Juros a 15% aumentam dívidas e coloca em risco cadeia produtiva, prevê federação
Com o cenário, a Fiems também estima aumento nos pedidos de recuperação judicial
O aumento da taxa básica de juros, a Selic, deve levar ao baixo investimento, aumento de dívidas e colocar em risco toda a cadeia produtiva. É o que acredita a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul).
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Aumento da Selic para 15% preocupa setor industrial em MS. Federação das Indústrias alerta para impacto negativo nos investimentos e agravamento da crise econômica. Presidente da Fiems critica juros altos, que chegam a 20% ao ano para algumas empresas, e concorrência com produtos estrangeiros. Cenário é considerado desanimador, com riscos de aumento de pedidos de recuperação judicial. Longen aponta gastos do Governo Federal com juros da dívida interna como insustentáveis e prejudiciais à economia. Sétima alta consecutiva da Selic reflete tentativa do Banco Central de controlar a inflação, medida pelo IPCA.
Na quarta-feira (18), o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu aumentar a Selic de 14,75% para 15% ao ano. Esse é o maior patamar desde julho de 2006.
“É um cenário desanimador. Já enfrentamos uma concorrência acirrada com países asiáticos, e agora estamos perdendo espaço até mesmo para produtos norte-americanos e europeus. Com essa taxa de juros elevada, o Governo Federal está claramente desestimulando os investimentos no Brasil”, afirmou o presidente da Fiems, Sérgio Longen.
Longen destaca ainda que muitas empresas estão arcando com juros na casa de 20% ao ano, o que ele classifica como “primitivo e insustentável”. Para ele, essa realidade torna incalculáveis os riscos para quem precisa recorrer ao crédito, comprometendo a saúde financeira de negócios em diferentes setores.
“Com essa taxa, é natural que vejamos um aumento de pedidos de recuperação judicial. Há empresas que não conseguem mais rolar dívidas, e isso coloca em risco toda a cadeia produtiva. A cada ponto percentual que a Selic sobe, o Governo Federal gasta cerca de R$ 50 bilhões a mais por ano com o pagamento de juros da dívida interna. Não existe sistema tributário que sustente esse custo sem comprometer ainda mais a economia”, alertou.
Selic – Essa foi a sétima alta seguida da Selic, desde setembro do ano passado. O Copom decidiu, por unanimidade, o aumento de 0,25 ponto percentual.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter o controle da inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Com isso, a inflação tem uma meta a ser seguida pelo Banco Central. Neste ano, é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual tanto para mais, quanto para menos.
Por outro lado, os juros mais altos encarecem o crédito, o que prejudica o consumo e a produção.
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