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Economia

Lideranças rurais de MS descartam retaliação da China a soja brasileira

Governo chinês prepara-se para aumentar as importações de soja dos EUA e que medida seria contrária ao Brasil

Rosana Siqueira Jones Mário | 09/04/2020 16:03
Soja é um dos principais produtos exportados de MS para a China. (Arquivo)
Soja é um dos principais produtos exportados de MS para a China. (Arquivo)

As provocações à China por parte de integrantes do governo brasileiro, o filho do presidente Eduardo Bolsonaro e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e possíveis impactos no agronegócio, uma vez que o país asiático é nosso principal parceiro comercial foram descartados pelas lideranças rurais do MS. Na avaliação do setor assim como a China é um importante mercado comprador das commodities do Brasil,o País necessita dos provimentos, principalmente celulose e soja do Estado.

Na semana passada, notícias indicavam que o Governo chinês prepara-se para aumentar as importações de soja dos Estados Unidos e reduzir as do Brasil, como retaliação aos seguidos ataques do governo Bolsonaro ao país durante a crise do coronavírus.

A China é o principal importador de produtos agrícolas brasileiros. O valor das aquisições pelo país asiático foi US$ 31,01 bilhões em 2019, de acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos (US$ 7,18 bilhões).

 De acordo com o secretário de Produção e Meio Ambiente (Semagro) Jaime Verruck, mesmo com os comentários do filho de Bolsonaro e do ministro da Educação ele não acredita em retaliação econômica da China neste momento. “Recentemente a ministra Tereza Cristina restabeleceu este relacionamento comercial com a China. Sabemos que o posicionamento do filho de Bolsonaro e do ministro foram desnecessários e sem sentido. No entanto o que pensamos e que é fundamental neste tempo de coronavírus é que precisamos de insumos de saúde da China como máscaras e respiradores e eles necessitam de alimentos”, adiantou.

O secretário reforçou que não há como enfrentar o coronavírus sem a ajuda da indústria chinesa, além disso no agronegócio de MS, 50% da pauta comercial é com a China. “Temos a celulose, a soja, carnes e minério que são comercializados e recentemente mais uma indústria de aves de Dourados foi habilitada para vender aquele País”, lembrou.

Produtores – O presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi também  descarta a possibilidade de impacto na comercialização da soja brasileira para a China. “Os orientais continuarão comprando dos Estados Unidos, do Brasil, da Argentina e de outros países produtores, com uma possível vantagem àqueles que estão com a moeda desvalorizada, em relação ao dólar. É estimado um avanço nas vendas da soja brasileira para a China em 2020, em detrimento da supersafra que colhemos, da demanda crescente, durante e pós pandemia, e da questão cambial. Além do alto volume de produção, temos também a nosso favor, a qualidade dos grãos já conhecida pelos chineses e o cumprimento dos critérios de sustentabilidade”, sustentou.

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