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Economia

Lojas abrem mais cedo, mas clientes têm de garimpar descontos na Black Friday

Principais críticas são descontos pequenos e falta do preço anterior em alguns mostruários

Guilherme Correia e Caroline Maldonado | 26/11/2021 09:52
Black Friday promete trazer uma série de descontos em produtos. (Foto: Paulo Francis)
Black Friday promete trazer uma série de descontos em produtos. (Foto: Paulo Francis)

Algumas lojas do Centro de Campo Grande abriram mais cedo nesta sexta-feira (26), por conta da Black Friday, data comercial em vários países do mundo. No entanto, clientes reclamam que os descontos prometidos são mais evidentes apenas em produtos que já eram mais baratos e que alguns mostruários sequer indicam o valor anterior.

Até o começo da manhã, o movimento de consumidores era próximo ao habitual. A funcionária pública Leiner Mary Pereira da Silva, de 64 anos, relata que teve dificuldades para encontrar os produtos que queria. Ela carregava cestas com várias unidades de tinta para cabelo, que devem durar para o ano todo, compradas com desconto de 32%.

Está difícil encontrar os tipos que eu quero, tenho a impressão que [os descontos] já começaram há mais dias e muita gente já comprou”, opina.

Segundo o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Campo Grande, Adelaido Vila, alguns estabelecimentos já começaram a praticar as promoções antes de hoje. "O normal é que a Black Friday aconteça na última sexta-feira do mês de novembro. Aqui no Brasil, há muitas variações".

"De modo geral, todas as empresas participantes estão com promoção hoje, mas tem empresa que antecipa, que faz uma 'Black Week'. Em Campo Grande, notamos que alguns descontos começaram a acontecer na quinta-feira e vão até sábado."

Na Americanas, da Rua 14 de Julho, a reportagem verificou que o desodorante aerosol Bozzano, que custa R$ 8,99, sai por R$ 4,99 - quase metade. Já a escova de dente da Colgate, que não possui preço anterior de referência, é vendida a R$ 1,99.

Leiner relata que tem de 'garimpar' descontos em lojas, durante a Black Friday. (Foto: Paulo Francis)
Leiner relata que tem de 'garimpar' descontos em lojas, durante a Black Friday. (Foto: Paulo Francis)

Leiner ressalta que só consegue descontos depois de “garimpar muito” e que outros produtos, prefere verificar o preço em lojas da internet. “Vou levar só o que estiver realmente barato. Depois, eu vou ver o que tem de ofertas na Shopee”.

Em uma farmácia Drogasil no Centro, totem anunciava ofertas exclusivas no aplicativo para celular, com redução de até 40% na vitamina C de 10 comprimidos (de R$ 16,49 para R$ 9,89) ou de 25% na Novalgina de 10 comprimidos (de R$ 22,89 por R$ 17,17).

Apenas na loja física, que abriu no horário habitual, os únicos descontos mais atrativos são os de produtos de higiene infantil. A cada quatro unidades, o cliente ganha 30% de desconto, válido para determinados produtos desta categoria, com exceção de outros itens para crianças, como mamadeiras ou chupetas.

Uma loja das Casas Bahia abriu às 7h, duas horas a menos do que o normal. Uma lavadora Electrolux, de R$ 2,3 mil, era vendida a R$ 1.499, em até 10 vezes sem juros. Uma fritadeira Fama, avaliada em R$ 499,99, era vendida por R$ 249. Já um ventilador Mallory teve pequena redução, de R$ 259 por R$ 219.

Uma SmartTV Samsung 4k, de 65 polegadas, era vendida a R$ 3.960, em até 24 vezes de R$ 165, sem juros. No entanto, o mostruário não indicava qual era o preço anterior.

Em loja da Magazine Luiza, pequenos produtos têm desconto de até 80%. Um suporte para televisão até 70 polegadas, por exemplo, foi de R$ 21,90 para R$ 4,38. O jogo eletrônico Minecraft Dungeon Hero, vendido a R$ 89,90, passou a custar R$ 17,90. Já um televisor de 70 polegadas tinha desconto menor, de 19%, passando de R$ 5,999 para R$ 4.890.

Lojas exibem descontos em eletrodomésticos no Centro da cidade. (Foto: Paulo Francis)
Lojas exibem descontos em eletrodomésticos no Centro da cidade. (Foto: Paulo Francis)

A dona de casa Sonia Maria Garcia, de 57 anos, foi ao Centro na expectativa de encontrar bons descontos, mas em geral, relata que os valores de eletrodomésticos continuam parecidos. “Está tudo o mesmíssimo valor. Não mudou nada, pelo que estou vendo, não vi diferença de eletrodomésticos, porque venho acompanhando”.

O superintendente estadual do Procon, Marcelo Salomão. (Foto: Paulo Francis)
O superintendente estadual do Procon, Marcelo Salomão. (Foto: Paulo Francis)

Ação itinerante dos Procons estadual e municipal ocorre na Rua Barão do Rio Branco, entre as ruas 14 de Julho e Calógeras, até às 18h de hoje. O superintendente do órgão regional, Marcelo Salomão, diz que os profissionais tiram dúvidas e recebem reclamações. “Estamos aqui para que o consumidor possa buscar, se tiver algum problema, nas compras, e os fiscais andam pelo Centro acompanhando as compras”.

A novidade, segundo ele, é que os fiscais de proteção ao consumidor pesquisaram preços, anteriormente, que serão conferidos a fim de apurar se houve, ou não, descontos verídicos. Conforme esse levantamento, que ainda será publicado, lojas poderão ser autuadas e multadas por publicidade enganosa, crime previsto pela Constituição Federal, sob pena de multa de R$ 5 mil a R$ 50 mil.

Até o começo desta manhã, movimento no Centro era pequeno. (Foto: Paulo Francis)
Até o começo desta manhã, movimento no Centro era pequeno. (Foto: Paulo Francis)

Expectativa - Última enquete publicada por este jornal, sobre o assunto, indica que aproximadamente 92% dos leitores não acreditam nos descontos da Black Friday. A data, que surgiu na cultura dos Estados Unidos, visa trazer descontos em uma série de produtos, e é praticada em países de vários lugares do mundo.

Ainda que a expectativa seja baixa por parte dos consumidores, a economista do IPF (Instituto de Pesquisa da Fecomércio) de Mato Grosso do Sul, Daniela Teixeira Dias, aponta que o período pode sim, aquecer o setor do comércio na Capital, especialmente com a injeção da primeira parcela do 13º salário.

Conforme o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), esse repasse, que deve ser feito até 30 de novembro, poderá injetar R$ 2,9 bilhões na economia sul-mato-grossense. "Toda a injeção de dinheiro, na economia, a gente tende a encarar de uma forma bastante positiva, porque mexe com o ânimo das pessoas, e elas sãos movidas por expectativas, decisões".

"Pode ter uma melhora na intenção de consumo, da confiança dos empresários do comércio, justamente porque eles são movidos pelas expectativas, contratação de temporários", explica Dias, a respeito da Black Friday.

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