauru a Corumbá, por exemplo, tem 90% de ociosidade”, disse o senador Delcídio do Amaral. Os investimentos preveem a aplicação de R$ 1,8 bilhão no trecho para a troca de dormentes e reforço dos trilhos. A vantagem é que nessa ferrovia já existe o licenciamento ambiental o que torna mais rápido a recuperação.

Os recursos serão viabilizados mediante os esforços da bancada federal, em conjunto com os governos federal e estadual. No trecho entre Estrela do Oeste, Panorama e Maracaju, os investimentos previstos são de R$ 3,26 bilhões e envolvem parceria público-privada. O outro projeto é a concessão do trecho 10 ligando Maracaju ao porto de Paranaguá, no Paraná, com investimentos de R$ 2,52 bilhões na implantação de um trecho de 343 km.

“O primeiro trecho pega a Ferrovia Norte-Sul e Ferroeste, integra a região de Maracaju, passando por Dourados no trajeto inicial. O traçado será discutido em audiências públicas”, explicou Delcídio. Existe também a previsão de incluir um ramal a Porto Murtinho, que seria local de transbordo do minério de ferro vindo de Corumbá.

A ferrovia pode também entrar em Mato Grosso do Sul vinda de Paranaguá (PR), passando por Cascavel (PR) e entrando no Estado por Mundo Novo, chegando a Maracaju. ”A ferrovia de Maracaju tem potencial para chegar em Mafra (SC) e até o porto de Rio Grande (RS). De Mafra dá para ir a Chapecó. Esta região, no Sul, é um pólo agroindustrial e potencial consumidora de milho e soja produzidos em Mato Grosso do Sul”, analisou Delcídio.

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